Hoje, � proibido divulgar pesquisas de inten��o de voto e fazer campanha.
Assim como em 2017, Macron e Le Pen, com 27,85% e 23,15% dos votos no primeiro turno, respectivamente, disputam a Presid�ncia no segundo turno deste domingo (24), depois de deixarem outros dez candidatos para tr�s - entre eles, o esquerdista Jean-Luc M�lenchon (quase 22%).
De acordo com as �ltimas pesquisas divulgadas na sexta-feira, o candidato do partido A Rep�blica em Marcha (LREM, na sigla em ingl�s), de 44 anos, derrotaria sua rival do Reagrupamento Nacional (RN), de 53, com uma vantagem menor do que em 2017, quando foi proclamado presidente com 66,1% dos votos.
Cinco anos depois, a Fran�a n�o � o mesmo pa�s. Protestos sociais marcaram a primeira metade do governo Macron, uma pandemia global confinou milh�es de pessoas em suas casas, e a ofensiva russa na Ucr�nia abalou, fortemente, o continente europeu.
A guerra em curso nos confins orientais da Europa sobrevoou a campanha, embora "o poder de compra tenha sido a preocupa��o n�mero um", disse Mathieu Gallard, do Ipsos France, � r�dio France Bleu, para quem h� "uma forte desilus�o" da popula��o, o que se reflete na corrida eleitoral.
Sinal do desencanto com o primeiro turno, estudantes ocuparam temporariamente, dias depois, a simb�lica Universidade de Sorbonne.
Muitos jovens, assim como parte dos eleitores de M�lenchon, denunciam o balan�o social e ambiental dos cinco anos de Macron, mas tamb�m temem que a extrema direita chegue ao poder.
"O voto em Macron n�o se baseia em uma melhora da situa��o dos franceses, mas em uma capacidade de administrar crises, de enfrentar crises em um mundo que os franceses sabem estar cada vez mais inst�vel", analisou Gallard.
- "Terceiro turno" -
Macron usou o argumento de ter sido um presidente est�vel em tempos de crise e reformista. Le Pen optou por se apresentar como defensora do poder aquisitivo dos franceses, em um contexto de preocupa��o com a disparada dos pre�os da energia e dos alimentos.
Quase 49 milh�es de franceses t�m nas m�os a escolha de qual Fran�a querem at� 2027, uma decis�o que pode implicar uma mudan�a nas alian�as internacionais desta pot�ncia nuclear e econ�mica, caso a herdeira da Frente Nacional seja eleita.
Le Pen prop�e inscrever na Constitui��o a "prioridade nacional" para excluir os estrangeiros dos benef�cios sociais concedidos pelo governo e defende abandonar o comando integrado da Organiza��o do Tratado do Atl�ntico Norte (Otan) e reduzir as compet�ncias da Uni�o Europeia (UE).
J� o presidente em final de mandato � a favor de "mais Europa", tanto em mat�ria econ�mica e social, quanto de defesa, e pretende recuperar seu impulso reformista e liberal, com sua proposta de adiar a idade de aposentadoria de 62 para 65 anos.
As se��es eleitorais abrem �s 8h locais (3h em Bras�lia) deste domingo (24). Em virtude da diferen�a de fuso, os territ�rios ultramarinos e os franceses no continente americano j� come�aram a votar. Os �ltimos postos fecham �s 20h na Fran�a (15h em Bras�lia). A partir da�, os resultados j� s�o esperados.
A depender do ganhador, Le Pen pode se tornar a primeira mulher presidente da Fran�a, e Macron, o primeiro a ser reeleito desde o conservador Jacques Chirac (1995-2007).
"Independentemente do vencedor, o pa�s ser� mais dif�cil de governar nos pr�ximos cinco anos", disse a cientista pol�tica Chlo� Morin � AFP.
Depois deste segundo turno, a Fran�a entra na campanha para as elei��es legislativas de 12 e 19 de junho, as quais decidir�o com qual maioria o futuro chefe de Estado governar�.
Trata-se de um "terceiro turno", para Gaspard Estrada, especialista em campanhas da Sciences Po.
De acordo com uma pesquisa divulgada ontem pela consultoria BVA, 66% dos franceses querem que Macron perca sua maioria parlamentar. A �ltima "coabita��o" remonta ao per�odo de 1997 a 2002, quando Chirac nomeou o socialista Lionel Jospin como primeiro-ministro.
Jean-Luc M�lenchon j� pediu aos franceses que o elejam "primeiro-ministro" nas elei��es legislativas. Seu partido, os comunistas e os ambientalistas negociam uma frente comum para as disputas legislativas.
PARIS