Parker, que em 2018 se tornou a primeira pessoa a presenciar o lan�amento de uma espa�onave com seu nome, � considerado um vision�rio que lan�ou as bases para o campo da heliof�sica, a ci�ncia que aborda as intera��es do Sol com a Terra e o Sistema Solar, incluindo o clima espacial.
"Ficamos tristes ao saber que uma das grandes mentes cient�ficas e l�deres do nosso tempo faleceu", disse o administrador da Nasa, Bill Nelson, em comunicado.
Parker morreu na ter�a-feira, segundo a Universidade de Chicago, onde trabalhava havia muito tempo.
"Gene Parker foi uma figura lend�ria em nosso campo: sua vis�o do Sol e do Sistema Solar se antecipou ao seu tempo", acrescentou Angela Olinto, decana da Divis�o de Ci�ncias F�sicas da Universidade de Chicago.
O astrof�sico nasceu em 10 de junho de 1927 no Michigan, � bacharel em f�sica pela Michigan State University e Ph.D. pelo California Institute of Technology.
Posteriormente, lecionou na Universidade de Utah antes de se estabelecer em 1955 na Universidade de Chicago, sua casa por muito tempo.
Ele come�ou a estudar a temperatura da coroa do Sol e seus c�lculos mostraram que as condi��es deveriam liberar um fluxo supers�nico de part�culas para fora da superf�cie.
Inicialmente, a ideia foi recebida com ceticismo, inclusive com piadas.
- "Um disparate absoluto" -
"O primeiro revisor do artigo disse: 'Bom, sugeriria que Parker v� � biblioteca e leia sobre o tema antes de tentar escrever um artigo a respeito porque isto � um disparate absoluto", relatou o pr�prio Parker ao jornal UChicago News em 2018.
Sua ideia s� foi publicada pelo Astrophysical Journal quando seu ent�o editor e futuro ganhador do Pr�mio Nobel, Subrahmanyan Chandrasekhar, percebeu que n�o conseguia encontrar nenhum erro na matem�tica de Parker e anulou as obje��es de dois revisores cient�ficos.
A teoria foi provada correta em 1962, quando a nave espacial Mariner II da Nasa encontrou tal fluxo de part�culas ou vento solar.
Os cientistas agora sabem que o vento solar cobre todos os planetas, protegendo-os da radia��o nociva, mas tamb�m �s vezes interrompendo as comunica��es aqui na Terra quando ocorrem explos�es solares.
"Qualquer um que conheceu o Dr. Parker sabia que ele era um vision�rio", disse Nicola Fox, diretor da divis�o de heliof�sica da Nasa.
Tamb�m prop�s a ideia das "nanolabaredas", pequenas explos�es que ocorrem no Sol e s�o respons�veis de que a coroa seja mais quente do que a superf�cie, algo que n�o podia ser explicado pela f�sica conhecida naquele momento.
Parker passou a estudar os raios c�smicos, os campos magn�ticos das gal�xias e um leque de outros temas, e obteve v�rios reconhecimentos, entre eles a Medalha Nacional de Ci�ncia dos Estados Unidos, o Pr�mio Kioto, o Pr�mio Crafoord e a Medalha da Sociedade Americana de F�sica por Feitos Excepcionais na Pesquisa.
"Qualquer um que conhecesse o dr. Parker sabia que era um vision�rio", disse Nicola Fox, diretora da divis�o de heliof�sica da Nasa.
A sonda solar Parker da Nasa, assim nomeada por causa de Eugene Parker, foi lan�ada em 2018 e orbitou o Sol a uma dist�ncia mais pr�xima do que nenhuma nave espacial que se aventurou anteriormente.
A sonda j� enviou � Terra grande quantidade de dados valiosos que levam a novas descobertas sobre a meteorologia do espa�o e a detec��o de uma zona sobre a qual teorizou-se durante muito tempo, onde a radia��o do Sol vaporiza toda a poeira c�smica.
WASHINGTON