Essa tentativa "impedida" hoje pelas tropas russas, de acordo com o conselheiro da prefeitura local Petro Andryushchenko. Segundo este assessor, cerca de 200 habitantes de Mariupol se dirigiram para o ponto marcado para embarque, mas foram "dispersados" pelos militares russos.
Alguns deles, acrescentou, foram for�ados a entrar em �nibus rumo a Dokuchaievsk, uma cidade ocupada pelos russos 80 quil�metros ao norte de Mariupol.
"As pessoas n�o tinham o direito de sair dos �nibus", relatou, acrescentando que os russos atribu�ram a mudan�a de itiner�rio "aos disparos de nacionalistas (ucranianos) na �rea".
"Mais uma vez, os russos impediram uma retirada", criticou Andryushchenko.
Hoje pela manh�, a vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk, havia anunciado que mais uma tentativa seria feita durante o dia para "retirar mulheres, crian�as e idosos", transferindo-os de Mariupol para Zaporizhzhya, cerca de 200 km a noroeste.
Ela advertiu, no entanto, que as for�as russas poderiam organizar um corredor paralelo de retirada, desta vez para a R�ssia.
"Tenham cuidado", enfatizou.
"N�o sucumbam ao engano e � provoca��o", insistiu.
Em sua conta no Facebook, Vereshchuk relatou que os civis come�aram a se reunir perto de um shopping da cidade. De l�, partiriam para Zaporizhzhya, por volta das 12h locais (6h em Bras�lia). Na quinta-feira (21), ap�s v�rios dias sem retiradas, tr�s �nibus de Mariupol conseguiram chegar a esta cidade.
Segundo Oleksi Arestovych, um assessor da Presid�ncia ucraniana, os russos "retomaram os ataques a�reos" contra a gigantesca sider�rgica Azovstal, onde os �ltimos combatentes ucranianos se encontram entrincheirados em t�neis de quil�metros de extens�o.
Os russos "tentam opera��es de assalto", mas "nossos soldados, apesar de sua dif�cil situa��o, realizam contra-opera��es", declarou o assessor no Telegram.
Esta informa��o ainda n�o foi confirmada.
Esta nova tentativa de esvaziar Mariupol se d� um dia depois de um oficial militar russo de alta patente ter anunciado que "a segunda fase da opera��o especial" - express�o usada por Moscou para classificar sua invas�o da Ucr�nia - est� apenas come�ando.
A R�ssia agora prioriza "estabelecer um controle total sobre o Donbass e o sul da Ucr�nia", disse ontem o vice-comandante das For�as do Distrito Militar do centro da R�ssia, Rustam Minnekayev.
Desta forma, acrescentou, ser� estabelecido "um corredor terrestre" entre os territ�rios separatistas pr�-russos de Donetsk e Lugansk, na regi�o oriental do Donbass, com a pen�nsula da Crimeia, anexada pela R�ssia em 2014.
A conquista do sul da Ucr�nia tamb�m permitir� ajudar os separatistas da regi�o moldava da Transn�stria, "onde tamb�m observamos casos de opress�o da popula��o de l�ngua russa", completou o militar, cuja declara��o levantou preocupa��es na Mold�via.
Nos �ltimos dias, a Ucr�nia recebeu ajuda militar substancial de pa�ses ocidentais e mant�m que pode repelir o avan�o russo. Ao mesmo tempo, reivindica uma tr�gua durante a P�scoa ortodoxa, pedido rejeitado por Moscou, segundo o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Em seu discurso habitual de sexta-feira � noite, Zelensky disse que os coment�rios do general russo s�o uma articula��o clara dos objetivos de Moscou.
"Isso apenas confirma o que eu j� disse em v�rias ocasi�es: a invas�o russa da Ucr�nia � apenas um come�o", advertiu.
- Corredores humanit�rios -
O secret�rio-geral da ONU, Ant�nio Guterres, e o papa Francisco pediram o cessar das hostilidades para a P�scoa ortodoxa, ap�s quase dois meses de um conflito que deixou mais de cinco milh�es de exilados e sete milh�es de deslocados internos. � o maior �xodo na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
Este pedido de tr�gua tamb�m foi feito pela Igreja Ortodoxa Ucraniana, que � subordinada ao patriarcado de Moscou, mas se distanciou dele pela guerra. Seu l�der, o primaz Onufriy, ofereceu-se para "organizar uma prociss�o", de modo a "fornecer ajuda emergencial e retirar os civis".
Na mesma linha, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, solicitou na sexta-feira (22), em uma telefonema com o presidente russo, Vladimir Putin, corredores humanit�rios em Mariupol. A cidade est� h� quase dois meses sitiada.
O Kremlin responsabilizou Kiev, por n�o autorizar a rendi��o dos �ltimos soldados ucranianos entrincheirados no complexo industrial Azovstal nesta cidade, ainda cercada por tropas russas.
"As vidas de todos os militares ucranianos, combatentes nacionalistas e mercen�rios estrangeiros ser�o preservadas se depuserem as armas (...) Mas o regime de Kiev n�o autoriza esta possibilidade", disse Putin, em um comunicado do Kremlin.
A Ucr�nia afirma que centenas de seus soldados, assim como civis, est�o entrincheirados na f�brica. Kiev j� pediu, repetidamente, um cessar-fogo para permitir a retirada de mulheres, crian�as e idosos.
O Minist�rio russo da Defesa anunciou que est� disposto a fazer uma pausa humanit�ria, se as tropas de Kiev se renderem.
Para o governador da regi�o de Donetsk, Pavlo Kirilenko, "o sucesso da ofensiva russa no sul depende do destino de Mariupol".
Com cerca de 450.000 habitantes antes do in�cio do conflito, em 24 de fevereiro passado, Mariupol se tornou um campo de ru�nas com pessoas trancadas em por�es e sem comunica��o com o mundo exterior.
ZAPORIZHZHYA