Milh�es de pessoas enfrentam atualmente o lockdown na China, mas o pa�s pode manter sua pol�tica diante do avan�o da variante �micron, que � altamente contagiosa?
Em que consiste a estrat�gia 'covid zero'?
A China se isolou do mundo em mar�o de 2020, adotando uma estrat�gia que chamou de "din�mica zero" para conter surtos com confinamentos r�gidos e testes em massa.
Na China, as pessoas podem ser impedidas de sair de seus pr�dios ou for�adas a ficar em um quarto de hotel se forem consideradas um contato de alto risco.
Com aplicativos para rastrear pessoas infectadas, os contatos geralmente s�o detectados e rapidamente colocados em quarentena.
Lojas, escolas, pontos tur�sticos, pr�dios de escrit�rios e shopping centers foram fechados com pessoas dentro ap�s detectar um �nico contato de algu�m infectado.
As autoridades locais est�o sob press�o para conter qualquer fonte de cont�gio para evitar serem demitidas ou repreendidas na imprensa estatal.
Os moradores s�o obrigados a ficar em casa de uma hora para outra, como aconteceu com os 17 milh�es de habitantes de Shenzhen, colocados em quarentena no domingo.
O n�mero de voos comerciais caiu e os poucos passageiros que chegam passam semanas em estrita quarentena.
O governo disse que n�o renovar� os passaportes chineses vencidos, a menos que o titular tenha um motivo v�lido para viajar, reduzindo a demanda por viagens ao exterior.
Por que a China aplica essa pol�tica?
O n�mero de infec��es na China desde o in�cio da pandemia foi de 115.000, uma fra��o do n�mero registrado em outros pa�ses, e o balan�o oficial de mortos permanece abaixo de 5.000.
Os l�deres comunistas em Pequim tornaram o manejo da pandemia uma quest�o de import�ncia pol�tica, dizendo que a baixa taxa de mortalidade demonstra a for�a de seu modelo de governan�a.
Eles citam a resposta ca�tica dos Estados Unidos � covid-19 como exemplo do fracasso das democracias liberais.
Analistas alertam que qualquer mudan�a de estrat�gia exigir� uma mudan�a na percep��o do v�rus entre a popula��o chinesa.
Afrouxar as restri��es pode ser arriscado para o presidente Xi Jinping, que busca um terceiro mandato em outubro depois de se apresentar como o l�der que mant�m a China segura.
Qual o impacto?
A estrat�gia tem um custo, tanto humano quanto econ�mico.
Ela causou interrup��es em cidades portu�rias e �reas de fronteira, que enfrentam confinamentos constantes.
Analistas apontam que o fechamento de f�bricas e empresas afetaram a desacelera��o econ�mica.
Ao mesmo tempo, comunidades confinadas reclamaram da falta de acesso a alimentos e tratamento m�dico.
O caso de uma chinesa gr�vida que sofreu um aborto depois que o confinamento atrasou seu atendimento m�dico provocou um debate sobre os limites da estrat�gia de covid zero.
Por outro lado, os trabalhadores migrantes est�o separados de suas fam�lias h� meses devido �s duras regras de viagem.
A aplica��o estrita da pol�tica gerou f�ria, como quando profissionais de sa�de espancaram um c�o gal�s at� a morte depois que seus donos foram colocados em quarentena.
O pa�s ser� capaz de mant�-la?
Um importante cientista chin�s disse este m�s que o pa�s deveria procurar coexistir com o v�rus.
Por sua vez, o governo anunciou a introdu��o de testes r�pidos de ant�genos pela primeira vez, o que permitiria testes em casa e potencialmente facilitaria o controle estatal sobre o gerenciamento da crise de sa�de.
No entanto, h� preocupa��es sobre a capacidade do sistema de sa�de do pa�s e a efic�cia das vacinas locais.
Pesquisadores da Universidade de Pequim alertaram que a China pode sofrer um "surto colossal" que sobrecarregaria seu sistema de sa�de se aliviar as restri��es, como aconteceu na Europa e nos Estados Unidos.
As autoridades analisam com ansiedade a experi�ncia de Hong Kong, cujos hospitais est�o lutando com um recente surto de covid-19.
A cidade enfrenta atualmente uma das maiores taxas de mortalidade do mundo pelo v�rus, diante de um surto causado pela variante �micron que atingiu a popula��o idosa, com baixa taxa de vacina��o.
PEQUIM