Guzm�n deu essas declara��es durante uma entrevista � AFP em Paris, onde na ter�a-feira obteve uma prorroga��o de seu acordo com o Clube de Paris para adiar vencimentos e se reuniu com a Ag�ncia Internacional de Energia (AIE).
Pergunta: Como avalia a aprova��o pelo conselho do FMI do acordo de refinanciamento da d�vida de US$ 45 bilh�es de d�lares?
Resposta: � um passo importante para a Argentina no processo de estabiliza��o macroecon�mica, que permite que o pa�s continue construindo condi��es para dar continuidade � forte recupera��o econ�mica que vem experimentando.
Esta semana foram divulgados os dados de emprego, investimento e produ��o. O PIB cresceu 10,3%, superando todas as previs�es. Organiza��es multilaterais projetaram que levaria entre quatro e cinco anos para recuperar o que foi perdido no pior ano da pandemia (2020) e aconteceu em apenas um ano.
Hoje o pa�s tem um milh�o de empregos a mais do que em 2019. A taxa de desemprego atingiu 13,1% em 2020 e j� est� em 7%.
E o investimento tamb�m apresentou um crescimento muito forte, 32,9% em 2021.
Foi muito importante poder contar com a possibilidade de refinanciar as d�vidas que tinham sido tomadas em 2018 e em 2019 junto do FMI, para que haja condi��es de maior estabilidade que permitam a continuidade do crescimento do investimento, em a recupera��o do emprego e da produ��o.
P: O FMI alertou sobre a preocupa��o com o cumprimento de algumas metas em fun��o da guerra na Ucr�nia. Voc� acha que essa preocupa��o � razo�vel? Como a guerra na Ucr�nia pode afetar a economia da Argentina?
R: A guerra na Ucr�nia est� pressionando fortemente os pre�os das commodities e gerando uma situa��o cr�tica no campo energ�tico em n�vel global.
Para a Argentina, o efeito sobre o balan�o de pagamentos a pre�os correntes � relativamente neutro. H� um impacto negativo devido ao aumento do pre�o do g�s, mas h� um impacto positivo devido ao aumento dos pre�os das commodities e dos minerais que (a Argentina) exporta.
Abordaremos os diferentes desafios que se colocam ao n�vel fiscal e ao n�vel dos pre�os no quadro dos princ�pios que est�o na base do programa que acaba de ser aprovado.
As diretrizes macroecon�micas s�o adequadas para que a Argentina possa fortalecer as condi��es para a continuidade da recupera��o econ�mica e ter maior estabilidade.
P: O presidente argentino, Alberto Fern�ndez, garantiu que o acordo permitir� "ordenar as vari�veis macroecon�micas centrais no combate � infla��o". Especificamente, com que medidas pretende atingir este objetivo?
R: Indo para a estrat�gia abrangente de enfrentamento do problema inflacion�rio, em primeiro lugar � preciso fortalecer as reservas cambiais que o Banco Central possui para que haja maior estabilidade cambial.
Buscamos continuar vivenciando uma trajet�ria de crescimento das exporta��es, tanto em valor quanto em quantidade. E h� oportunidades muito importantes, principalmente na �rea de energia. A pol�tica energ�tica ser� um foco central.
Em segundo lugar, busca continuar melhorando o perfil de financiamento das pol�ticas p�blicas.
Em terceiro lugar, busca atacar o fator de in�rcia por meio do que chamamos de pol�ticas de pre�os e renda, para que o poder de compra dos sal�rios seja recuperado, enquanto as expectativas s�o ancoradas por meio de acordos de pre�os alinhados �s diretrizes de redu��o da infla��o.
P: As medidas que voc� menciona s�o compat�veis com o objetivo de redu��o do d�ficit acordado com o FMI?
R: Para n�s � importante conseguir reduzir o d�ficit, mas com base no crescimento econ�mico, como aconteceu em 2021, em que o d�ficit prim�rio do setor p�blico foi reduzido em 6,4% do PIB em 2020 para 3% do PIB, no contexto de uma economia que cresceu mais de 10%.
O aumento da receita foi usado em parte para uma pol�tica de gastos antic�clica que sustenta a recupera��o econ�mica e foi eficaz em contribuir para o crescimento de 10% e maior desenvolvimento da infraestrutura p�blica e, em parte, para reduzir o d�ficit. Procuramos continuar na mesma linha.
P: A vota��o na Argentina sobre o acordo trouxe uma certa fratura dentro do partido no poder. Essa fratura poderia minar a confian�a do FMI na Argentina?
R: No passado houve 21 acordos e programas entre a Argentina e o FMI, nenhum deles funcionou. Nunca um programa teve tanto apoio social e pol�tico quanto o atual.
� a primeira vez na hist�ria que um programa � enviado ao Congresso Nacional para aprova��o. E esta � uma exig�ncia legal hoje na Argentina.
Este programa foi aprovado por ambas as C�maras com 80% de votos afirmativos e esse � um resultado muito importante para a Argentina. O processo em si foi um avan�o para o nosso pa�s.
PARIS