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Estado de Minas BUCHA

Testemunha em Bucha viu soldados atirarem em homem que 'ia ao supermercado'


05/04/2022 10:13

"Bem diante dos meus olhos, atiraram em um homem que ia buscar comida no supermercado". Em Bucha, Olena relata para a AFP como as for�as russas "cru�is", diferentemente das tropas regulares, espalham o terror pela cidade.

Situada a 30 quil�metros ao noroeste do centro de Kiev, a cidade estava ocupada pelo ex�rcito invasor desde 27 de fevereiro e ficou inacess�vel por mais de um m�s.

Os bombardeios cessaram em 31 de mar�o, e for�as ucranianas conseguiram entrar h� apenas alguns dias.

Durante todo o m�s de ocupa��o por parte das for�as da R�ssia, Olena, de 43, que n�o quis dar seu sobrenome, refugiou-se com seus filhos de 7 e 9 anos nos por�es sem eletricidade de um pr�dio de quatro andares de moradia social. Outros moradores fizeram o mesmo.

"N�o tinha ex�rcito ucraniano na cidade, apenas a defesa territorial, composta, principalmente, por seguran�as de empresas locais, sem armas, que depois fugiram" quando os russos chegaram, disse ela � AFP.

"No in�cio, os soldados [russos] eram, sobretudo, jovens. Duas semanas depois, outros chegaram. Mais velhos, tinham mais de 40 anos. Eram cru�is. Maltrataram todo mundo. E foi a� que come�aram os massacres", acrescenta.

A R�ssia negou "categoricamente" todas as acusa��es vinculadas � descoberta de in�meros corpos de civis neste munic�pio.

- "Corpos sobre o sangue" -

Segundo Olena, os homens mais experientes "estavam muito bem equipados, usavam uniformes nas cores preto e verde-escuro", diferentes do do Ex�rcito padr�o.

"Havia bons meninos entre os soldados russos, e havia homens muito rudes, principalmente oficiais do FSB (sigla em ingl�s para Servi�o Federal de Seguran�a russo)", afirma Olena, de gorro vermelho, jaqueta de l�, cal�a de moletom e t�nis.

"Me aproximei dos soldados para perguntar o que faria para alimentar meus filhos. Eles nos deram comida. Foram eles que nos disseram que era o FSB que proibia a gente de se deslocar, que eram for�as especiais muito violentas. Eram russos falando isso dos russos", completou.

"Eu mesma vi como eles atiravam nas pessoas. Bem diante dos meus olhos, atiraram em um homem que ia buscar comida no supermercado", relatou.

Apenas as mulheres podiam sair para buscar �gua, ou comida. Os homens foram obrigados a ficar em casa.

"Nossos vizinhos sa�ram para jogar o lixo fora. Era por volta das 17h. Dois homens e uma mulher. Um dos homens tinha servido no Ex�rcito. N�o voltaram para casa. Foram encontrados por algumas mulheres do nosso pr�dio quando elas sa�ram para buscar lenha no p�tio de uma casa. Os corpos jaziam sobre o sangue no ch�o, com marcas de bala", contou.

"Quando os agentes do FSB chegaram, perguntaram para a gente: 'Por que voc�s n�o foram embora?' Eu disse a ele que vivo aqui h� 43 anos, com uma vida tranquila. Ir para onde? Ent�o, come�aram a nos tratar como traidores, porque n�o fomos embora", continuou Olena.

No s�bado (2), a AFP viu os corpos de pelo menos 22 pessoas em trajes civis nas ruas de Bucha. Um deles estava deitado perto de uma bicicleta, e outro tinha sacolas de suprimentos ao lado. Um cad�ver tinha as m�os amarradas atr�s das costas.

Ontem (4), os corpos de cinco homens, tamb�m com as m�os amarradas, foram encontrados no por�o de uma cl�nica para crian�as, anunciou a Procuradoria-Geral ucraniana.

Segundo o prefeito de Bucha, Anatoly Fedoruk, nestes �ltimos dias, 280 pessoas foram enterradas em "valas comuns", devido ao alto n�mero de mortes.


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