Dos 193 Estados-membros da assembleia, 93 votaram a favor da suspens�o, enquanto 24 votaram contra, e 58 se abstiveram.
Esta � a segunda vez que um pa�s � suspenso do Conselho. A L�bia foi o primeiro, em 2011.
As absten��es, condenadas por Kiev, n�o foram levadas em conta porque para uma suspens�o basta o voto favor�vel de dois ter�os dos pa�ses que se declaram a favor ou contra.
Entre os pa�ses que votaram contra est� a China, que a considera uma "iniciativa precipitada" que "adiciona lenha � fogueira" e um "precedente perigoso", assim como Ir�, Cazaquist�o, Bol�via e Cuba. A Venezuela defendeu o voto contra, mas perdeu o direito de voto devido ao ac�mulo de pagamentos pendentes.
Sem surpresa, R�ssia, Belarus e S�ria se opuseram � resolu��o.
Entre os pa�ses latino-americanos que votaram a favor est�o Argentina, Col�mbia, Chile, Costa Rica, Equador, Guatemala, Honduras e Uruguai.
Apesar da press�o nos �ltimos dias da R�ssia para que os pa�ses votassem contra, v�rios Estados africanos, como �frica do Sul e Senegal, optaram pelos resultados da comiss�o de investiga��o" criada em mar�o pelo Conselho de Direitos Humanos.
Brasil, M�xico e �ndia, atualmente os tr�s membros n�o permanentes do Conselho de Seguran�a da ONU, tamb�m se abstiveram.
O embaixador do Brasil na ONU, Ronaldo Costa Filho, disse: "O Brasil decidiu se abster na vota��o de hoje porque acredita que a comiss�o de inqu�rito deve ter permiss�o para concluir sua investiga��o independente para que as responsabilidades possam ser determinadas".
Ele acrescentou que seu pa�s, "profundamente preocupado" com supostas viola��es de direitos humanos na Ucr�nia, est� "totalmente comprometido em encontrar maneiras de cessar imediatamente as hostilidades e promover um di�logo real que leve a uma solu��o pac�fica e sustent�vel".
Segundo Washington, a suspens�o da R�ssia do Conselho de Direitos Humanos com sede em Genebra � muito mais do que simb�lica e aumenta o "isolamento" de Moscou no cen�rio internacional.
A R�ssia, acusada de crimes de guerra e atrocidades contra civis nas �reas ucranianas que ocupou, como Bucha, tem sido um membro intermitente do Conselho desde 2006 porque apenas dois mandatos consecutivos s�o permitidos. O atual expiraria em 2023. A Ucr�nia atualmente o integra.
A rea��o do governo russo n�o tardou. O Minist�rio das Rela��es Exteriores qualificou a suspens�o como "ilegal e motivada politicamente, com o objetivo de castigar de maneira p�blica um Estado-membro soberano da ONU que tem uma pol�tica interna e externa independente", pelo qual decidiu rescindir sua participa��o de forma "precipitada", renunciando a uma simples "suspens�o".
O ministro ucraniano das Rela��es Exteriores, Dmytro Kuleba, aplaudiu que os "criminosos de guerra" n�o estejam mais representados neste conselho.
A embaixadora americana na ONU, Linda Thomas-Greenfield, disse que era um momento hist�rico e em Bruxelas, o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, afirmou que "um pa�s que comete viola��es flagrantes e sistem�ticas dos direitos humanos n�o deveria estar em uma inst�ncia cuja miss�o � proteger estes direitos".
- Prote��o de civis -
A resolu��o aprovada pela Assembleia Geral expressa a "profunda preocupa��o" da Assembleia Geral "com a atual crise humanit�ria e de direitos humanos na Ucr�nia, em particular diante de relatos de viola��es e abusos de direitos humanos", �s vezes "sistem�ticos", e "viola��es do direito internacional humanit�rio por parte da Federa��o Russa".
Este Conselho � o principal foro da ONU encarregado de promover os direitos humanos. Foi criado em 2006 e � composto por 47 estados membros, eleitos pela Assembleia Geral das Na��es Unidas.
Sua miss�o tamb�m consiste em revisar periodicamente sua situa��o nos pa�ses-membros da ONU e pode abordar qualquer quest�o relacionada aos direitos humanos, como foi o caso recentemente com a situa��o na Ucr�nia, apesar da oposi��o de Moscou, e da Eti�pia.
Desde a invas�o russa da Ucr�nia, a Assembleia Geral da ONU decidiu sobre esta guerra tr�s vezes, incluindo a vota��o de quinta-feira.
Em 2 de mar�o, 141 pa�ses condenaram a invas�o lan�ada pela R�ssia, membro permanente do Conselho de Seguran�a da ONU, 5 votaram contra (al�m de R�ssia, Belarus, S�ria, Coreia do Norte e Eritreia) e 35 se abstiveram.
Em 24 de mar�o, a Assembleia Geral pediu acesso humanit�rio desimpedido e a prote��o de civis na Ucr�nia. Durante a vota��o, 140 pa�ses votaram a favor, cinco contra (os mesmos cinco de 2 de mar�o) e 38 pa�ses se abstiveram.
NA��ES UNIDAS