A pol�cia russa deteve mais de 1.700 pessoas em 51 cidades por participarem de manifesta��es contra a guerra, segundo a ONG de direitos humanos OVD-info. A R�ssia tem uma severa legisla��o de controle das manifesta��es, que costumam terminar com pris�es em massa.
Em Nova York, cerca de 200 pessoas caminharam da Times Square at� a sede das Na��es Unidas, preocupadas com o destino de seus familiares na Ucr�nia. Foi o caso de Kateryna Bieliayeva, 34 anos, que verifica constantemente como est�o seus pais, m�dicos, que decidiram ficar em Chernihiv, norte da Ucr�nia, perto da fronteira com Belarus e R�ssia.
"Parte da regi�o j� est� ocupada" e os combates continuam, disse, com preocupa��o, � AFP. "Gostaria de fazer alguma coisa, mas me sinto impotente. (Protestar) � a �nica coisa que posso fazer", lamentou essa ucraniana naturalizada americana.
Dmytro Zhurba, que vive em Nova York h� oito anos, mas nasceu e foi criado na Crimeia, anexada por Putin em 2014, est� preocupado com seus pais, que se protegem "de avi�es (militares) russos em um por�o (na cidade) de Kharkiv".
"A Crimeia n�o � mais Ucr�nia. N�o posso estar l�. Minha m�e nasceu na regi�o de Donetsk, e meu pai, em Lugansk. N�o h� mais Donetsk ou Lugansk. Agora eles moram em Kharkiv e a guerra est� chegando l�. Estou farto de correr para todo lado. Assim como minha fam�lia. E minha irm� est� no meio da Ucr�nia. Ela tem tr�s filhos, o mais velho de 6 anos", contou, resumindo uma realidade vivida por muitas fam�lias ucranianas.
Em Berlim, em frente � embaixada russa, uma faixa pede: "Parem com essa loucura, salvem a vida, chega de mentiras". Muitos dos participantes s�o russos que residem na Alemanha.
"Todo mundo deveria vir aqui hoje e apoiar a Ucr�nia. Dizer que a guerra deve acabar", disse � AFP Olga Kupricina, 32 anos, natural de Kaliningrado e moradora da Alemanha desde outubro.
"Ucranianos e russos s�o irm�os e irm�s. Todos os meus amigos est�o chocados e n�o querem uma guerra. Queremos mostrar que somos contra a guerra. Somos russos e viemos da R�ssia. A Ucr�nia sempre foi um pa�s muito amig�vel conosco e um pa�s pr�ximo", declarou Ekaterina Studnitzky, 40 anos, residente na Alemanha h� 16.
- 'Putin roubou minha casa' -
Em outra manifesta��o, aos p�s do m�tico Port�o de Brandemburgo, a estudante ucraniana Sofia Avdeeva acusa Putin: "Ele roubou minha casa, porque sou de Donetsk e minha fam�lia e eu tivemos que sair por causa da guerra."
"N�o quero que toda a Ucr�nia tenha o mesmo destino. J� disse adeus � minha casa, mas n�o quero que todo o pa�s viva o inferno que vivemos", acrescentou.
Em Paris, centenas de pessoas se reuniram em frente � embaixada russa, entre elas candidatos nas elei��es presidenciais de abril.
Em Vars�via, capital da Pol�nia, que faz fronteira com a Ucr�nia, um manifestante queimou uma bandeira russa em frente � embaixada de Moscou.
Em Praga, milhares se manifestaram na pra�a Wenceslas, onde exibiram cartazes com as imagens de Hitler e Putin e os anos 1938-2022, em refer�ncia ao ano da ocupa��o da Tchecoslov�quia pela Alemanha nazista.
Em Madri, o ator Javier Bardem, vencedor do Oscar, esteve entre as cerca de 50 pessoas reunidas do lado de fora da embaixada russa. Ele disse a um canal local que a invas�o � uma "atrocidade" e que "Putin est� mais pr�ximo do czarismo e do ultranacionalismo do que qualquer outra coisa". E completou: "Eu apoio os ucranianos diante dessa invas�o."
Em Dublin, Haia e Amsterd�, centenas de pessoas tamb�m participaram de manifesta��es nesta quinta-feira em frente a representa��es russas. Houve, ainda, protestos em Beirute e T�quio.
BERLIM