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Estado de Minas AL-BAGUIR

No Sud�o, grupo de volunt�rios se dedica a resgatar e cuidar de le�es


15/03/2022 11:18

Kandaka costumava ficar com fome em uma pequena jaula em Cartum. Hoje, ela observa sua ninhada de filhotes brincando em uma reserva dentro de uma savana. E tudo gra�as a um grupo de volunt�rios apaixonados, em um dos pa�ses mais pobres do mundo.

No Sud�o, Kandaka, t�tulo das rainhas n�bias que marcaram a hist�ria da regi�o em tempos remotos, agora est� ligado aos manifestantes que se revoltam contra os generais no poder.

Esta leoa de cinco anos lutou contra a fome e o confinamento. Em janeiro de 2021, ap�s oito meses de preparativos, ela foi libertada com dois machos do zool�gico de Cartum. Ao mesmo tempo, naquele momento, todo pa�s acabava de fazer sua "revolu��o", consequ�ncia de d�cadas de ditadura militar isl�mica e de embargo internacional.

Desidratados, esses poderosos felinos foram salvos, gra�as a uma campanha on-line. Desde ent�o, o que era um pequeno projeto foi ampliado, e a reserva Al Baguir, que agora abriga os dois animais e fica a uma hora de carro de Cartum, hoje tem 17 le�es entre seis meses a seis anos, espalhados por mais de quatro hectares.

Todos os dias, Othmane Salih, Moataz Kamal e outros 20 volunt�rios se mobilizam para distribuir de cinco a dez quilos de carne diariamente para cada um desses felinos, assim como para um pequeno rebanho de hienas que t�m seu pr�prio espa�o ao ar livre.

Desde o in�cio, essa pequena equipe de pessoas apaixonadas precisou fazer malabarismos com os hor�rios, pois todos t�m outro emprego. Al�m disso, desde o golpe militar de outubro, tiveram de contornar estradas e pontes bloqueadas pelo Ex�rcito a cada manifesta��o antigolpe.

A gasolina � cara, e a viagem � acidentada, mas "venho todos os dias porque me deixa feliz", diz Kamal, um volunt�rio de 30 anos. Este engenheiro de telecomunica��es apaixonado por c�es desde a inf�ncia se juntou ao projeto desde o come�o.

- No Sud�o, fome atinge homens e animais

Nesta �rea, tamb�m vivem Scarface, um macho grande de pelo bege, e Al Tayyeb, um le�o que herdou o nome de um volunt�rio que viajou para Uganda recentemente. Neste pa�s, retomar� seus estudos para se tornar veterin�rio, uma voca��o descoberta ap�s sua experi�ncia na reserva.

H�, ainda, Mansour, que significa "vencedor" em �rabe, um nome escolhido por ter sobrevivido � fome, aos tempos do zool�gico e � viol�ncia no Sud�o.

No Parque Nacional Dinder, perto da fronteira com a atual Eti�pia, cerca de 20.000 le�es permanecem em estado selvagem, incluindo um tanto deles no Sud�o. Mas todos esses felinos s�o bocas para alimentar, lembra Othmane Salih, o fundador da reserva, que foi pessoalmente procurar todos os le�es em cativeiro do Sud�o: tanto no zool�gico de Cartum quanto em casas particulares.

Salih luta todos os dias - e muitas vezes coloca a m�o no bolso, como todos os outros volunt�rios - para comprar mais de 100 quilos de carne para os reis da selva.

"Temos doadores no Sud�o e no exterior, mas n�o � suficiente", lamentou, na entrevista � AFP, especialmente porque "nem o governo nem as empresas, com as quais entramos em contato, concordaram em nos ajudar".

� um desafio, diz ele, arrecadar fundos para cuidar de animais em um pa�s onde um em cada tr�s habitantes depende de ajuda humanit�ria. "H� muitos sudaneses que passam fome. Ent�o, toda ajuda vai para eles. Eles s�o a prioridade, e � normal", completa Salih.


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