A Procuradoria Geral da Rep�blica conseguiu "que o Tribunal 3� de Paz de San Salvador decretasse que os r�us no caso Jesu�tas passem � etapa de instru��o, entre eles o ex-presidente Alfredo Cristiani e o ex-deputado Rodolfo Parker, em pris�o provis�ria", publicou no Twitter a institui��o judicial. A ordem tamb�m compreende quatro coron�is.
O ex-presidente, que se encontra fora do pa�s e cujo paradeiro � desconhecido, negou as acusa��es e atacou o procurador Rodolfo Delgado. "O procurador-geral, de m� f� e com claro desrespeito � verdade, acusou-me publicamente de omiss�o e encobrimento. A verdade � que eu nunca soube dos planos que eles tinham para cometer esses assassinatos", afirmou Cristiani, que, na qualidade de presidente, tamb�m era comandante-geral das For�as Armadas.
Os militares "nunca me informaram ou pediram autoriza��o, porque sabiam que eu jamais teria autorizado que se causassem danos ao padre Ellacur�a ou a seus irm�os", acrescentou o ex-presidente, ressaltando que, "neste momento, n�o h� garantias processuais em El Salvador, porque a maioria dos magistrados, ju�zes e promotores s�o impostos e completamente servis ao poder presidencial".
- Crime m�ltiplo -
Na madrugada de 16 de novembro de 1989, em meio a uma ofensiva guerrilheira em San Salvador, efetivos do agora banido batalh�o Atlacatl cometeram assassinatos no campus da Universidade Jesu�ta Centro-Americana (UCA). A Procuradoria de El Salvador havia apresentado no m�s passado a um tribunal um requerimento contra Cristiani e um grupo de militares por envolvimento no assassinato.
Nesta sexta-feira, o juiz tamb�m ordenou a pris�o provis�ria dos coron�is �scar Le�n Linares, Nelson L�pez, Joaqu�n Arnoldo Cerna e Inocente Orlando Montano. Este �ltimo cumpre pena de 30 anos de pris�o na Espanha pelo crime m�ltiplo.
No caso dos generais Juan Rafael Bustillo, Rafael Larios e Juan Orlando Zepeda, assim como dos coron�is Manuel Antonio Rivas e Camilo Hern�ndez, o tribunal ordenou medidas alternativas, devido �s suas condi��es de sa�de. O general Ren� Emilio Ponce e o coronel Francisco Elena Fuentes j� morreram.
Em setembro de 1991, um tribunal de San Salvador julgou nove militares que figuravam como autores materiais, sem levar em conta os autores intelectuais, segundo organiza��es humanit�rias. Nesse julgamento, apenas o coronel Guillermo Alfredo Benavides foi declarado culpado de todos os assassinatos, e o tenente Yusshy Ren� Mendoza foi responsabilizado pela morte da menor Celina.
Ambos os policiais reconquistaram a liberdade com a lei de anistia de 1993, mas Benavides foi preso novamente para concluir sua pena de 30 anos depois que a anistia prescreveu, em 2016.
Em 16 de janeiro de 1992, sob a media��o da ONU, o governo e a ent�o guerrilha Frente Farabundo Mart� para a Liberta��o Nacional (FMLN, esquerda), assinaram os acordos de paz que abriram caminho para a democracia. A guerra civil, iniciada em 1980, em meio � injusti�a social, ao fechamento de espa�os de participa��o pol�tica e � repress�o militar, deixou mais de 75.000 mortos, 7.000 desaparecidos e preju�zos milion�rios para a economia.
SAN SALVADOR