Combates em uma �rea de v�rios quil�metros quadrados de trilhos de trem, armaz�ns, chamin�s e fornos de carv�o e f�bricas de todos os tipos. A apoteose da guerra urbana, com visibilidade reduzida, buracos, obst�culos, armadilhas em cada esquina, a�o e concreto por toda parte.
E no subsolo deste complexo: t�neis. Algumas fontes falam de mais de 20 quil�metros de corredores subterr�neos, com at� 30 metros de profundidade. Uma informa��o que a AFP n�o conseguiu verificar com fontes confi�veis.
O complexo metal�rgico Azovstal, pertencente ao grupo Metinvest (controlado pelo homem mais rico da Ucr�nia, Rinat Akhmetov), �, juntamente com a f�brica Azovmash, o cora��o dos combates em Mariupol nas �ltimas semanas.
"� uma cidade dentro da cidade, com v�rios n�veis subterr�neos que remontam aos tempos sovi�ticos, voc� n�o pode bombardar, tem que limp�-la por baixo. Isso levar� tempo", admitiu na semana passada Eduard Basurin, representante das for�as separatistas pr�-russas em Donetsk.
A entrada das for�as russas nos t�neis � "imposs�vel", segundo Alexander Grinberg, analista do Instituto de Seguran�a e Estrat�gia de Jerusal�m (JISS). "Podem tentar, mas ser�o massacrados porque os defensores t�m toda a vantagem t�tica."
- Stalingrado, o precedente -
Os t�neis vietnamitas de Cuchi, perto da cidade de Ho Chi Minh, durante a guerra da Indochina, do Hamas em sua luta contra Israel ou os do grupo Estado Isl�mico (EI) em Mossul s�o alguns dos exemplos hist�ricos dessa t�tica.
Mas o melhor exemplo � a m�tica Batalha de Stalingrado (1942-1943) durante a Segunda Guerra Mundial, com os intensos combates na f�brica "Outubro Vermelho".
"Os sovi�ticos usaram os esgotos e os t�neis para chegar por tr�s das linhas alem�s", explica � AFP um oficial militar franc�s.
At� hoje, os t�neis ainda s�o muito eficazes para criar incerteza no advers�rio.
Reduzem a efic�cia da artilharia inimiga, dos ataques a�reos, da infantaria e do franco-atiradores. Tornam in�til a vigil�ncia por sat�lite a complicam as informa��es t�cnicas, dando aos defensores uma vantagem de implanta��o.
"Mas deve que ser uma rede muito densa. Deve haver armas, muni��es, alimentos e bebidas armazenados. Isso requer uma fase significativa de prepara��o".
- �gua e g�s -
James Rands, analista do instituto brit�nico de informa��es privadas Janes, fala, por sua vez, do necess�rio e delicado treinamento dos soldados.
"O espa�o apertado leva ao combate de curta dist�ncia, o que limita a efic�cia de algumas armas", diz. E os explosivos dobram seu poder, mas seu uso pode se voltar contra quem os usa.
No n�vel t�tico, "comando e controle s�o extremamente dif�ceis. As comunica��es normais s�o ruins e se os t�neis n�o estiverem bem mapeados, a consci�ncia situacional � menor", acrescenta Rands.
Sem falar no inferno de uma retirada m�dica. Em tese, "uma hora de avan�o em uma rede subterr�nea sup�e dez se for necess�rio evacuar v�timas", afirma.
Mas fazer desta fortaleza subterr�nea ucraniana uma posi��o inexpugn�vel exige que os defensores tenham suprimentos, como �culos de vis�o noturna. Algo que pode n�o ser assim.
E eles correm o risco de os russos inundarem os t�neis ou dispersarem g�s ou outros produtos qu�micos para expulsar os defensores.
Sem mencion�-la diretamente, o presidente russo, Vladimir Putin, garantiu na ter�a-feira que a ofensiva continua de acordo com suas proje��es, sem revelar datas, por isso � dif�cil saber quanto tempo durar� essa batalha.
PARIS