A nova Constitui��o, que entrar� em vigor em 5 de junho, reforma partes da C�ria Romana (o governo do Vaticano) e substituir� a "Pastor Bonus" promulgada em 1988 por Jo�o Paulo II.
Entre as principais mudan�as est�o a possibilidade de laicos e mulheres cat�licas chefiarem departamentos do Vaticano, al�m da institui��o de uma comiss�o consultiva sobre abuso sexual.
Os dicast�rios (minist�rios) da C�ria, que por d�cadas funcionaram com financiamentos a portas fechadas, inicialmente relutaram em aceitar uma gest�o mais centralizada, agora consagrada na nova Carta Magna.
- Evangeliza��o -
O documento incorpora muitas reformas j� aplicadas pelo papa argentino, mas tamb�m cont�m algumas novidades, como o desejo de expandir o catolicismo para al�m de seus 1,3 bilh�o de fi�is.
A nova Constitui��o "Praedicate evangelium", de 52 p�ginas, cria neste sentido um novo "dicast�rio" para a evangeliza��o, que ser� presidido pelo pr�prio Francisco.
Ao se tornar o "evangelizador-chefe", o papa est� efetuando uma "mudan�a tect�nica em dire��o a uma igreja mais pastoral e mission�ria", disse David Gibson, diretor do Centro de Religi�o e Cultura da Universidade Fordham, no Twitter.
Nessa linha, o papa afirma que todo crist�o batizado � mission�rio.
"N�o se pode deixar de levar isso em conta na atualiza��o da C�ria, cuja reforma deve garantir a participa��o de laicos e mulheres, inclusive em fun��es governamentais e de responsabilidade", disse.
"O papa Francisco vem trabalhando em uma nova estrutura organizacional para o Vaticano h� nove anos. � um aspecto importante de seu legado", disse Joshua McElwee, do National Catholic Reporter, no Twitter.
- Prote��o de menores -
O texto, que foi publicado no nono anivers�rio do pontificado de Francisco, tamb�m acrescenta a Comiss�o do Vaticano para a Prote��o de Menores - um �rg�o consultivo papal - ao dicast�rio que supervisiona as investiga��es internas de casos de abuso sexual do clero.
Segundo o cardeal Sean O'Malley, que preside a Comiss�o, trata-se de um "avan�o significativo" que dar� peso institucional � luta contra um flagelo que assola a Igreja em todo o mundo.
Para Marie Collins, v�tima que fez parte da comiss�o antes de 2017, quando renunciou devido � forma como a Igreja enfrentou a crise, � um retrocesso.
"A Comiss�o perdeu oficialmente qualquer apar�ncia de independ�ncia", disse no Twitter.
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