O clima do reencontro foi ao mesmo tempo nost�lgico, festivo e bem-humorado.
"Bem-vindo de volta � Casa Branca. Parece os velhos tempos", disse Biden a seu ex-chefe em um Sal�o Leste lotado, na qual eles entraram juntos sob aplausos de funcion�rios e membros do Congresso.
Esta foi a primeira vez de Obama nas salas hist�ricas da sede do governo americano desde que deixou o cargo h� cinco anos, quando entregou o poder a Donald Trump.
"Vice-presidente Biden", disse Obama ao microfone, antes de corrigir-se entre risos: "Isso foi uma brincadeira".
Biden deu sequ�ncia � brincadeira apresentando-se como "o vice-presidente de Barack Obama".
Para Biden, que serviu por dois mandatos como bra�o direito do primeiro presidente negro dos EUA, antes de desistir da aposentadoria para vencer Trump nas elei��es, tamb�m foi um momento comovente.
Afetado pelas consequ�ncias da pandemia de covid-19, a infla��o galopante, uma oposi��o republicana obstrucionista e a invas�o russa da Ucr�nia, em pouco mais de um ano o presidente conheceu as dificuldades reais de seu cargo. Seus �ndices de aprova��o nas pesquisas est�o muito ruins. Ficaram estagnados na faixa de 40%, com poucos sinais de melhora.
O motivo para a reuni�o, no entanto, � um acontecimento pol�tico feliz: o 12� anivers�rio da Lei de Assist�ncia Acess�vel, considerada uma grande conquista interna de Obama.
Conhecido popularmente como Obamacare, o plano de sa�de subsidiado ampliou o acesso a servi�os m�dicos a milh�es de pessoas em um pa�s onde muitos n�o t�m condi��es financeiras para consultar um m�dico ou dentista e podem entrar em fal�ncia no caso de uma cirurgia de emerg�ncia.
Os republicanos j� investiram em reiteradas tentativas de eliminar o plano que denunciam como socialismo, mas o Obamacare sobreviveu � maioria dos ataques e, no mandato de Biden, foi ampliado.
"Apesar das grandes dificuldades, Joe e eu est�vamos determinados", disse Obama. "Eu tinha a inten��o de obter a aprova��o da assist�ncia de sa�de mesmo que isso me custasse a reelei��o, o que por um tempo parecia que iria acontecer."
- Almo�o poderoso -
O verdadeiro objetivo da reuni�o entre Biden e Obama era mais amplo: uma oportunidade para refor�ar a marca centrista de Biden e tranquilizar os democratas que acreditam que as pesquisas preveem uma inevit�vel derrota eleitoral em novembro, com os republicanos recuperando o controle do Congresso.
Al�m de falar sobre pol�tica sanit�ria, a Casa Branca observou que o 44� presidente e o atual 46� almo�aram juntos, como costumavam fazer uma vez por semana durante o governo Obama.
"S�o amigos de verdade, n�o apenas amigos de Washington", afirmou a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki.
Dizem que amigos verdadeiros s�o raros em Washington, mas Barack e sua esposa Michelle Obama s�o com certeza populares entre os democratas. E este brilho pode ser pulverizado no partido.
No entanto, tratando-se das elei��es de meio de mandato, Obama n�o � exatamente o melhor modelo: seus democratas foram derrotados no Congresso nas elei��es de 2010 e 2014.
Por outro lado, Obama demostrou com sua reelei��o em 2012 que um presidente pode sobreviver a terremotos - talvez uma li��o para Biden em 2024, quando pode enfrentar novamente uma batalha contra Trump.
Obama, com suas famosas habilidades ret�ricas ainda intactas, pediu aos democratas que n�o percam sua autoconfian�a.
"Estou fora do circuito, mas sei como as pessoas podem estar desanimadas com Washington", afirmou.
Em seu discurso, Biden deu a entender que a assist�ncia para a sa�de poderia ser um dos elementos da tentativa dos democratas de manter o controle do Congresso.
"Se os republicanos voltarem ao poder, eles tentar�o revogar a Lei de Assist�ncia Acess�vel", alertou. "Ent�o prestem muita aten��o, pessoal."
WASHINGTON