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Estado de Minas Guerra na Europa

Desespero ''tatuado'' no corpo dos filhos


06/04/2022 04:00 - atualizado 05/04/2022 23:31

A pintora ucraniana Oleksandra Malovivy e a filha Vira. Dados escritos pela mãe nas costas da criança por temor da sua morte e do marido
A pintora ucraniana Oleksandra Malovivy e a filha Vira. Dados escritos pela m�e nas costas da crian�a por temor da sua morte e do marido (foto: Arquivo pessoal)

A voz denotava cansa�o. “Voc� se importa se eu enviar mensagens de �udio para voc�? Meu celular foi queimado”, afirmou ao Estado de Minas a pintora ucraniana Oleksandra Makoviy, de 33 anos. No �ltimo s�bado, ela publicou uma foto de Vira, de 2 anos, com as costas repletas de inscri��es a caneta. No corpo da �nica filha, Oleksandra escreveu o nome completo da filha, a data de nascimento e dois n�meros de telefones de familiares. “Eu decidi colocar essas informa��es no corpo de Vira no primeiro dia da guerra, quando despertamos com o som das bombas. Eu comecei a tremer muito. Estava muito nervosa e chorava. Escrevi esses dados nas costas da minha filha para o caso de eu e meu marido morrermos nos bombardeios”, relatou, por mensagem de �udio no Instagram.

De acordo com Oleksandra, assim que os ataques a�reos russos come�aram, em 24 de fevereiro, ela n�o sabia se conseguiriam fugir de Kiev. A fam�lia morava no distrito de Rusanivka, uma ilha artificial constru�da no meio do Rio Dineper, desprovida de abrigos antia�reos. “Havia pouca informa��o. N�s receb�amos not�cias apenas do Facebook e de outros canais n�o oficiais. T�nhamos medo de nosso carro ser atingido pelos m�sseis ou de n�o conseguirmos chegar at� o carro. Ent�o, coloquei todos os dados no corpo de Vira, para o caso de nos separarmos ou morrermos. Isso foi para o futuro dela", acrescentou a m�e, emocionada.

Oleksandra, o marido e Vira conseguiram chegar ao Centro de Kiev, onde ficariam no apartamento de familiares. “N�o havia seguran�a. Ca�as sobrevoavam a capital a todo momento. Eu n�o podia mais comer, nem dormir. Apenas vomitava, tremia e chorava”, lembra. Depois que colocou a foto da filha no Instagram, Oleksandra foi contatada por outras m�es ucranianas. "Percebi que n�o era a �nica a utilizar aquele m�todo. � uma situa��o muito assustadora. Em pleno s�culo 21, temos de enfrentar este mal em que os russos se transformaram e tudo o que fazem”, desabafou. Os tr�s est�o a salvo no Sul da Fran�a, sob cuidados de volunt�rios. Eles t�m permiss�o para ficar no pa�s at� setembro. (RC)



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