
Depois de despencar no in�cio da pandemia da covid-19, o pre�o do petr�leo bruto se recuperou de forma gradual nos �ltimos meses e, recentemente alimentado pela crise da Ucr�nia, chegou a US$ 100 o barril na quinta-feira (24), pela primeira vez desde 2014.
As empresas petrol�feras, tanto gigantes como ExxonMobil e Chevron quanto menores, t�m tido o cuidado de n�o aproveitar os lucros para crescer a todo custo.
Os investidores parecem mais favor�veis a que os lucros sejam usados para pagar d�vidas, ou recompensar acionistas. Alguns tamb�m pressionam as grandes empresas a gastarem mais dinheiro em energias que liberem menos carbono do que os hidrocarbonetos.
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Al�m disso, os gigantes do setor aprenderam uma li��o com a forte queda dos pre�os do petr�leo no in�cio de 2020 e a persistente incerteza sobre a trajet�ria da pandemia e seus efeitos na demanda energ�tica.
Dada a recente escalada dos pre�os, o poderoso gr�mio de produtores de energia dos Estados Unidos, o American Petroleum Institute, considerou, no entanto, que Joe Biden precisava mudar de rumo.
A entidade pediu ao presidente que autorize mais projetos de explora��o em terras federais e em alto-mar, agilize o licenciamento e diminua a burocracia.
"� medida que a crise na Ucr�nia se aprofunda, a lideran�a energ�tica dos Estados Unidos � mais importante do que nunca", escreveu o grupo no Twitter.
Os congressistas republicanos tamb�m brandiram a situa��o na Ucr�nia para reiterar sua oposi��o � pol�tica energ�tica e ambiental de Biden, que, entre outras medidas, cancelou o oleoduto Keystone e imp�s restri��es a projetos de energia em terras federais.
Neste contexto, o senador Bill Cassidy, da Louisiana, quer que os Estados Unidos "inundem" o mundo com energia barata para "destruir" a "m�quina de guerra" financiada pelo petr�leo da R�ssia.
Guerra econ�mica
Para Peter McNally, analista da empresa de investimentos Third Bridge, as empresas do setor n�o v�o mudar sua estrat�gia repentinamente.
"Todo mundo tem dito �s empresas que n�o extraiam muito, tanto acionistas quanto investidores socialmente conscientes e o presidente Joe Biden", comentou � AFP.
O setor j� viu o barril ultrapassar os US$ 100 e, todas as vezes, o pre�o caiu acentuadamente.
O status da R�ssia como gigante da energia, terceiro maior produtor de petr�leo do mundo e fornecedor de at� 40% das importa��es de g�s da Europa, influenciou a resposta ocidental � invas�o da Ucr�nia.
Na quinta-feira, Washington anunciou uma nova rodada de san��es, mas se absteve de excluir Moscou do sistema banc�rio internacional Swift, que permite que dinheiro seja facilmente transferido para pagar barris de petr�leo.
"Um conflito militar em larga escala entre a R�ssia e o Ocidente � improv�vel, mas uma guerra econ�mica profunda � quase inevit�vel", acredita Jarand Rystad, presidente da empresa Rystad Energy, observando que a R�ssia poderia usar suas exporta��es de energia como uma arma.
De qualquer forma, pelo menos at� recentemente, os produtores de petr�leo dos EUA relutavam em aumentar seus investimentos em novos projetos.
Na semana passada, a Devon Energy disse que n�o planejava aumentar os gastos com investimentos em 2022, embora seus lucros tenham aumentado.
Durante a divulga��o dos resultados anuais no final de janeiro, o CEO da Chevron, Mike Wirth, tamb�m prometeu "permanecer disciplinado" em quest�es de investimento.
Tradicionalmente, o aumento dos pre�os da energia incentiva o desenvolvimento de alternativas aos combust�veis f�sseis, lembra Jim Krane, especialista em energia da Rice University, em Houston.
E, embora a crise na Ucr�nia exacerbe as preocupa��es com a seguran�a energ�tica de curto prazo, ela n�o muda a necessidade de fontes mais limpas, argumenta.
O conflito "pode retardar esse processo em alguns lugares e aceler�-lo em outros", prev�.
Entenda o conflito
CHEVRON
DEVON ENERGY