O empr�stimo servir� para reestruturar o programa stand-by recebido em 2018 durante o governo do liberal Mauricio Macri, cujos vencimentos de cerca de 19 bilh�es de d�lares este ano, outros 20 bilh�es em 2023 e mais 4 bilh�es em 2024 a Argentina n�o pode pagar.
A sess�o do Senado come�ou �s 17h GMT, uma semana depois que a C�mara dos Deputados deu seu voto a favor. O acordo deve ser posteriormente submetido � aprova��o do conselho do FMI em Washington.
A pra�a do Congresso estava sob vigil�ncia policial, depois que manifestantes apedrejaram o pr�dio durante a vota��o na c�mara e quebraram as janelas de v�rios gabinetes.
O tempo corre. Entre 20 e 22 de mar�o, a Argentina deve pagar um vencimento de capital de 2,9 bilh�es de d�lares, valor que n�o possui, segundo o Banco Central.
Temos que tomar uma decis�o dif�cil: aprovar a chegada do FMI quando hav�amos nos libertado em 2006", disse o senador governista Ricardo Guerra, ressaltando que o fundo "s� deixou experi�ncias ruins".
Guerra argumentou, no entanto, que � necess�rio aprovar o empr�stimo, para "libertar a economia de tamanha carga, a fim de retomar o crescimento e recriar a esperan�a e credibilidade".
O novo acordo de cr�dito ser� o 13� que a Argentina assinou com o FMI desde o retorno da democracia em 1983.
- Contra a infla��o -
Este programa de facilidades estendidas prev� 10 revis�es trimestrais e um per�odo de car�ncia de quatro anos. Os pagamentos devem ser feitos de 2026 a 2034. Em troca, a Argentina se compromete a reduzir o d�ficit fiscal de 3% do PIB em 2021 para 0,9% em 2024.
O presidente argentino, Alberto Fern�ndez, de centro-esquerda, agradeceu aos parlamentares que apoiam o projeto. "Vamos ter um horizonte mais claro. Saberemos que h� um problema que n�o foi resolvido, mas que come�a a ser resolvido, que � essa d�vida maldita que herdamos", disse, voltando a se referir ao fato de que o acordo foi assinado pela Argentina sob o governo de seu antecessor, em meio a uma corrida cambial.
"Se o programa for aprovado, o grau de incerteza diminui um pouco. A possibilidade de inadimpl�ncia desaparece e s�o tra�adas metas que o governo tentar� cumprir. Nem todas as inc�gnitas est�o esclarecidas, mas os agentes econ�micos sabem que haver� um �rg�o de fiscaliza��o (o FMI)", disse � AFP V�ctor Beker, diretor do Centro de Estudos da Nova Economia da Universidade de Belgrano.
O objetivo, segundo o FMI, consiste em "reduzir a infla��o persistente e alta". No entanto, o porta-voz Gerry Rice declarou hoje que "isso ser�, obviamente, um desafio, devido � evolu��o da conjuntura mundial, uma vez que o aumento dos pre�os das commodities afeta a infla��o em todo o mundo", em meio � guerra na Ucr�nia.
A Argentina registrou aumento no �ndice de pre�os ao consumidor de 4,7% no m�s de fevereiro em rela��o a janeiro, com alta de 7,5% na categoria alimentos. A infla��o em 12 meses ficou em 52,3%.
Quando o conselho do FMI aprovar o acordo, a Argentina receber� um primeiro desembolso de cerca de 9,8 bilh�es de d�lares, o que permitir� cumprir o prazo na pr�xima semana e fortalecer as reservas internacionais.
Mas h� desconfian�a na sociedade sobre as medidas que o governo adotar� para cumprir as metas do acordo.
"Em rela��o � situa��o econ�mica n�s vamos piorar, essa � a realidade. Estamos pagando por uma fraude", disse � AFP M�nica Sulle, do Movimento Socialista dos Trabalhadores, durante um protesto contra o FMI nesta semana.
O acordo inicial foi assinado por 57 bilh�es de d�lares, a maior quantia que o FMI concedeu at� agora. No entanto, a Argentina recebeu apenas 44 bilh�es, j� que o presidente Alberto Fern�ndez renunciou �s parcelas pendentes quando assumiu o cargo em dezembro de 2019.
BUENOS AIRES