"Desde o dia 1 da guerra, come�amos a receber mensagens de �dio, classifica��es de uma estrela no Google com fotos, pedidos para que paremos a guerra. Fotos de crian�as na Ucr�nia, mensagens que n�o podemos repetir; nos chamam de fascistas, nazistas, (dizem) que nosso restaurante deveria queimar", diz � AFP sua propriet�ria, Vlada Von Shats, uma russa neta de av�s ucranianos e casada com um judeu ucraniano de Odessa.
Quando come�ava a se reerguer ap�s dois anos de dificuldades pela pandemia de covid-19, a propriet�ria de um dos restaurantes russos mais antigos de Manhattan, situado em pleno cora��o da �rea de teatros ao lado da Broadway e um ambiente apagado apesar da m�sica ao vivo, "sente que est�o tentando apagar nosso restaurante porque tem a palavra 'russo'".
"Mudar o nome n�o � uma op��o porque somos o Russian Samovar (Samovar russo) antes de que houvesse a Federa��o russa", diz, irritada, � AFP.
"Eu n�o dei o nome ao restaurante, meu padrasto e minha m�e o deram (h� 36 anos), portanto n�o tenho o direito de mudar seu nome, nem tampouco quero", afirma.
Assim como o dela, outros restaurantes russos de Nova York t�m sofrido com o ass�dio e o boicote dos cr�ticos da guerra na Ucr�nia, enquanto as filas de espera aumentaram ostensivamente nos restaurantes ucranianos em sinal de apoio.
Desde o primeiro dia da invas�o russa da Ucr�nia, em 24 de fevereiro passado, a fam�lia Von Shats p�s uma bandeira ucraniana na porta e o cartaz "somos contra a guerra".
"Como explico ao meu filho, que tem 31 anos, quando atende o telefone e o chamam de nazista? Ele � judeu! Como m�e, n�o sei mais o que posso fazer para manifestar minha revolta", admite, acrescentando que antes de pertencer � sua fam�lia, foi um dos locais favoritos de Frank Sinatra em Manhattan.
As pessoas, afirma, "n�o entendem a diferen�a entre os russos e (o presidente russo, Vladimir) Putin. Esta � a guerra de Putin, n�o a nossa". "N�s n�o a criamos", repete como um mantra, antes de explicar que "estamos irritados" com ele tanto quanto "russos, judeus ucranianos que moramos nos Estados Unidos", porque "est� roubando nosso legado, nossa liberdade".
"N�o temos nada a ver com ele", dispara, antes de lembrar seu passado de "lugar seguro para os artistas que fugiam da Uni�o Sovi�tica".
"Quero que as pessoas entendam que sua irrita��o est� mal direcionada. N�o come�amos esta guerra. N�o podemos dizer a Putin que a pare", conclui.
Publicidade
NOVA YORK
A 'russofobia' na guerra contra restaurantes russos de Manhattan
Publicidade
