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Estado de Minas PARIS

A televis�o russa ou a realidade alternativa da "opera��o militar especial" na Ucr�nia


10/03/2022 09:18

Desde a invas�o da Ucr�nia, Moscou trabalha para asfixiar a imprensa independente russa, ao impor a vis�o do conflito determinada pelo Kremlin, que cita uma "opera��o militar especial" e n�o uma guerra.

Mesmo sob o regime restritivo imposto pelo presidente Vladimir Putin, a R�ssia tinha antes da invas�o ucraniana uma panorama midi�tico relativamente diverso.

Mas tudo mudou com a nova lei draconiana adotada ap�s o in�cio da ofensiva militar, que pro�be classificar a mesma como invas�o ou a divulga��o de not�cias consideradas falsas.

Dois pilares da imprensa independente russa nos �ltimos anos, a r�dio Ekho Moskvy (Eco de Moscou) e o canal de televis�o Dozhd (Chuva), suspenderam as transmiss�es. O acesso a sites de not�cias favor�veis � oposi��o e as principais redes sociais foram bloqueadas.

O jornal independente mais conhecido da R�ssia, Novaya Gazeta - cujo chefe de reda��o, Dmitry Muratov, recebeu o Nobel da Paz no ano passado - suprimir� o conte�do sobre a Ucr�nia do arquivo de seu site para n�o entrar em conflito com a nova lei.

As mudan�as "m�o deixam margem para a livre express�o e opini�o sobre a guerra", critica Dunja Mijatovic, comiss�ria de direitos humanos no Conselho da Europa.

Jeanne Cavelier, da ONG Rep�rteres Sem Fronteiras (RSF), destacou que na R�ssia a guerra de informa��es est� "no auge".

"O presidente Vladimir Putin tem que colocar toda a imprensa em p� de guerra para justificar a invas�o da Ucr�nia aos russos, escondendo as v�timas da guerra", acrescentou.

- Mais controle -

Os programas de not�cias apresentam a guerra na Ucr�nia sob o prisma do Kremlin, com uma realidade muito alternativa sobre a situa��o.

O principal telejornal do pa�s, Vremya (Tempo), come�a todas as noites com elogios �s a��es dos soldados russos, que demonstram "hero�smo e coragem no campo de batalha.

O n�mero de mortes n�o � mencionado - que segundo fontes internacionais seriam de milhares de soldados russos -, mas a imprensa estatal denuncia a indigna��o ocidental como "histeria" e condena a "agress�o" ucraniana como atos de "neonazistas".

A palavra "invas�o" est� proibida e os apresentadores e jornalistas citam uma "opera��o militar especial na Ucr�nia".

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, � alvo de piadas e coment�rios sobre sua sa�de mental.

O principal correspondente de guerra do canal estatal, Yevgeny Poddubny, que acompanha as tropas russas fora de Kiev, declarou recentemente que as a��es da Ucr�nia "atrasam o avan�o das tropas russas, mas n�o v�o conseguir par�-las".

Embora atualmente seja dif�cil avaliar o apoio dos russos � guerra, uma pesquisa divulgada na semana passada pela consultoria VTsIOM, considerada pr�xima do governo, indicou que 71% dos russos apoiam a invas�o e que o n�mero est� aumentando.

"Nem todos na R�ssia entendem o que est� acontecendo", afirma Kadri Liik, analista do Conselho Europeu de Rela��es Exteriores.

"O espa�o para informa��es na R�ssia j� era muito controlado e agora � ainda mais", acrescentou.

- "Bases militares" chamadas Facebook -

Outros programas reproduzem o relato imposto pelo Kremlin, especialmente os programas dos apresentadores Vladimir Solovyov e Dmitry Kiselyov, ambos na lista de san��es da Uni�o Europeia.

Kiselyov, uma das figuras mais poderosas da imprensa do pa�s, afirmou em 2014 que a R�ssia poderia transformar os Estados Unidos em "cinza radioativa".

"Nossos submarinos s�o capazes de disparar 500 ogivas nucleares para assegurar a destrui��o dos Estados Unidos e de todos os pa�ses da Otan", declarou, depois que Putin ordenou que as for�as nucleares entrassem em alerta.

Uma convidada recente de Solovyov em seu programa de debate foi a chefe de reda��o do canal estatal 'Russia Today' (RT), Margarita Simonyan, para quem o pa�s deveria adotar uma pol�tica similar a da China, que pro�be as redes sociais estrangeiras.

"Admitimos em nosso pa�s, h� anos, um ex�rcito estrangeiro, permitimos bases militares com o nome de Facebook e coisas do tipo. Agora estamos surpresos que este ex�rcito estrangeiro esteja atirando em n�s", disse.

Alexei Navalny, o principal opositor do Kremlin e atualmente na pris�o, depois de sobreviver a uma tentativa de envenenamento, afirmou que est� em "choque' com o panorama da imprensa na R�ssia.

"Em breve voc�s (os russos) ter�o o mesmo acesso � informa��o que eu na pris�o, Ou seja, nada", escreveu sua conta no Twitter.

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