A medida, aprovada no domingo pelo Congresso a pedido do presidente, vigorar� por um m�s. Ela implica a restri��o de liberdades civis e a amplia��o dos poderes de pol�cia e do ex�rcito no controle da ordem p�blica ap�s uma onda de viol�ncia que deixou 87 mortos no fim de semana.
O governo atribuiu os assassinatos aos grupos Mara Salvatrucha (MS-13) e Barrio 18. As autoridades informaram que prenderam, nos �ltimos dias, 2.163 criminosos em um pa�s que reduziu drasticamente o n�mero de mortes violentas.
Em 2021, foram registrados 1.147 homic�dios, enquanto em 2017 foram 3.962.
Al�m disso, Bukele decretou emerg�ncia m�xima nas pris�es e deu um ultimato aos criminosos: "Parem de matar j�, ou eles v�o pagar tamb�m", escreveu no Twitter na segunda-feira (28), ao advertir que pode endurecer ainda mais as condi��es de encarceramento dos mais de 16 mil membros de gangues presos.
"Apreendemos tudo deles, at� os colch�es, tamb�m racionamos sua comida e agora eles n�o v�o mais ver o sol", escreveu Bukele.
Diversas ONGs, a Comiss�o Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e a ONU manifestaram preocupa��o com as �ltimas medidas.
"O regime de exce��o � a tend�ncia mais evidente do exerc�cio do autoritarismo como forma de governo e isso est� aumentando. H� um exerc�cio autorit�rio do poder", disse Abraham �brego, diretor de Lit�gio Estrat�gico da Cristosal, uma organiza��o que promove os direitos humanos.
Para o diretor do Instituto de Direitos Humanos da Universidade Centro-Americana (Idhuca), Jos� Mar�a Tojeira, as pol�ticas "de m�o dura" como a imposta por Bukele contra as organiza��es criminosas "s�o sempre o resultado de modos de pensar autorit�rios, racistas e aporof�bicos".
Desde o in�cio de seu mandato, em junho de 2019, Bukele implementou o "plano de controle territorial" que, entre outras coisas, contempla o uso do ex�rcito em apoio � pol�cia na seguran�a p�blica e no combate ao crime organizado.
- Respeito aos Direitos Humanos -
Bukele mandou uma mensagem sarc�stica "� comunidade internacional", ap�s as cr�ticas �s suas medidas por n�o respeitar os direitos humanos.
"Temos 70.000 criminosos ainda nas ruas. Venham busc�-los, levem eles para os seus pa�ses, tirem eles desta 'persegui��o ditatorial e autorit�ria'. Voc�s podem ajudar esses anjinhos, n�o permitam que continuemos violando os seus direitos", escreveu Bukele no Twitter.
Em El Salvador, investiga��es jornal�sticas apontam que o governo negociou com os grupos criminosos para reduzir os homic�dios e, em dezembro, os Estados Unidos sancionaram dois altos funcion�rios de El Salvador por negocia��es com l�deres de gangues encarcerados. O presidente nega essas acusa��es.
- Apoio popular -
Em dezembro, 85% dos salvadorenhos disseram que aprovam a gest�o Bukele, segundo uma pesquisa da publica��o La Prensa Gr�fica.
Muitos como �ngel Mendoza, de 48 anos, apoiam suas medidas mais recentes.
"N�o vejo problemas nisso que aprovaram", afirmou, em refer�ncia ao regime de exce��o. "Nos favorece porque estamos mais seguros".
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