(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas JUBA

Mais de 14.000 civis fogem do Sud�o do Sul por escalada da viol�ncia


13/04/2022 13:03

H� cinco dias, Detoh Rie vive nos p�ntanos do condado de Leer, assim como outras cerca de 14.000 pessoas que fogem do aumento da viol�ncia nesta regi�o do Sud�o do Sul.

Os combates eclodiram na �ltima sexta-feira (8) nesta parte do estado de Unity, no norte do pa�s, entre tropas do SPLA IO, ligadas ao vice-presidente Riek Machar, e for�as que desertaram deste movimento em agosto passado para se somarem ao inimigo jurado de Machar, o presidente Salva Kiir.

Os comandantes militares de ambos os lados, baseados na capital nacional, Juba, pediram imediatamente o fim das hostilidades. Os combates se estenderam at� domingo (10), impondo um alto pre�o aos civis deste condado.

"Os soldados atacaram nossas aldeias e queimaram nossas casas. Levaram vacas, cabras e mataram gente", contou Detoh Rie, em conversa por telefone com AFP, falando diretamente desta �rea de dif�cil acesso.

"Toda a nossa comida foi queimada junto com nossas casas. N�o temos nada", desabafa este pai de fam�lia, de 51 anos.

Em um comunicado divulgado na segunda-feira (11), a Miss�o das Na��es Unidas no Sud�o do Sul (UNMISS, na sigla em ingl�s) informou que "muitas aldeias ao sul da cidade de Leer foram saqueadas e incendiadas".

A nota tamb�m expressou preocupa��o com os relatos sobre a destrui��o do porto de Adok, no Nilo Branco, "o segundo polo econ�mico deste estado".

- Estupros, assassinatos, saques -

Na ter�a-feira (12), a porta-voz da UNMISS, Linda Tom, disse � AFP que as for�as de paz est�o "intensificando as patrulhas", referindo-se a "informes preocupantes de viol�ncia sexual, saques e destrui��o".

De acordo com o prefeito do condado de Leer, Stephen Taker, 13.930 deslocados foram contabilizados na segunda-feira. As autoridades locais alertam, contudo, que este n�mero pode ser muito maior, j� que algumas pessoas ainda n�o chegaram �s infraestruturas de ajuda, enquanto outras, como Detoh Rie, preferem se refugiar nas zonas vizinhas.

Kou Tek caminhou por quase quatro horas com sua fam�lia para se abrigar no p�ntano. Ele conta que, em sua aldeia, Waay, os agressores estupraram mulheres e meninas. Disse ainda que viu oito corpos - a maioria, homens.

Longe dos combates, diz ele, o dia a dia nos p�ntanos continua sendo o da sobreviv�ncia.

"As crian�as pegam �gua dos rios, que n�o � saud�vel. Muitas t�m diarreia e n�o recebem nenhum medicamento", lamenta este homem de 39 anos, pai de tr�s menores.

"Eles e os idosos sofrem muito, e a maioria morre de fome", acrescenta.

Em Muon, os deslocados abrigados em um acampamento militar "se encontram em estado de choque", afirma o coordenador da Comiss�o de Socorro e Reabilita��o da UNMISS, Paulino Kuch Mawich.

"Precisam de comida, abrigo, �gua e aten��o m�dica, mas � dif�cil saber quando v�o receber", reconhece, enquanto as organiza��es humanit�rias continuam a retirar seus funcion�rios desta �rea, devido � viol�ncia a que s�o submetidos com frequ�ncia.

Esses combates agravam um quadro humanit�rio j� "desastroso", segundo a ONU nesta regi�o do Sud�o do Sul. O pa�s mais jovem do mundo est� mergulhado na instabilidade pol�tica, econ�mica e de seguran�a desde sua independ�ncia do Sud�o, em 2011.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)