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Estado de Minas CRISE NO LESTE EUROPEU

Por que erro de c�lculo de Putin pode fazer R�ssia intensificar ataques

No passado, l�der russo sempre se recusou a recuar quando as coisas n�o sa�ram como planejado, escreve editor de assuntos internacionais da BBC


02/03/2022 16:03 - atualizado 02/03/2022 16:13


Tanque destruído nos arredores de Kiev
Resist�ncia ucraniana tem sido dura (foto: Getty Images)

A rea��o da Ucr�nia � primeira semana de ofensiva russa contra o pa�s foi muito mais forte do que Vladimir Putin esperava, ou muito possivelmente do que seus generais lhe haviam prometido.

Estes ainda s�o, contudo, os est�gios iniciais do que pode se tornar uma guerra s�rdida.

Putin provavelmente esperava que a capital ucraniana, Kiev, ca�sse poucos dias depois da invas�o das for�as russas. E certamente tinha expectativa de que os chamados pa�ses ocidentais (principalmente EUA, Uni�o Europeia e Reino Unido), intimidados e divididos, aceitassem que ele reivindicasse o territ�rio que diz ser historicamente parte da R�ssia.

Nada disso aconteceu. A Ucr�nia provou ser resiliente, e a rea��o dos pa�ses ocidentais, particularmente da Alemanha, foi muito mais dura do que ele pensava. A economia da R�ssia j� foi brutalmente atingida.

Uma grande aliada de Putin, a China, agora parece preocupada que esse surto de raiva ocidental possa, um dia, se voltar contra ela pr�pria — com s�rios danos potenciais %u200B%u200B� economia chinesa — e, assim, j� tratou de se distanciar da invas�o.

A Otan, por outro lado, pode se fortalecer. Finl�ndia e Su�cia podem acabar se juntando � alian�a em busca de prote��o. Putin lan�ou essa guerra em parte para impedir que a Ucr�nia um dia se juntasse � Otan, mas ele pode acabar se deparando com ainda mais membros da alian�a ao seu redor, neste caso em sua fronteira noroeste.

Todos esses s�o grandes reveses para o presidente russo, e decorrem de seus pr�prios erros de c�lculo, reflexo dos planos que fez enquanto se isolava da covid. Putin ouviu apenas alguns poucos conselheiros, que podemos supor que lhe disseram apenas o que ele queria ouvir.


Mulher ferida em Kharkiv recebe ajuda (1/3)
Mulher ferida em Kharkiv recebe ajuda (1/3): h� relatos de diversos civis feridos (foto: EPA)

Agora, ter� que buscar novas op��es. Putin sempre se recusou a recuar quando as coisas n�o saem como planejado. Ele vai revidar com mais for�a — e tem as armas para tanto.

 

A embaixadora ucraniana nos EUA afirma que as for�as russas j� usaram uma arma termob�rica — a chamada "bomba de v�cuo", que suga oxig�nio para gerar uma explos�o de alta temperatura devastadora.

 

Representantes diplom�ticos costumam fazer alega��es extremas em momentos como o atual, mas o fato � que j� vimos v�deos de lan�adores de foguetes termob�ricos russos a caminho da Ucr�nia. Analistas dizem que � provavelmente apenas uma quest�o de tempo at� que eles sejam utilizados %u200B%u200Bmais amplamente.


Prédio atingido por míssil em Kiev (26/2)
Pr�dio atingido por m�ssil em Kiev (26/2): conflito j� adentrou �reas urbanas (foto: Getty Images)

Fotografias tamb�m sinalizam que bombas de fragmenta��o podem ter sido usadas contra civis em Kharkiv. Quando disparados, esses artefatos espalham o que se chama de "submuni��es", que promovem uma chuva de estilha�os que provocam ferimentos graves em em qualquer pessoa dentro de uma �rea de alcance consideravelmente ampla.

 

Uma conven��o internacional proibiu em 2008 que essas armas fossem usadas - a R�ssia, entretanto, n�o foi signat�ria do acordo, alegando que usa bombas de fragmenta��o de acordo com o Direito Internacional Humanit�rio. O povo de Kharkiv possivelmente discorda disso.

 

Vladimir Putin n�o hesita antes de usar armas excessivamente perigosas. Acredita-se que ele tenha autorizado o uso de pol�nio radioativo para assassinar o ex-agente da KGB Alexander Litvinenko em Londres em 2006. � prov�vel que tamb�m tenha concordado em deixar a intelig�ncia militar russa atacar Sergei Skripal, outro desertor, com o agente nervoso t�xico Novichok em Salisbury em 2018. Skripal sobreviveu, embora uma mulher, Dawn Sturgess, tenha morrido ap�s ser exposta � subst�ncia letal.

 

O perigo para civis totalmente inocentes n�o parece t�-lo preocupado.

 

Estes foram planejados como assassinatos direcionados, n�o o tipo de ataque generalizado que estamos come�ando a ver na Ucr�nia, mas o princ�pio � o mesmo - vidas civis n�o importam se os interesses mais amplos da R�ssia estiverem em jogo.

Estaria ele preparado para usar armas nucleares caso n�o consiga o que quer na Ucr�nia? Isso deve ser uma possibilidade — mas a maioria dos analistas acha que ainda n�o estamos perto desse est�gio.

 

� verdade que Putin disse de forma sombria que, caso algu�m considere interferir no conflito, enfrentar� "consequ�ncias mais graves do que qualquer outra em sua hist�ria". E ele sempre repete a ideia de que, se o mundo n�o inclui a R�ssia, por que deveria continuar existindo?

 

Ainda assim, a Otan teria que calcular muito mal para que um confronto nuclear se desenvolvesse.

 

A hist�ria pode se repetir — em 1939, St�lin atacou a Finl�ndia na esperan�a de que o pa�s se rendesse em poucos dias. As For�as Armadas e os civis finlandeses mostraram, no entanto, uma dura resist�ncia, que promoveu baixas humanas e materiais significativas para o Ex�rcito russo.

 

Quando a chamada Guerra de Inverno chegou ao fim, a Finl�ndia perdeu territ�rios, mas permaneceu um pa�s independente. Existe a possibilidade de que a guerra na Ucr�nia termine de maneira semelhante.

 

Estamos apenas no in�cio dos acontecimentos, e s� porque a Ucr�nia resistiu at� agora, n�o significa que pode resistir ao poderio militar da R�ssia por muito tempo. A primeira rodada, contudo, correu melhor que o imaginado, e a resposta do Ocidente foi muito mais robusta do que a maioria das pessoas esperava — especialmente Vladimir Putin.

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