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Estado de Minas KIEV

Soldados ucranianos feridos falam sobre combates em hospital de Kiev

Ucr�nia e R�ssia est�o em guerra desde a �ltima semana, com invas�o russa em terras ucranianas


05/03/2022 10:44 - atualizado 05/03/2022 11:37

Tropas militares
(foto: Wojtek Radawanski/AFP)
Diante da maca ensanguentada em um hospital de Kiev, o m�dico examina o soldado Oleksiy, jovem ucraniano ferido nos ataques russos em seu avan�o em dire��o � capital da Ucr�nia.

"Voc� sente a perna esquerda?", pergunta o m�dico. "Sim", responde Oleksiy, que respira com o aux�lio de aparelhos. "Mas n�o consigo dobrar meu joelho direito".

Ele chegou procedente de Bucha, a 30 km da capital, onde o ex�rcito russo ataca de maneira intensa as tropas ucranianas para tentar romper a barreira que impede sua entrada em Kiev pela frente noroeste.

O soldado ferido est� nu sob um fino len�ol azul, que o m�dico levanta para examin�-lo. O p� direito est� ileso, ao contr�rio do esquerdo, envolto em uma bandagem grossa e ensanguentada.

O m�dico pressiona a perna, coberta por uma grande tatuagem. Quando chega � altura das n�degas, o soldado se contorce de dor. "Relaxe, relaxe", afirma o doutor.

O m�dico Oleksandr Shcherbyna, diretor do hospital, est� preocupado com o ferimento na perna esquerda. "Ele vai sobreviver, mas temos que tentar evitar a amputa��o", explica.

Localizado na zona norte de Kiev, o hospital � um dos centros p�blicos mais pr�ximos da frente de batalha de Bucha e � poss�vel ouvir as explos�es.

Em outro quarto do hospital, quatro soldados feridos, tamb�m feridos em Bucha, recebem atendimento.

"Est�vamos em uma opera��o de reconhecimento e ca�mos diante de uma coluna inimiga que avan�ou sem que a v�ssemos", explica o soldado Motyka, de 29 anos.

"Lutamos e matamos soldados a p�, mas eles nos inundaram com disparos de morteiro", lembra. Pressionado, o batalh�o ucraniano teve que optar pela retirada. "Eles nos cercaram", explica Motyka.

"V�rios de nossos homens morreram, incluindo um comandante da minha unidade, que nos deu cobertura e se sacrificou", recorda.

Ele foi atingido por estilha�os. Seu colega Kravchenko, de 25 anos, foi atingido no ombro.

At� o momento, o governo da Ucr�nia n�o divulgou um balan�o sobre as baixas entre os militares e informou a morte de 350 civis na guerra. A R�ssia anunciou na quarta-feira que perdeu 498 soldados na ofensiva.

Os jovens Motyka e Kravshenko t�m tatuagens - caveiras e s�mbolos ultranacionalistas - que mostram que integram o pol�mico batalh�o de Azov.

"Nem racistas nem nazistas"


Este regimento, formado em 2014 por volunt�rios ucranianos e estrangeiros para lutar ao lado do ex�rcito oficial contra os separatistas pr�-R�ssia do leste do pa�s, � conhecido pelos combates violentos.

Integrado oficialmente desde ent�o �s for�as do governo da Ucr�nia, o batalh�o de Azov � acusado por ONGs e analistas ocidentais de abusos graves - deten��es arbitr�rias, execu��es sum�rias e torturas - e de ter entre suas fileiras combatentes neonazistas.

Uma reputa��o que o soldado Kravshenko nega.

"N�o tenham medo de n�s, n�o nos demonizem! N�o somos racistas nem nazistas! O batalh�o de Azov re�ne pessoas diferentes, de pa�ses diferentes pa�ses, e amamos nossos aliados ocidentais", afirma.

Ap�s a recupera��o, "em algumas semanas" no m�ximo, acreditam, Motyka e Kravshenko retornar�o aos combates. "Nossa moral est� no n�vel mais elevado", declara o primeiro.

No corredor, o dr. Shcherbyna garante que o hospital consegue atender o fluxo de feridos. "Com o toque de recolher, temos menos pacientes civis, temos apenas estes casos urgentes", explica.

E depois? O diretor do hospital para por alguns segundos. "Depois, eu n�o sei o que vai acontecer", afirma, triste, enquanto as explos�es continuam na frente de batalha de Bucha.


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