Margarita Simonian, que costuma fazer coment�rios fervorosos no Twitter em defesa do presidente russo, a quem chama de l�der, n�o faz rodeios: "Se agora t�m vergonha de serem russos, n�o se preocupem, n�o s�o russos."
Milhares de pessoas se manifestaram contra a invas�o russa � Ucr�nia e a rea��o da pol�cia foi a mesma que com opositores do Kremlin: realizando centenas de pris�es. Tanto � que o movimento se transferiu para a internet e come�ou a se fazer ouvir e a receber apoio de alguns famosos.
As bandeiras ucranianas s�o onipresentes nas fotos de perfil, assim como os emojis de choro. A hashtag #HeTBo?He (n�o � guerra) era popular no Twitter neste s�bado.
Desde a �ltima quinta-feira, data do in�cio da invas�o, celebridades russas de maior ou menor calibre expressaram seu horror, sua impot�ncia, e pediram o fim imediato da guerra, que atinge o cora��o da Europa.
Funcion�ria do jornal "Kommersant", a jornalista Elena Tchernenko, disse que foi exclu�da do pool de colegas que acompanhavam o ministro russo das Rela��es Exteriores, Sergei Lavrov, por ter iniciado uma peti��o contra a guerra.
Uma carta aberta das profiss�es art�sticas e culturais foi apoiada hoje por mais de 2.000 pessoas do sindicato e desqualificou o argumento de Vladimir Putin de que a invas�o foi uma opera��o de "manuten��o da paz" para salvar russos no leste da Ucr�nia: "For�ar a paz mediante o uso da for�a � um absurdo."
- Mais de 700 mil assinaturas -
M�dicos e enfermeiros assinaram sua pr�pria carta on-line. "N�o importa como o uso de armas letais seja justificado, elas continuam sendo letais", escreveram.
Uma peti��o contra a guerra no site change.org recolheu mais de 750.000 assinaturas em dois dias. Celebridades tamb�m se fizeram ouvir.
O ganhador do Pr�mio Nobel da Paz de 2021 e redator-chefe do jornal de oposi��o "N�vaya Gazeta" expressou sua vergonha em um v�deo publicado na internet. "Estamos sofrendo. Nosso pa�s, por ordem do presidente Putin, iniciou uma guerra contra a Ucr�nia. E ningu�m pode det�-lo. Por isso, al�m do nosso sofrimento, n�s nos sentimos envergonhados", disse Dmitri Muratov.
Em rea��o simb�lica, os fundadores do "Regimento dos Imortais", organiza��o muito apreciada pelo Kremlin, porque se encarrega de preservar a mem�ria dos mortos na Segunda Guerra Mundial, pediram a Putin que parasse com o ataque, classificando o uso da for�a como "desumano".
O museu de arte contempor�nea Garage, localizado em Moscou e fundado pelo oligarca Roman Abramovich, ligado ao Kremlin, anunciou seu fechamento neste s�bado, recusando-se a "manter a ilus�o de normalidade".
Dois deputados comunistas que votaram a favor do reconhecimento pela R�ssia da independ�ncia das regi�es separatistas no leste da Ucr�nia denunciaram a invas�o. "Eu votei pela paz, n�o pela guerra (...) n�o pelo bombardeio a Kiev", assinalou o deputado Mikha�l Matve�ev. Dirigindo-se �s personalidades e aos "milhares e milhares" de russos an�nimos que denunciam a invas�o, o presidente ucraniano agradeceu.
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MOSCOU
Cr�ticos da guerra se organizam na R�ssia
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