Uma fonte da Casa Branca afirmou que o presidente Joe Biden anunciar� nas pr�ximas horas 800 milh�es de d�lares adicionais de assist�ncia para a Ucr�nia.
No total, o presidente autorizou quase 2 bilh�es de d�lares de ajuda � Ucr�nia desde o in�cio de seu mandato, de acordo com fontes do governo.
O an�ncio de Biden acontecer� depois do discurso do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, aos congressistas americanos, durante o qual certamente solicitar� mais ajuda para seu pa�s e a cria��o de uma zona de exclus�o a�rea sobre a Ucr�nia, algo que Washington descarta no momento.
A ofensiva russa na Ucr�nia entra na terceira semana e o cerco a Kiev � cada vez mais intenso. Na madrugada desta quarta-feira foram ouvidas fortes explos�es na capital e colunas de fuma�a eram observadas em v�rios pontos.
Os moradores da capital devem respeitar um toque de recolher at� a manh� de quinta-feira e a imprensa n�o est� autorizada a circular pela capital. As autoridades municipais afirmam que Kiev vive um "momento perigoso".
- "Todas as guerras terminam com um acordo" -
Algumas horas antes, em uma mensagem de v�deo, Zelensky pediu novamente aos compatriotas que n�o desistam da luta contra as tropas russas, mas deu a entender que o conflito deve terminar com um acordo negociado.
"Todas as guerras terminam com um acordo", declarou, em refer�ncia �s "dif�ceis, mas importantes" negocia��es que continuam entre Kiev e Moscou.
"As reuni�es seguem adiante", afirmou. "Fui informado que as posi��es nas negocia��es agora parecem mais realistas, mas precisamos de tempo e todas as decis�es ser�o tomadas pelo bem da Ucr�nia", disse.
Os negociadores russos e ucranianos conversam atualmente sobre um compromisso para a neutralidade da Ucr�nia que tenha como modelo a Su�cia e a �ustria, informou o Kremlin.
"De fato, esta � a op��o que se negocia atualmente e que poderia ser considerada um compromisso", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
"O status neutro (da Ucr�nia) faz parte das negocia��es s�rias, e isso est� vinculado �s garantias de seguran�a que Kiev e Moscou tamb�m exigem", disse o ministro russo das Rela��es Exteriores, Serguei Lavrov.
"Isso � o que est� sendo discutido atualmente nas negocia��es, existem f�rmulas muito espec�ficas e acho que est�o perto de um acordo", acrescentou, embora tenha destacado que as conversa��es "n�o s�o f�ceis".
O status neutro da Ucr�nia implica que o pa�s desiste de aderir � Otan. Na ter�a-feira, o presidente Zelensky disse que � necess�rio reconhecer que seu pa�s nunca integrar� a Alian�a Atl�ntica.
Nos �ltimos dias os ataques russos se tornaram mais intensos contra alvos civis em Kiev, assim como o cerco � cidade portu�ria de Mariupol, que sofre uma falta dram�tica de alimentos, �gua e medicamentos.
Quase 20.000 habitantes da cidade conseguiram deixar a regi�o nos �ltimos dias. Exaustos, eles relataram viagens aterrorizantes, em meio a corpos em decomposi��o nas ruas.
Mikola, que pediu para n�o ter o sobrenome revelado, disse � AFP que dirigiu por um campo minado para para fugir e evitar os postos de controle russos.
"� a primeira vez em semanas que consigo respirar", disse.
Nesta quarta-feira tamb�m foi atacada a cidade ucraniana de Zaporizhzhia (sul), ref�gio para pessoas que fogem de Mariupol e at� agora relativamente protegida dos combates.
"Alvos civis de Zaporizhzhia foram bombardeados pela primeira vez", afirmou no Telegram o governador regional, Alexandr Starukh.
O conflito na Ucr�nia for�ou a fuga de mais de tr�s milh�es de pessoas do pa�s, metade delas crian�as.
"Os russos j� mataram 97 crian�as bombardeando escolas, hospitais e casa", denunciou Zelensky na ter�a-feira em um discurso ao Parlamento do Canad�.
- For�as de paz? -
Analistas militares acreditam que a R�ssia intensificou os bombardeios a�reos depois que a invas�o terrestre estagnou e como forma de pressionar as negocia��es com a Ucr�nia.
"Viram que suas opera��es terrestres n�o tiveram �xito e que onde conseguem vit�rias, estas s�o conquistadas com um pre�o elevado que n�o � sustent�vel", declarou � AFP Mick Ryan, general australiano da reserva.
"Tiveram que passar ao 'plano C', que � bombardear cidades e aterrorizar civis com a esperan�a de que os ucranianos aceitem algum tipo de entendimento pol�tico", acrescentou.
Na ter�a-feira, os primeiros-ministros da Pol�nia, Rep�blica Tcheca e Eslov�nia, partid�rios de uma linha mais dura dos pa�ses ocidentais a respeito de Moscou, se reuniram com Zelensky em Kiev.
Durante a visita, o vice-primeiro-ministro polon�s, Jaroslav Kaczynski, pediu o envio de uma miss�o de paz da Otan ou outra forma��o "que seja capaz de defender-se e possa operar em territ�rio ucraniano".
Os pa�ses da Otan receberam com reservas o pedido. "Acho muito dif�cil conceber uma miss�o de paz agora que h� uma guerra em curso, com a intensidade que estamos vendo", disse a ministra da Defesa da Holanda, Kajsa Ollongren.
Os pa�ses ocidentais temem que atender o apelo poderia provocar uma guerra catastr�fica com a R�ssia, que possui armas nucleares.
No momento, os pa�ses ocidentais optaram por isolar a R�ssia a R�ssia diplom�tica e economicamente. As duras san��es podem levar Moscou a um poss�vel default de sua d�vida.
Nesta quarta-feira, a R�ssia deve reembolsar 117 milh�es de d�lares de dois t�tulos em euros, o primeiro pagamento de uma s�rie prevista para mar�o e abril.
Em repres�lia pela opera��o militar russa na Ucr�nia, quase 300 bilh�es de d�lares das reservas da R�ssia est�o congelados em bancos ocidentais.
As san��es tamb�m for�aram a sa�da de Moscou de v�rios f�runs pol�ticos e eventos esportivos internacionais.
Diante da poss�vel expuls�o do Conselho da Europa, a R�ssia anunciou na ter�a-feira a sa�da do organismo europeu de direitos humanos.
Moscou tamb�m anunciou medidas contra Joe Biden, o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau e v�rios membros de seus governos.
O governo russo tamb�m deseja estimular um projeto de resolu��o "humanit�ria" sobre a Ucr�nia no Conselho de Seguran�a da ONU, que pode ser votado na quinta-feira, mas tem poucas chances de prosperar.
A Corte Internacional de Justi�a (CIJ) anunciar� nesta quarta-feira em Haia o veredicto sobre a demanda apresentada pelo governo de Kiev, que pede ao principal tribunal da ONU que ordene � R�ssia o fim imediato da invas�o.
KIEV