No quarto dia da ofensiva russa, as for�as ucranianas t�m o controle total de Kharkiv, uma cidade do nordeste de 1,4 milh�o de habitantes na fronteira russa, afirma o governador Oleg Sinegubov.
"Kharkiv est� sob nosso controle total", escreveu Sinegubov nas redes sociais, garantindo que uma "elimina��o dos inimigos na cidade" estava em andamento.
Pela manh�, um jornalista da AFP relatou combates nas ruas e viu tanques russos, abandonados, ou em chamas.
Enquanto isso, v�rios pa�ses - entre eles Alemanha, It�lia, pa�ses escandinavos e B�lgica - anunciaram neste domingo o fechamento de seu espa�o a�reo para avi�es russos.
No dia anterior, o Ocidente excluiu os bancos russos do sistema banc�rio SWIFT, uma decis�o � qual o Jap�o aderiu hoje, anunciando tamb�m que entregaria mais armas � Ucr�nia.
A Ucr�nia recorreu ao Tribunal Internacional de Justi�a em Haia para ordenar que Moscou cesse as hostilidades, de acordo com o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky.
- "Legi�o internacional" -
"Vassylkiv, Kiev, Cherniguiv, Sumi, Kharkiv e muitas outras cidades vivem em condi��es que n�o v�amos em nossas terras (...) desde a Segunda Guerra Mundial", lan�ou Zelensky, acusando a R�ssia de considerar as �reas habitadas "como um alvo leg�timo".
Ele elogiou a forma��o de uma "coaliz�o antiguerra" internacional para apoiar a Ucr�nia e convocou os estrangeiros a irem lutar "contra os criminosos de guerra russos" na "Legi�o Internacional" que est� sendo formada pela Ucr�nia.
Desde quinta-feira, em torno de 368.000 refugiados fugiram dos combates na Ucr�nia para os pa�ses vizinhos, e seu n�mero "continua a aumentar", anunciou o Alto Comissariado das Na��es Unidas para os Refugiados (Acnur).
A Pol�nia recebeu cerca de metade deste total, e a Alemanha tornou os trens gratuitos para todos os ucranianos procedentes deste pa�s.
O papa Francisco pediu a abertura "urgente" de corredores humanit�rios e exortou "que as armas sejam silenciadas" na Ucr�nia.
Elogiado hoje pelo presidente Vladimir Putin por seu "hero�smo", o Ex�rcito russo recebeu ordens, no s�bado, para expandir sua ofensiva, alegando que Kiev recusou negocia��es.
Em seu serm�o dominical, o patriarca ortodoxo russo Kirill chamou os opositores de Moscou na Ucr�nia de "for�as do mal".
O Kremlin, que diz querer acabar com um suposto "genoc�dio" de russos na Ucr�nia, acusou Kiev de n�o "aproveitar a oportunidade" para negocia��es, ap�s uma nova oferta para conversar em Belarus, por onde a R�ssia invadiu seu vizinho.
- "Sabotagem" -
Zelensky respondeu que estava pronto para negociar, mas n�o neste pa�s que serve como base de retaguarda para o Ex�rcito russo, antes de anunciar que havia discutido com o presidente bielorrusso, Alexander Lukatchenko.
Em Kiev, sob toque de recolher at� as 8h (3h de Bras�lia) de segunda-feira (28), a manh� foi calma, ap�s confrontos durante a noite "com grupos subversivos", segundo o gabinete do prefeito.
Soldados patrulhavam nervosamente as ruas com suas armas em punho e avi�es voavam sobre suas cabe�as.
"N�o posso dizer que n�o estou com medo", admitiu Flora Stepanova, de 41 anos, respirando fundo em um parque, "mas � melhor do que ficar sentada na frente da televis�o e assistir �s not�cias o tempo todo, porque enlouquece".
Cerca de 30 quil�metros a sudoeste de Kiev, os combates continuavam pelo controle da base a�rea de Vassylkiv, impedindo que os bombeiros atuassem ao amanhecer para apagar um grande inc�ndio em um dep�sito de petr�leo atingido � noite perto desta cidade, segundo o chefe da administra��o da regi�o de Kiev, Oleksy Kuleba.
De acordo com o Estado-Maior ucraniano, o Ex�rcito russo "n�o alcan�ou" seu "objetivo principal (que) � bloquear Kiev" e recorre � "sabotagem" com "grupos de reconhecimento que destroem a infraestrutura civil".
O Minist�rio russo da Defesa afirmou, por sua vez, ter cercado duas grandes cidades do sul, Kherson e Berdiansk, que t�m 290.000 e 110.000 habitantes, respectivamente.
"A cidade de Genichesk e o aer�dromo de Chernobayevka, perto de Kherson, tamb�m foram controlados", disse um comunicado.
- Mundo diferente -
Ele tamb�m falou dos separatistas pr�-russos no leste, apoiados pelos militares russos, que teriam avan�ado, segundo Moscou, 52 quil�metros desde o in�cio da ofensiva. No total, o Ex�rcito russo afirma ter destru�do 975 instala��es militares ucranianas.
At� agora, o Minist�rio da Defesa da R�ssia n�o mencionou uma ofensiva em Kiev, citando disparos de m�sseis de cruzeiro contra infraestruturas militares, avan�os no leste - onde o Ex�rcito apoia os territ�rios separatistas de Donetsk e Lugansk - e no sul da Ucr�nia, onde as for�as russas entraram na quinta-feira pela pen�nsula da Crimeia, anexada por Moscou em 2014.
No s�bado, a ONU contabilizou pelo menos 64 mortos entre civis e centenas de milhares de pessoas sem �gua, ou eletricidade.
De acordo com o Minist�rio da Sa�de da Ucr�nia, pelo menos 198 civis, incluindo tr�s crian�as, foram mortos, e 1.115 pessoas ficaram feridas desde quinta-feira. Dezenas de militares ucranianos perderam a vida nos combates.
O Ex�rcito ucraniano informou que matou mais de 4.300 soldados russos. Kiev lan�ou um site que permite que parentes de soldados russos mortos saibam de sua perda, enquanto Moscou mant�m sil�ncio sobre suas baixas.
Os ocidentais se reservam "o direito de impor" novas san��es a Moscou, alertou o chanceler alem�o, Olaf Scholz, dizendo que ainda est� aberto a discuss�es.
"O mundo depois n�o ser� mais o mesmo que o mundo anterior", insistiu.
- Novas san��es -
A ministra brit�nica das Rela��es Exteriores, Liz Truss, tamb�m anunciou novas san��es contra os oligarcas russos, acreditando que o conflito pode durar "v�rios anos".
Em seu novo pacote de san��es adotado ontem, o Ocidente excluiu muitos bancos russos da plataforma SWIFT, uma engrenagem essencial nas finan�as globais. Tamb�m prometeram mais armas para a Ucr�nia.
Rompendo sua pol�tica tradicional de se recusar a exportar armas letais para zonas de conflito, a Alemanha vai fornecer mil lan�adores de foguetes antitanque e 500 m�sseis terra-ar.
Washington prometeu nova ajuda militar de US$ 350 milh�es. Holanda, B�lgica, Austr�lia e Rep�blica Tcheca fornecer�o armas letais, e a Fran�a, uma "entrega adicional de equipamentos de defesa".
A Gr�cia, que acusa a R�ssia de ter matado ucranianos da minoria grega, Portugal e Rom�nia prometeram equipamentos militares neste domingo.
E, no mundo dos esportes, a Federa��o Internacional de Jud� anunciou a "suspens�o" do status de Putin como presidente honor�rio. Al�m disso, a Federa��o Tcheca de Futebol se recusar� a enfrentar a R�ssia na repescagem para o Mundial do Catar-2022, assim como Pol�nia e Su�cia.
O gigante americano da Internet Google "suspendeu" a capacidade de os ve�culos financiados pelo Estado russo gerarem receita em suas plataformas.
Uma reuni�o dos ministros europeus do Interiores est� sendo realizada para se preparar para um poss�vel afluxo de refugiados, seguida de uma reuni�o de ministros das Rela��es Exteriores da Uni�o Europeia.
CARC�VIA