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Estado de Minas BBC

As diferen�as e semelhan�as entre as guerras do Iraque e da Ucr�nia

Recorrente desde que a R�ssia invadiu a Ucr�nia, a compara��o entre as duas invas�es ilumina pontos importantes da geopol�tica internacional


17/03/2022 16:29 - atualizado 17/03/2022 16:29

Funeral em Lviv de quatro soldados ucranianos mortos em 15/3
Militares ucranianos em funeral de quatro soldados mortos em batalhas contra os russos (foto: Reuters)
Uma pot�ncia nuclear invade um pa�s menor, sem que a a��o militar tenha o apoio do Conselho de Seguran�a da Organiza��o das Na��es Unidas (ONU), com inten��o de destituir o governo local com base em alega��es sobre este governo que s�o consideradas falsas por especialistas.

 

 

 

Essa poderia ser uma descri��o da guerra na Ucr�nia. Iniciada em 24 de fevereiro pela R�ssia, condenada em diversas inst�ncias na ONU e justificada, entre outras alega��es, pela necessidade (tamb�m considerada falsa) de "desnazificar" o governo do pa�s vizinho, segundo o l�der russo, Vladimir Putin.

 

Mas trata-se tamb�m de um outro conflito, iniciado h� quase duas d�cadas. Em 20 de mar�o de 2003, tropas dos Estados Unidos e de aliados invadiram o Iraque, sem apoio da ONU ou da Otan (Organiza��o do Tratado do Atl�ntico Norte), para derrubar o regime de Saddam Hussein, a quem os americanos acusavam de desenvolver armas de destrui��o em massa - justificativa que se mostraria falsa depois.

Recorrente desde que a R�ssia invadiu a Ucr�nia, a compara��o entre as duas invas�es ilumina pontos importantes da geopol�tica internacional nas �ltimas d�cadas e ajuda a explicar, em parte, como tanques russos foram parar nas cercanias da capital ucraniana Kiev em mar�o de 2022.

 

 

 

"A invas�o do Iraque em 2003 foi ilegal, um erro e se provou muito prejudicial aos interesses da pol�tica externa dos EUA nos 20 anos subsequentes. E � poss�vel questionar, at� certo ponto, se o que fizemos no Iraque em 2003 n�o pode ter encorajado ou entrado no c�lculo de Putin sobre sua capacidade de se safar quando ele decide invadir a Ucr�nia", afirmou � BBC News Brasil Allen S.

Weiner, diretor do Centro de Negocia��o e Conflito Internacional da Universidade Stanford (EUA) e ex-conselheiro do Departamento de Estado dos EUA.

 

A percep��o de que a guerra do Iraque serviu como precedente e modelo pra Putin � disseminada entre analistas de pol�tica internacional e conflitos ouvidos pela BBC News Brasil.

 

 

 

Em seu an�ncio da invas�o ucraniana, o pr�prio Putin citou a guerra do Iraque como um caso "especial" entre uma s�rie de eventos "que nossos colegas ocidentais n�o gostam de lembrar" de uso ilegal da for�a pelo "Ocidente", em uma rememora��o que incluiu tamb�m a L�bia e a S�rvia, entre outros pa�ses atacados por Europa e EUA sem a anu�ncia de �rg�os como o Conselho de Seguran�a da ONU.

 

"Tanto no Iraque quanto na Ucr�nia, temos uma guerra de agress�o e uma vontade de mudan�a de regime. E, em boa parte, o que deixou Putin t�o � vontade para fazer essa guerra contra a Ucr�nia foram os precedentes no Oriente M�dio, foi saber que ele tem um longo hist�rico de casos para dar como exemplo para dizer: 'n�o venham apontar o dedo contra mim antes de pensar no que voc�s mesmos fazem'", disse a historiadora da Universidade de S�o Paulo (USP) Arlene Clemesha, especialista em estudos �rabes, � BBC News Brasil.

 

Embora identifique paralelos nas duas a��es e interesse nos comparativos hist�ricos, Weiner ressalta que nenhum precedente pode servir como atenuante no julgamento das a��es dos envolvidos no atual conflito. "A R�ssia precisa ser avaliada por suas a��es � luz das leis, da moral e da �tica. O fato de que outros pa�ses tamb�m tenham feito coisas ruins e erradas n�o altera o julgamento sobre a R�ssia e sua a��o na Ucr�nia", diz Weiner, que atuou como advogado no Tribunal Penal Internacional para a antiga Iugosl�via, no �mbito da ONU.


Funeral em Lviv de quatro soldados ucranianos mortos em 15/3
Militares ucranianos em funeral de quatro soldados mortos em batalhas contra os russos (foto: Reuters)

O contexto e os l�deres dos pa�ses envolvidos

Tanto na guerra do Iraque quanto na da Ucr�nia, as crises se avolumaram por anos at� desaguar em invas�es militares.

 

No caso da Ucr�nia, as hostilidades entre o pa�s e a R�ssia se iniciaram em 2014, quando manifesta��es populares levaram � queda do ent�o presidente ucraniano V�ktor Yanuk�vytch, um aliado do Kremlin. A revolta popular, conhecida como Euromaidan, estourou ainda em 2013, depois que Yanuk�vytch cedeu aos interesses de Putin e se recusou a assinar um acordo de aproxima��o com a Uni�o Europeia, como queria a maior parte dos ucranianos.

 

Moscou reagiu � destitui��o do aliado anexando a at� ent�o ucraniana Crimeia e passou a apoiar as atividades militares de separatistas russos nas prov�ncias de Luhasnk e Donetsk. H� oito anos, a regi�o � palco de um conflito que j� matou 5,7 mil soldados separatistas russos e 4,6 mil militares ucranianos. Sem respaldo internacional, Putin qualifica a situa��o como "genoc�dio".

 

De l� pra c�, a Ucr�nia fez tr�s elei��es democr�ticas, elegendo tr�s l�deres diferentes - todos distantes da R�ssia, que n�o mais conseguiu estabelecer aliados no poder em Kiev.

 

Volodymyr Zelensky, o atual presidente, chegou ao poder em 2019, em uma curta carreira pol�tica catapultada pelo papel de presidente que ele interpretou como ator e comediante na TV. Zelesnky, de fam�lia judia, vinha tentando estreitar os la�os com a Uni�o Europeia e a Otan, movimento que desagradava a Putin, a quem uma poss�vel entrada da Ucr�nia na alian�a militar representaria uma amea�a � soberania russa.


Queda do regime em Bagdá
Estados Unidos invadiram o Iraque para derrubar o regime de Saddam Hussein, que passou quase 30 anos no poder (foto: Getty Images)

 

O Iraque, por sua vez, era governado h� quase tr�s d�cadas por Saddam Hussein quando os EUA invadiram o pa�s. Enquanto limitava os controles da popula��o e dos demais poderes sobre seu governo, gradualmente convertido em autocracia, Saddam tentava expandir os limites de sua influ�ncia - e do territ�rio iraquiano - para al�m das fronteiras nacionais.

 

Nesse contexto, nos anos 1980, Saddam empreendeu uma guerra com o Ir�, que tamb�m pretendia combater grupos populacionais iraquianos a quem o governante via como uma amea�a. Em 1988, tropas de Saddam lan�aram bombas de g�s venenoso sobre a cidade de maioria curda Halabja, na regi�o da fronteira com o Ir�. O epis�dio, que matou ao menos 5 mil pessoas, foi considerado o maior ataque de armas qu�micas do per�odo moderno - ele escandalizou a comunidade internacional e seria central para explicar o que aconteceria com o pa�s 15 anos mais tarde.

 

"O Conselho de Seguran�a da ONU adotou dezenas de resolu��es entre 1990 e 2003 condenando o Iraque. N�o s� Saddam virou um p�ria, mas o Iraque passou a ser visto pela comunidade internacional como um pa�s que violava suas obriga��es e representava uma amea�a � paz e � seguran�a internacionais", afirma Weiner.

 

Depois da guerra com o Ir�, Saddam ainda tentou anexar o vizinho Kuwait, momento em que as tropas americanas e da OTAN enfrentaram diretamente pela primeira vez os militares iraquianos - e os derrotaram.

 

O l�der do Iraque descumpriu reiterados compromissos de inspe��o contra armas qu�micas determinadas pela ONU entre o fim dos anos 1990 e o in�cio dos anos 2000.

Mas a perspectiva de que os americanos agissem militarmente no pa�s s� passou a ser real depois dos ataques de 11 de setembro, quando a ent�o administra��o de George W. Bush incluiu o pa�s no chamado Eixo do Mal, como um Estado abrigo do que chamaram de "terroristas", produtor de armas qu�micas e um risco ao mundo.


Inspetores em ação no Iraque
Desde os anos 1990, inspetores da ONU procuravam armas de destrui��o em massa no Iraque (foto: BBC)

 

O problema � que as evid�ncias disso eram fr�geis. Saddam n�o tinha rela��o com os ataques de 11 de Setembro e os americanos n�o expunham provas dos supostos estoques iraquianos de armas qu�micas - que jamais foram encontrados depois da devassa dos EUA no pa�s. E assim, nem a ONU e nem a Otan aceitaram apoiar a empreitada.

 

"� f�cil entender por que as pessoas pensam que os EUA n�o t�m moral para criticar ou punir a R�ssia com base no que fizemos no Iraque. Cometemos erros tremendos na Guerra do Iraque. A pr�pria decis�o de ir � guerra em 2003 foi um erro, j� que n�o era uma guerra necess�ria na �poca, apesar do sofrimento do povo iraquiano sob o governo de Saddam Hussein", afirmou � BBC News Brasil Javed Ali, cientista pol�tico da Universidade de Michigan (EUA) e ex-analista do FBI com atua��o no Conselho de Seguran�a Nacional dos EUA. "E al�m de tudo, revelou-se que as justificativas para a a��o eram falhas ou n�o s�lidas o suficiente. H� algumas li��es realmente dolorosas que os EUA aprenderam com a Guerra do Iraque, e parece que Putin est� cometendo exatamente os mesmos erros de c�lculo."

A diferen�a entre a rea��o internacional ao Iraque e � Ucr�nia

A iniciativa americana rachou a Otan e enfraqueceu publicamente a ONU, cuja decis�o foi desrespeitada. Em setembro de 2004, o ent�o secret�rio-geral da organiza��o, Koffi Annan, afirmou que a invas�o americana havia sido "ilegal".

 

Curiosamente, um dos l�deres da resist�ncia na ONU � ofensiva americana no Iraque foi o presidente russo, Vladimir Putin. "Naquele momento, Putin atuou pra defender a legisla��o internacional na qual ele pisou em cima em 2022", disse � BBC News Brasil Guilherme Casar�es, professor de Rela��es Internacionais da Funda��o Get�lio Vargas (FGV), ao lembrar que Putin n�o s� n�o submeteu a invas�o da Ucr�nia ao colegiado da ONU como ordenou a invas�o no mesmo momento em que uma reuni�o emergencial do Conselho de Seguran�a discutia a crise.


Saddam Hussein no tribunal
Saddam Hussein foi retirado do poder e acabou condenado � morte e executado por meio de enforcamento (foto: Getty Images)

 

"A comunidade internacional certamente n�o concordou que o rem�dio para o problema iraquiano fosse a invas�o dos EUA. Alguns pa�ses apoiaram isso, como Austr�lia, Reino Unido. Muitos outros pa�ses se opuseram. Mas agora quase n�o h� quem apoie Putin", relembra Weiner.

 

No total, 49 pa�ses expressaram apoio � guerra do Iraque e � retirada for�ada de Saddam Hussein do poder. Al�m dos EUA, Reino Unido, Dinamarca, Austr�lia e Pol�nia mandaram tropas para os campos de batalha. E pa�ses como o Jap�o, a It�lia e a Espanha ofereceram suporte pol�tico, diplom�tico ou log�stico.

 

No caso da Ucr�nia, at� agora, a R�ssia conta com o apoio p�blico apenas de Belarus, Eritreia, Coreia do Norte e S�ria. A China tem mantido posi��o de ambiguidade, se abstendo de condena��es p�blicas. Os EUA afirmam que Pequim estaria avaliando fornecer ajuda econ�mica e armament�cia a Putin, o que os chineses negam.

 

Para Richard Caplan, professor de rela��es internacionais da Universidade de Oxford (Reino Unido), foi mais f�cil para certos pa�ses aceitar a invas�o no Iraque do que na Ucr�nia, mesmo com justificativas fr�geis para a a��o militar, diante do perfil de governo e lideran�a de Saddam Hussein.

 

"Os EUA interpretaram as resolu��es anteriores do Conselho de Seguran�a da ONU como se elas lhes dessem a autoridade para usar a for�a contra o Iraque, o que era extremamente discut�vel, mas uma tentativa de encaixar a a��o na estrutura legal internacional", disse Caplan � BBC News Brasil. "Mesmo assim, v�rias democracias, como Fran�a e Alemanha, se opuseram."

 

Para Clemesha, da USP, a rea��o internacional � um dos pontos de diferen�a entre as duas guerras. Ela afirma que a amea�a de um conflito nuclear, que n�o esteve presente em nenhuma das guerras no Oriente M�dio, � uma das explica��es para a como��o e a condena��o da R�ssia. Mas n�o a �nica.

 

"Estamos falando de um conflito que acontece no que � considerado pelo poder como o centro do mundo, a Europa. E o resto do mundo � visto como periferia, como segunda categoria. � algo que a gente v� desde o s�culo 19 em rela��o ao Oriente M�dio. Parece que as cenas simplesmente n�o comovem. As pessoas veem uma fam�lia s�ria bombardeada e isso parece n�o causar o mesmo impacto que ver os meninos ucranianos loirinhos fugindo de seu pa�s. As v�timas da guerra na Ucr�nia ganharam muito mais voz do que as do Iraque", diz a pesquisadora.

Tomada de territ�rio por meio da guerra?

Para o historiador israelense Yuval Harari, uma guerra entre R�ssia e Ucr�nia representaria uma quebra com a trajet�ria hist�rica do mundo ap�s a Segunda Guerra Mundial (1939-45), justamente por representar uma tentativa de um Estado soberano de alterar as fronteiras de outro Estado soberano por meio da guerra.

 

De 1945 para c�, ele argumenta em um artigo publicado pela revista brit�nica The Economist, os males do a��car mataram muito mais seres humanos do que a p�lvora porque a humanidade escolheu resolver suas disputas territoriais de formas n�o b�licas. O avan�o das tropas de Putin pelas fronteiras ucranianas seriam um passo para tr�s.


Fuga de Irpin
Ucranianos fogem da cidade de Irpin diante da amea�a da guerra (foto: Reuters)

 

Embora Putin n�o tenha admitido abertamente que, como fez com a Crimeia, pretenda anexar as regi�es separatistas de Donetsk e Luhansk, as quais ele reconheceu como independentes pouco antes da invas�o, o l�der russo tem questionado a pr�pria exist�ncia de um Estado ucraniano. E argumenta que russos nessas duas �reas t�m sido maltratados e perseguidos pelo governo ucraniano.

 

"No Iraque, a ideia de ocupar e anexar o pa�s nunca esteve nos planos dos EUA ou de seus aliados", afirma Caplan, que segue: "O que estamos vendo agora com a invas�o da Ucr�nia pela R�ssia e suas alega��es de que a Ucr�nia � um pa�s inexistente, fict�cio, � sem precedentes nos �ltimos tempos. � algo compar�vel com o que vimos no in�cio do s�culo 20, quando Hitler invadiu a ent�o Tchecoslov�quia em apoio aos povos de l�ngua alem� de Sudetenland." O pesquisador da Universidade Oxford se refere � ofensiva de 1938, quando a Alemanha nazista anexou parte do territ�rio alheio citando maus tratos dos tchecos � minoria alem�, �s v�speras da Segunda Guerra.

 

Para Weiner, da Universidade Stanford, em que pesem os constantes desrespeitos � lei internacional, a ideia de um pa�s anexar por meio de guerra parte de um territ�rio alheio � um desafio aos princ�pios fundadores do direito internacional do p�s-guerra e a no��o de respeito �s fronteiras � basilar para o relacionamento geopol�tico global.

 

"Putin parece uma lideran�a do s�culo 19, j� que naquele per�odo os Estados adquiriam territ�rios pela for�a. H� mais de 75 anos isso foi colocado fora dos limites de a��o dos Estados. E � por isso que esse movimento da R�ssia � muito desestabilizador para todo o mundo", diz Weiner.

Um passado e um futuro sombrios

Em 2015, em entrevista ao cineasta americano Oliver Stone, Putin afirmou que o grande erro dos americanos na guerra com o Iraque estava na premissa de que seria poss�vel for�ar um povo a mudar seu regime pol�tico a partir de fora, algo que ele mesmo defende ser poss�vel na Ucr�nia agora.

 

"O mais deprimente � a tentativa de mudar os regimes naquela parte do mundo com a esperan�a de que no dia seguinte tudo se resolva e essa democracia ao estilo americano surja. Mas isso � imposs�vel e estamos testemunhando o que est� acontecendo naquela regi�o agora. De onde veio o Estado Isl�mico? Nunca houve terroristas l� antes", disse Putin na ocasi�o.

 

Tanto Clemesha quanto Ali concordam com o diagn�stico do l�der russo de que o surgimento do Estado Isl�mico resultou da enorme instabilidade regional que a invas�o do Iraque gerou no Oriente M�dio.

 

E afirmam que nunca houve sucesso na constru��o americana de institui��es no pa�s. Cidades iraquianas inteiras foram arrasadas, e a popula��o sofreu n�o s� pela viol�ncia da guerra, mas pela falta de infraestrutura, acesso � sa�de e alimentos.

 

A organiza��o brit�nica Iraq Body Counts estimou que 112 mil civis morreram em decorr�ncia direta do conflito, mas estudos acad�micos apontam que mais de 500 mil iraquianos perderam suas vidas em decorr�ncia direta ou indireta da guerra.


Moradores e militares ajudam uma idosa a fugir da cidade da linha de frente de Irpin, região de Kiev (Kiev), Ucrânia, 10 de março de 2022
A Ucr�nia vem resistindo � invas�o - mas com alto custo de vidas de civis e militares, segundo o seu pr�prio presidente (foto: Getty Images)

 

"Cada guerra � �nica, em v�rios aspectos, mas nesses dois casos o que vemos s�o duas superpot�ncias nucleares impondo a civis sem condi��o de se defender os seus desejos", disse � BBC News Brasil Edmund Pries, historiador da Wilfred Laurier University (Canad�), e ele mesmo filho de um casal de refugiados ucranianos.

 

Com pouco mais de 20 dias de conflito na Ucr�nia, os prospectos s�o sombrios. Milhares de civis ucranianos j� morreram e mais de 3 milh�es est�o refugiados em outros pa�ses. Estimativas do Pent�gono apontam que em duas semanas de guerra, cerca de 4.000 militares ucranianos e 6.000 militares russos perderam as vidas (a R�ssia s� forneceu dados sobre mortes entre seus combatentes na primeira semana de conflito, quando anunciou ter perdido 498 militares). Se as estimativas americanas estiverem corretas, as baixas russas j� superam todas as 4,4 mil mortes de soldados americanos em oito anos de guerra no Iraque.

 

"O Oriente M�dio � hoje um lugar melhor por causa da guerra do Iraque?

Especialistas e historiadores afirmam que a regi�o est� em seu pior momento na Hist�ria. � ainda muito cedo para come�ar a tra�ar essas longas perspectivas hist�ricas com a Ucr�nia, mas acho que a li��o que os EUA aprenderam no Iraque � que voc� n�o sabe como as popula��es v�o reagir � sua chegada. Essa � a realidade que Putin enfrenta agora. Putin est� disposto a manter as tropas russas na Ucr�nia por uma d�cada? Mesmo que Kiev caia e eles instalem algum tipo de regime fantoche, ligado a Moscou, os ucranianos v�o continuar lutando contra os russos da mesma forma que os insurgentes iraquianos continuaram lutando contra os EUA ap�s a queda de Saddam. E ent�o, em que ponto a R�ssia ou Putin dir�o 'basta'?", questiona Ali.

 

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