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Estado de Minas GUERRA NA EUROPA

EUA veem crimes, e Otan refor�a tropas

Secret�rio de Estado norte-americano, afirma que membros das for�as russas violaram leis e princ�pios da guerra. Alian�a militar ocidental se re�ne hoje


24/03/2022 04:00

Bombeiros em meio a destroços em Kiev
Bombeiros em meio aos destro�os na �rea da Academia Nacional de Ci�ncias da Ucr�nia, ap�s um ataque no Noroeste de Kiev (foto: Fadel Senna/AFP)

 

Todos os dias, Svitlana Vodolaga – porta-voz dos Servi�os de Emerg�ncia do Estado da Ucr�nia – registra ataques indiscriminados a civis, em Kiev. “Vejo com os meus pr�prios olhos os inc�ndios e os pr�dios destru�dos pelo bombardeio inimigo. Vejo os rostos de pessoas que perderam conhecidos e familiares. Gente que perdeu suas casas e ficou sem nada”, afirmou ao Estado de Minas a bombeira de 47 anos. Desde o in�cio da guerra, ela fotografa e filma os corpos e a devasta��o. “Espero que esses documentos ajudem a punir os culpados.” Pela primeira vez, os Estados Unidos acusaram a R�ssia de crimes de guerra. “Hoje posso anunciar que, com a informa��o atualmente dispon�vel, o governo dos EUA determina que membros das for�as russas cometeram crimes de guerra”, afirmou o secret�rio de Estado norte-americano, Antony Blinken. Com os civis na linha de fogo e o confronto cada vez mais distante de uma solu��o diplom�tica, a Organiza��o do Tratado do Atl�ntico Norte (Otan) anunciou o envio de for�as de combate extras no flanco Leste da Europa – grupos t�ticos ser�o enviados para Bulg�ria, Hungria, Rom�nia e Eslov�quia.

No marco do primeiro m�s da guerra, a Otan realiza, hoje, uma c�pula de l�deres para debater uma resposta � R�ssia. O encontro contar� com a presen�a do presidente dos EUA, Joe Biden, que desembarcou ontem � noite na capital da B�lgica. Durante a reuni�o, o l�der ucraniano, Volodymyr Zelensky, far� um pronunciamento por meio de videoconfer�ncia. “O presidente (Vladimir) Putin e sua brutal invas�o � Ucr�nia provocam mortes e destrui��o todos os dias. Nossos aliados est�o unidos em apoio ao corajoso povo da Ucr�nia. Putin deve p�r fim � guerra, permitir a entrada de ajuda humanit�ria e a sa�da de civis, e se engajar com a diplomacia real”, declarou o secret�rio-geral da Otan, Jens Stoltenberg, ao afirmar que 100 mil soldados norte-americanos est�o posicionados na Europa e outros 40 mil militares da alian�a mant�m prontid�o no Leste do continente.

“Na c�pula de amanh� (hoje), espero que os l�deres concordem com o refor�o da Otan em todas as frentes. (...) O primeiro passo ser� o deslocamento de quatro novos grupos de combate para Bulg�ria, Hungria, Rom�nia e Eslov�quia. (...) Isso significa que teremos oito grupos de combate ao longo do flanco Leste, do Mar B�ltico ao Mar Negro”, comentou Stoltenberg. Ele reiterou que a Otan tem o direito � autodefesa, respaldado pela Carta da Uni�o Europeia. Ainda segundo o secret�rio-geral, a Otan precisa atuar com responsabilidade para impedir que a guerra se espalhe para al�m da Ucr�nia e se transforme em um conflito entre a alian�a e a R�ssia.

Para Artem Oliinyk, diretor do Instituto para Rela��es de Governo (em Kiev), a Otan se encontra em uma situa��o delicada. “Os russos atra�ram Belarus para o conflito e amea�am envolver outros pa�ses-membros da CSTO (Organiza��o do Tratado de Seguran�a Coletiva, formada por Arm�nia, Cazaquist�o, Quirguist�o, R�ssia, Tajiquist�o, Uzbequist�o, Azerbaij�o, Ge�rgia e o pr�prio Belarus). Nesse sentido, as exig�ncias de Putin para que a Otan retorne �s fronteiras de 1997 s�o um ato de agress�o contra a alian�a ocidental, o qual est� em marcha na Ucr�nia”, explicou ao EM. “Moscou declarou abertamente que reagir� duramente aos comboios de armas enviados pelo Ocidente e a uma eventual miss�o de for�as de paz da Otan. Devemos nos preparar para provoca��es nas fronteiras da Otan, com o aumento at�pico de atividade militar e ataques h�bridos � cadeia de suprimentos”, advertiu.

Oliinyk acredita que, em caso de uma agress�o militar, os primeiros alvos da R�ssia seriam bases militares, quart�is-generais de comando e pistas de pouso no Centro e no Leste da Europa. Ele disse que Moscou tem dados precisos sobre a localiza��o das tropas dos EUA e da Otan. “A situa��o � desfavor�vel, mas os europeus devem estar preparados para contra-atacar. Trata-se da seguran�a de todo o continente”, acrescentou o ucraniano. Apesar de reconhecer que a R�ssia n�o disp�e de meios t�cnicos para lan�ar uma guerra contra a Otan, Oliinyk n�o descarta que Putin lance m�o de armas nucleares t�ticas. Tamb�m ontem, o Reino Unido anunciou o envio de mais 6 mil m�sseis defensivos � Ucr�nia.

Viola��es

Ontem, bombardeios russos atingiram casas residenciais em Shevchenkivskyi, em Kiev. Mais uma vez, Svitlana documentou a devasta��o. “Nesse incidente, felizmente, ningu�m morreu. Uma pessoa ficou ferida”, relatou. “O crime de guerra mais chocante para mim envolveu a morte de crian�as e de mulheres, em 1º de mar�o. Foram queimadas vivas, quando os russos bombardearam a torre de TV, em Kiev. Uma fam�lia inteira foi incendiada – um casal e os dois filhos.

“Eu vejo crimes de guerra n�o atrav�s de relatos dos EUA, mas com os meus pr�prios olhos”, desabafou � reportagem Oleksandra Matviichuk, ativista de direitos humanos da organiza��o n�o governamental Centro para Liberdades Civis, em Kiev. Ela cita um caso espec�fico, ocorrido em 17 de mar�o. “Ruslan Necepurenko, de 47 anos, e seu filho Yuri, de 14, andavam de bicileta pelo Centro da cidade ocupada de Bucha, vizinha de Kiev. Buscavam medicamentos e ajuda humanit�ria, quando foram parados por soldados russos. Ambos mostraram que n�o carregavam armas. Mesmo assim, os militares deliberadamente mataram Ruslan e come�aram a atirar em Yuri. Minha colega entrevistou Alla, m�e de Yuri, e documentou tudo. Foi um crime de guerra.”

A Procuradoria-Geral da Ucr�nia informou que 121 crian�as foram mortas e 167 ficaram feridas desde o in�cio da guerra, em 24 de fevereiro. “N�o � uma guerra, � um genoc�dio”, disse � ag�ncia France-Presse a procuradora-geral, Iryna Venediktova. As guerras “t�m regras, princ�pios. O que vemos em Mariupol � a total aus�ncia de regras”, acrescentou, ao citar a cidade portu�ria no Sudeste do pa�s que foi totalmente isolada do mundo pelas for�as russas e registra bombardeios a cada 10 minutos. Pelo menos 2,5 mil cidad�os de Mariupol foram assassinados e enterrados em covas coletivas.



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