"Infelizmente, n�o pudemos estabelecer o destino das v�timas. Isso se deve � destrui��o de provas, ao obst�culo, oculta��o e constru��o de uma mentira a partir das esferas mais altas", disse Francisco Cox, membro do Grupo Interdisciplinar de Especialistas Independentes (GIEI), que investiga o caso.
O GIEI garantiu que esses �rg�os, que n�o identificou, resistem a entregar informa��es necess�rias para o avan�o das investiga��es, incluindo dados de intelig�ncia. Em seu julgamento, h� uma "simula��o" por parte de algumas autoridades para levar a crer que cumprem a ordem do presidente mexicano, Andr�s Manuel L�pez Obrador, de facilitar as consultas, quando, na realidade, n�o o fazem.
O GIEI foi criado em novembro de 2014 por um acordo entre a Comiss�o Interamericana de Direitos Humanos e o Estado mexicano, para esclarecer o desaparecimento dos estudantes de Ayotzinapa, no estado de Guerrero.
Os 43 jovens desapareceram entre a noite de 26 e a manh� de 27 de setembro de 2014, em Iguala, cidade tamb�m em Guerrero, em um dos piores casos de viola��o dos direitos humanos no M�xico, que gerou ampla condena��o internacional. At� o momento, s� foram identificados os restos mortais de tr�s v�timas, por especialistas do Instituto de Medicina Legal da Universidade de Innsbruck, na �ustria.
Segundo Claudia Paz, que integra o GIEI, membros do Ex�rcito estavam seguindo os movimentos dos alunos dois dias antes do seu desaparecimento. "Naquele momento, as autoridades tinham informa��es quase minuto a minuto do que estava ocorrendo", disse.
Claudia afirmou ainda que, na noite do dia 26, autoridades locais e nacionais sabiam "o que estava acontecendo no momento da deten��o e ap�s o desaparecimento dos estudantes", ainda que essa informa��o n�o tenha sido entregue �s investiga��es.
No dia do ocorrido, dezenas de normalistas se dirigiam a Iguala para pegar �nibus que pretendiam usar em manifesta��es. De acordo com a chamada "verdade hist�rica" do governo do ent�o presidente Enrique Pe�a Nieto (2012-2018), os jovens foram detidos e entregues por policiais locais a narcotraficantes do cartel Guerreros Unidos, ao serem confundidos com integrantes de uma gangue inimiga.
Ap�s serem baleados, seus restos foram incinerados e colocados no lixo, segundo essa tese, recha�ada por familiares das v�timas, o GIEI e o Escrit�rio do Alto Comiss�rio das Na��es Unidas para os Direitos Humanos.
�ngela Buitrago, tamb�m membro do GIEI, que apresentou o terceiro relat�rio de trabalho do grupo, mencionou a altera��o de uma lixeira onde foram encontrados restos humanos, entre os quais os de tr�s alunos. "A cena foi alterada", afirmou, apontando que, antes das dilig�ncias judiciais, o lugar sofreu a interfer�ncia "de atores que n�o tinham a compet�ncia nem o grau" de investigadores.
- Testemunhas assassinadas -
Al�m da oculta��o de informa��es, Francisco Cox ressaltou que as a��es dos pr�prios criminosos tamb�m impedem "saber o destino final" dos estudantes. Pelo menos "22 pessoas relacionadas que poderiam ter informa��es morreram, apenas duas de causas naturais.
Jhosivani Guerrero da Cruz, Christian Alfonso Rodr�guez Telumbre e Alexander Mora Venancio foram os �nicos alunos identificados at� agora pelo Instituto de Medicina Legal da Universidade de Innsbruck.
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