
O Brasil condenou a invas�o da R�ssia na Ucr�nia durante a reuni�o do Conselho de Seguran�a da Organiza��o das Na��es Unidas (ONU), na noite desta sexta-feira (25). A resolu��o de condena��o recebeu onze votos a favor, com tr�s absten��es e um voto contr�rio e definitivo do governo russo, que presidia o encontro e exerceu o poder de veto.
Leia: Por que a R�ssia invadiu a Ucr�nia?
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Adendo: a palavra "condenar" foi retirada do texto proposto e substitu�da por "deplorar", uma refer�ncia ao Cap�tulo 7 da Carta das Na��es Unidas, que prev� um poss�vel recurso � for�a, tamb�m suprimido.
O embaixador brasileiro na ONU, Ronaldo Costa Filho, discursou para posicionar o Brasil diante do conflito que preocupa as na��es. "A integridade territorial e a soberania [dos pa�ses] n�o s�o palavras vazias. � nosso dever dar significado concreto a elas", disse diante da c�pula. "Precisamos criar condi��es de di�logo, buscar espa�o para di�logo enquanto garantinmos que a invas�o no territ�rio soberano seja inaceit�vel".
Para o embaixador, o mais importante � voltar � negocia��o entre os pa�ses para o fim do conflito. "Precismoa buscar caminhos para a paz na Ucr�nia, n�o recuar nas negocia��es diplom�ticas. As vidas de milh�es est�o sob amea�a. No fim, a paz precisa prevalecer", defendeu.
Agora, a expectativa � para que o documento seja analisado na Assembleia-Geral das Na��es Unidas, que conta com 193 membros.
Como votou cada pa�s
A favor: Alb�nia, Brasil, Estados Unidos, Fran�a, Gab�o, Gana, Irlanda, M�xico, Noruega, Qu�nia e Reino Unido;
Contra: R�ssia;
Absten��es: China, Emirados �rabes Unidos e �ndia;
Poder de veto russo
O Conselho de Seguran�a da ONU � composto ao todo por 15 pa�ses, dentre eles cinco s�o membros permanentes e por isso t�m o poder de vetar resolu��es. China, Estados Unidos, Fran�a, Reino Unido e R�ssia s�o os detentores deste poder.
Como o Conselho est� sendo presidido pela R�ssia, somados ao poder de veto que o pa�s possui, a resolu��o n�o foi aprovada e causou garantiu que nenhuma decis�o fosse adotada.
A resolu��o pedia que a R�ssia "retirasse imediata, completa e incondicionalmente" as for�as militares da Ucr�nia e "revertesse" a decis�o de reconhecer a independ�ncia das prov�ncias do leste ucraniano -- Donetsk e Luhansk - em guerra, uma vez que "viola a integridade territorial".
Brasil sob press�o
Costa Filho alertou que o mundo vive um momento "sem precedentes" e uma "viola��o da Carta da ONU". Por isso, segundo o embaixador, o Brasil est� "profundamente preocupado" com a opera��o militar russa e alertou que "uma linha foi cruzada".
A escalada de press�o para que o Brasil manifestasse voto contra a R�ssia foi sentida no Itamaraty desde o in�cio do conflito, na �ltima quinta-feira (24/2). Poucas horas antes da reuni�o, o secret�rio de Estado norte-americano Antony Blinken telefonou ao chanceler brasileiro para pedir apoio ao documento.
Na manh� desta sexta-feira, embaixadores europeus tamb�m foram at� o Itamaraty pedir um posicionamento do governo brasileiro na ONU.
Documento
A resolu��o proposta pelos norte-americanos afirma que o ataque russo � Ucr�nia � uma viola��o da paz e seguran�a internacionais e que a R�ssia cometeu um ato de agress�o contra a Ucr�nia e condena de forma veemente a invas�o.
O texto ainda diz que a R�ssia deve retirar imediatamente todas as suas for�as da Ucr�nia e reverter o reconhecimento das regi�es separatistas de Donetsk e Luhansk.