Esse artif�cio, que deixa um rastro branco no c�u, teria atingido uma cidade na regi�o de Lugansk, denunciam autoridades ucranianas dessas �reas do leste do territ�rio.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, tamb�m fez essa acusa��o na quinta-feira (24), mas a informa��o ainda n�o p�de ser verificada.
"A R�ssia nunca violou nenhuma conven��o internacional", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, em entrevista coletiva nesta sexta-feira (25).
- Bomba incendi�ria, n�o qu�mica -
As bombas de f�sforo branco n�o s�o armas qu�micas, cujo uso est� proibido pela Conven��o sobre Armas Qu�micas, que entrou em vigor em 1997.
S�o, na verdade, consideradas armas incendi�rias, que t�m seu uso codificado no Protocolo III da Conven��o sobre Certas Armas Convencionais, de 1980 e que entrou em vigor desde 1983.
"Est� proibido, sob qualquer circunst�ncia, atacar com armas incendi�rias a popula��o civil como tal, pessoas civis, ou bens de car�ter civil", diz o protocolo.
Al�m disso, essas armas est�o proibidas contra alvos militares quando est�o perto de popula��es civis. Este protocolo n�o afeta o f�sforo branco usado como sinalizador.
Tanto a R�ssia quanto a Ucr�nia s�o signat�rias deste Protocolo III desde 1982, na �poca da antiga Uni�o Sovi�tica.
O f�sforo pode ser usado como cortina de fuma�a para esconder os movimentos das tropas, iluminar o campo de batalha, ou incendiar infraestruturas.
Mas pode "causar danos absolutamente horr�veis, queimaduras muito graves" em civis, disse Olivier Lepick, da Funda��o Francesa para Pesquisa Estrat�gica (Fondation pour la Recherche Strat�gique), ao canal LCI.
- Da Grande Guerra a Nagorno Karabakh -
As bombas incendi�rias come�aram a ser usadas em massa durante a Primeira Guerra Mundial, em paralelo ao surgimento da avia��o militar.
Em 31 de maio de 1915, pela primeira vez, um dirig�vel alem�o Zeppelin lan�ou um ataque a�reo com bombas incendi�rias em Londres.
Obuses de f�sforo branco foram usados extensivamente durante a Segunda Guerra Mundial, sobretudo, pelo Ex�rcito dos Estados Unidos contra as tropas blindadas alem�s.
Outro tipo famoso de muni��o incendi�ria s�o as bombas de napalm, � base de combust�vel gelatinoso e inventadas em 1942. Foram usadas pelos Estados Unidos durante a Guerra do Vietn� contra os guerrilheiros comunistas, deixando um grande n�mero de v�timas civis. A Fran�a tamb�m recorreu a elas na Guerra da Indochina (1946-1954).
Mais recentemente, os militares americanos foram acusados de usarem bombas de f�sforo branco durante uma ofensiva de novembro de 2004 em Fallujah, apesar da presen�a de civis nesta cidade iraquiana considerada base de retaguarda para grupos terroristas.
Um ano depois, o ent�o chefe do Estado-Maior americano, Peter Pace, considerou seu uso "leg�timo" contra os insurgentes no Iraque. "N�o � uma arma qu�mica, � uma arma incendi�ria. O uso dessas armas est� dentro do direito da guerra", disse.
J� o ex-diretor da Ag�ncia das Na��es Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA, na sigla em ingl�s) John Ging acusou o Ex�rcito israelense de usar bombas de f�sforo em janeiro de 2009 em Gaza.
O Observat�rio S�rio para os Direitos Humanos (OSDH), uma ONG com sede em Londres, acusou o Ex�rcito russo, em mar�o de 2018, de lan�ar bombas incendi�rias na S�ria durante uma ofensiva do governo contra os rebeldes perto de Damasco. Moscou negou qualquer envolvimento no epis�dio.
A R�ssia, por sua vez, acusou o Ex�rcito ucraniano de usar muni��es de f�sforo em junho de 2014 durante a guerra do Donbass, no leste do pa�s.
Arm�nia e Azerbaij�o tamb�m se acusam mutuamente de terem bombardeado �reas civis, ou de terem usado armas proibidas com f�sforo, durante os combates na disputada regi�o de Nagorno Karabakh, em 2020.
PARIS