- Milhares de militares mortos -
O alto n�mero de v�timas ap�s duas semanas de conflito atesta sua intensidade.
Embora seja necess�rio cautela ao analisar os dados dispon�veis, a R�ssia, que mobilizou mais de 150.000 soldados, sem d�vida enfrenta grandes perdas.
O �nico relat�rio oficial russo dispon�vel, publicado em 2 de mar�o, menciona quase 500 soldados mortos e 1.600 feridos em suas fileiras, uma m�dia de cerca de 80 mortos e 260 feridos por dia. Os n�meros, no entanto, parecem subestimados.
Na ter�a-feira (8), os Estados Unidos estimaram que entre 2.000 e 4.000 russos tinham morrido em combate, ou seja, entre 153 e 307 mortes por dia.
Com a propor��o de tr�s feridos para cada morto anunciada por Moscou, o ex�rcito russo contaria neste caso com entre 6.000 e 12.000 feridos.
Em termos de compara��o, cerca de 4.000 soldados americanos morreram no Iraque entre 2003 e 2021. No Afeganist�o, 2.500 militares americanos n�o voltaram para casa em duas d�cadas de conflito com os talib�s.
- Alta intensidade -
Com o conflito na Ucr�nia, "o mundo est� redescobrindo o combate de alta intensidade", diz Pierre Razoux, diretor acad�mico da Funda��o Mediterr�nea para Estudos Estrat�gicos (FMES, na sigla em franc�s).
Razoux lembra que esse n�vel de desgaste j� foi alcan�ado durante a guerra da Chech�nia (1994-1996) e a guerra �rabe-israelense do Yom Kippur (1973), na qual "os israelenses tiveram 3.000 mortos e 9.000 feridos em tr�s semanas".
"Durante a guerra entre Ir� e Iraque, os n�meros chegavam a 1.000 mortos por dia nas grandes ofensivas", explica o acad�mico, ao mencionar o conflito ocorrido na d�cada de 1980.
Na Ucr�nia, o n�mero de mortos pode aumentar se os russos entrarem nas grandes cidades, onde as for�as ucranianas entrincheiradas ter�o vantagens t�ticas significativas.
"Se as for�as ucranianas continuarem a infligir baixas ao ex�rcito russo no ritmo atual, [o presidente russo Vladimir] Putin ter� que come�ar a pensar em uma estrat�gia de sa�da vi�vel", disse Gustav Gressel, citado em nota do think tank do Conselho Europeu de Rela��es Exteriores (ECFR, na sigla em ingl�s).
Kiev, por sua vez, n�o relatou suas baixas, mas Moscou assinalou no in�cio de mar�o que 2.800 soldados ucranianos tinham sido mortos.
- Centenas de blindados destru�dos -
Ve�culos blindados em chamas, destru�dos, caminh�es abandonados nas estradas... Imagens mostram danos significativos em equipamentos militares.
Um balan�o superestimado do Minist�rio da Defesa ucraniano sobre as perdas russas relata 81 helic�pteros, 317 tanques, mil ve�culos blindados, 120 canh�es de artilharia, 28 ve�culos de defesa a�rea, 56 lan�adores de foguetes, 60 navios-tanque, sete drones e tr�s navios.
O site oryxspioenkop.com, que registra apenas perdas documentadas de material ucraniano e russo, observou nesta quarta-feira (9) que a R�ssia perdeu 151 tanques, quase 300 ve�culos blindados, 10 ca�as e 11 helic�pteros, em compara��o com 46 tanques, quase 100 ve�culos blindados, cinco ca�as e dois navios perdidos pela Ucr�nia.
- Civis mortos e exilados -
O conflito lan�ado em 24 de fevereiro causou uma das maiores crises humanit�rias do continente.
Mais de dois milh�es de pessoas fugiram para o exterior, principalmente a Pol�nia, segundo o Alto Comissariado das Na��es Unidas para os Refugiados (Acnur).
A Uni�o Europeia espera receber at� cinco milh�es de refugiados. O aumento dos bombardeios na Ucr�nia possivelmente levar� a um n�mero maior de mortes de civis.
Desde o in�cio da guerra, pelo menos 474 civis foram mortos e 861 feridos, segundo a �ltima contagem da ONU, que destaca que seus n�meros s�o provavelmente inferiores � realidade.
PARIS