
O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou ontem que colocar� em alerta a “for�a de dissuas�o” do Ex�rcito russo, que pode incluir um componente nuclear, no quarto dia da invas�o da Ucr�nia por Moscou. “Ordeno ao ministro da Defesa e ao chefe do Estado-Maior que coloquem as for�as de dissuas�o do Ex�rcito russo em alerta especial de combate”, disse Putin em uma reuni�o com os l�deres militares russos. O ministro da Defesa, Sergei Shoigu, respondeu: “Afirmativo”. As tens�es internacionais j� aumentaram com a invas�o da Ucr�nia pela R�ssia e a ordem de Putin pode causar ainda mais alarme.
Moscou possui o segundo maior arsenal de armas nucleares do mundo e um enorme arsenal de m�sseis bal�sticos que formam a espinha dorsal das for�as de dissuas�o do pa�s. “Eles veem que os pa�ses ocidentais n�o s�o apenas hostis ao nosso pa�s no campo econ�mico, quero dizer as san��es ileg�timas”, acrescentou, em um discurso televisionado. “Oficiais seniores dos principais pa�ses da Otan tamb�m permitem declara��es agressivas contra nosso pa�s”, disse ele.
Com o avan�o das tropas russas e a amea�a de Putin, a presid�ncia da Ucr�nia informou, ontem que concordou em conversar com a R�ssia e que as discuss�es ocorrer�o na fronteira com Belarus, perto da zona de exclus�o de Chernobil. Esta decis�o foi tomada ap�s a media��o do presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko. “A delega��o ucraniana se reunir� com a (delega��o) russa sem estabelecer condi��es pr�vias na fronteira ucraniano-bielorrussa, na regi�o do rio Pripyat”, declarou a presid�ncia em um comunicado.
A Ucr�nia quer “tentar” negociar com a R�ssia, ainda que sem muita convic��o de que as negocia��es marcadas possam p�r fim � invas�o russa, disse o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. “Digo as coisas claramente, como sempre: n�o acho que v� dar resultado”, mas “temos que tentar”, disse Zelenskiy em um v�deo, antes das conversas agendadas entre R�ssia e Ucr�nia na fronteira com Belarus.
O governo ucraniano afirmou que Lukashenko garantiu a Zelensky que “todos os avi�es, helic�pteros e m�sseis estacionados em territ�rio bielorrusso permanecer�o em terra durante a viagem, as negocia��es e o retorno da delega��o ucraniana”. Segundo o presidente Vladimir Putin, uma delega��o russa est� na cidade bielorrussa de Gomel. Moscou queria que as negocia��es ocorressem em Belarus, um de seus aliados. Recusando-se a viajar para Minsk, Zelensky relatou que seu governo ofereceu “Vars�via, Bratislava, Budapeste, Istambul e Baku” como op��es para a R�ssia.
Em rea��o � amea�a de Putin, o ministro das Rela��es Exteriores da Ucr�nia disse que Kiev n�o vai ceder nas negocia��es com a R�ssia, acusando o l�der russo de tentar aumentar a “press�o”. “N�o vamos nos render, n�o vamos capitular, n�o vamos desistir de um �nico cent�metro de nosso territ�rio”, declarou Dmytro Kuleba em uma coletiva de imprensa transmitida online. Os Estados Unidos, por sua vez, afirmaram que Putin est� “fabricando amea�as”. “Este � um padr�o do presidente Putin que temos visto ao longo deste conflito, que est� fabricando amea�as que n�o existem para justificar novas agress�es”, disse a secret�ria de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, ao canal ABC.
Press�o
A Uni�o Europeia (UE) anunciou ontem um aumento da press�o sobre a R�ssia por sua ofensiva contra a Ucr�nia, com medidas que incluem o financiamento da compra e entrega de armas e equipamentos �s for�as ucranianas. A presidente da Comiss�o Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou: “Estamos fechando o espa�o a�reo da UE para os russos. Iremos propor a proibi��o de todas as aeronaves de propriedade russa, registradas ou controladas pela R�ssia”. “Nosso espa�o a�reo estar� fechado para todos os avi�es russos, incluindo os jatos particulares dos oligarcas”, disse Ursula, ressaltando hoje que, “pela primeira vez, a UE vai financiar a compra e entrega de armas e equipamentos ao pa�s atacado”.
O chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, disse que a reuni�o de chanceleres convocada em car�ter de urg�ncia para ontem discutiu o uso de linhas de financiamento “para fornecer �s for�as ucranianas armas letais, combust�vel, equipamentos de prote��o e dispositivos m�dicos”. Entre as medidas anunciadas neste domingo, Ursula Von der Leyen mencionou a desarticula��o da “m�quina de imprensa do Kremlin” na UE, com a proibi��o de funcionamento das redes RT (Russia Today) e Sputnik. A UE tamb�m anunciou que adotar� san��es contra o governo bielorrusso, por ter permitido que seu pa�s fosse usado como plataforma de lan�amento da ofensiva russa contra a Ucr�nia. O governo bielorrusso de Alexander Lukashenko "� c�mplice no ataque � Ucr�nia", acusou Ursula.
Emerg�ncia
O Conselho de Seguran�a da ONU aprovou ontem, a pedido de pa�ses ocidentais, uma resolu��o para convocar hoje, “em sess�o extraordin�ria de emerg�ncia”, a Assembleia Geral da ONU, a fim de que seus 193 membros se pronunciem sobre a invas�o � Ucr�nia. A resolu��o, promovida pelos Estados Unidos e pela Alb�nia, foi aprovada por 11 pa�ses, incluindo o Brasil, com o voto contr�rio da R�ssia e a absten��o de China, �ndia e Emirados �rabes. O regulamento da ONU n�o contempla o direito ao veto para recorrer a essa inst�ncia. Com base em um procedimento estabelecido em 1950 e intitulado “A Uni�o pela Paz”, esse recurso, que representa um rev�s para a R�ssia no cen�rio diplom�tico internacional, n�o pode ser vetado por nenhum dos cinco pa�ses-membros do Conselho de Seguran�a.
