A viagem de dois funcion�rios do alto escal�o da administra��o do presidente Joe Biden coincide com o in�cio do terceiro m�s de guerra, que j� provocou milhares de mortes e deixou milh�es de deslocados.
"O primeiro passo para vencer � acreditar que voc� pode vencer. E eles acreditam que podem vencer", declarou Austin a um grupo de jornalistas depois que ele e Blinken se reuniram com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
"Podem vencer se tiverem o equipamento certo, o apoio adequado", completou.
O encontro durou tr�s horas e foi "muito produtivo e detalhado", afirmou um porta-voz do Pent�gono. Zelensky foi informado sobre uma reuni�o de altos funcion�rios da �rea de Seguran�a de aliados ocidentais que acontecer� na ter�a-feira (26) na Alemanha.
Ap�s as conversas, Lloyd Austin destacou ainda que o governo dos Estados Unidos espera uma queda na capacidade militar da R�ssia: "Queremos ver a R�ssia enfraquecida a ponto de n�o poder fazer o tipo de coisa que fez ao invadir a Ucr�nia."
Durante meses, Zelensky pediu aos pa�ses ocidentais o envio de armas pesadas - incluindo artilharia e avi�es de combate -, ao garantir que as for�as ucranianas poderiam mudar o rumo da guerra com mais poder de fogo.
Os apelos parecem ter encontrado resposta. V�rios pa�ses da Otan se comprometeram, nos �ltimos dias, a proporcionar armas pesadas e equipamentos � Ucr�nia, apesar dos protestos de Moscou.
Austin e Blinken, que retornaram � Pol�nia nesta segunda-feira, anunciaram o envio de 700 milh�es de d�lares em ajuda militar adicional.
O ministro da Defesa brit�nico, Ben Wallace, anunciou que Londres enviar� um "pequeno n�mero" de tanques lan�a-m�sseis antia�reos Stormer.
Wallace tamb�m disse que o Reino Unido estima em "cerca de 15.000 os soldados russos que foram mortos durante a ofensiva" na Ucr�nia, um n�mero que n�o p�de ser verificado de forma independente. Al�m disso, desde que em 25 de mar�o Moscou afirmou ter perdido 1.351 soldados, o Kremlin n�o voltou a divulgar balan�os de mortos.
Blinken disse que o presidente Joe Biden pretende designar nos pr�ximos dias a atual embaixadora do pa�s na Eslov�quia, Bridget Brink, como nova representante diplom�tica em Kiev, um cargo que est� vago desde 2019.
O retorno dos diplomatas americanos ser� gradual, segundo um funcion�rio do Departamento de Estado.
- Cessar-fogo em Mariupol? -
A visita dos altos funcion�rios americanos aconteceu enquanto os combates prosseguiam provocando danos na Ucr�nia, o que ofuscou as celebra��es da P�scoa neste pa�s de maioria ortodoxa.
Pelo menos cinco pessoas morreram e 18 ficaram feridas pelo bombardeio russo de instala��es ferrovi�rias nas cidades de Khmerynka e Koziatyn (regi�o de Vinnytsia, centro-oeste), segundo a Promotoria local.
Ao todo, cinco esta��es ferrovi�rias foram atingidas.
Vinnytsia � um importante entroncamento ferrovi�rio tanto para o transporte dom�stico quanto para conex�es com o exterior. A maioria dos trens internacionais que atravessam o pa�s passam por esta regi�o.
Com milhares de pessoas em condi��es cada vez mais prec�rias, Kiev convidou representantes de Moscou a uma reuni�o nas imedia��es da sider�rgica Azovstal, onde est�o refugiados soldados e civis ucranianos de Mariupol.
O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou que ordenou a suas for�as que n�o ataquem o complexo industrial, mas os ucranianos afirmam que as hostilidades n�o deram tr�gua.
Mariupol, que o Kremlin afirma ter "libertado", � crucial para os planos russos de estabelecer uma liga��o terrestre at� a Crimeia, sob ocupa��o russa.
Na semana passada, um comandante militar russo afirmou que a meta de Moscou � tomar o controle da regi�o leste do Donbass e do sul da Ucr�nia.
- Ataques permanentes -
Os combates tamb�m continuam na regi�o de Kharkiv (a segunda maior cidade da Ucr�nia), onde os bombardeios di�rios obrigam os civis a dormir em abrigos subterr�neos.
Nesta segunda-feira (25), as autoridades russas reportaram um inc�ndio de origem n�o determinada em um dep�sito de combust�veis na regi�o de Bryansk, cidade a 150 km da fronteira ucraniana que serve de base log�stica para as tropas de Moscou.
A R�ssia tamb�m anunciou que derrubou dois drones no distrito de Rylsk, na fronteira com a Ucr�nia, a 200 km de Bryansk.
No entanto, nenhum elemento permitia de imediato estabelecer um v�nculo entre estes dois incidentes.
O Minist�rio da Defesa russo reivindicou que sua for�a a�rea atacou 82 alvos militares, inclusive quatro postos de comando e dois dep�sitos de petr�leo. Tamb�m afirmaram ter atingido 27 alvos com m�sseis de alta precis�o.
O minist�rio ucraniano, por sua vez, afirmou que a R�ssia est� atacando infraestruturas e linhas de abastecimento de ajuda militar de seus aliados.
Mais de 5 milh�es de ucranianos fugiram do pa�s e muitos outros precisaram se deslocar dentro do territ�rio desde a invas�o russa em 24 de fevereiro, segundo as autoridades.
O conflito tamb�m interrompeu toda a colabora��o diplom�tica entre a R�ssia e os pa�ses ocidentais. Nesta segunda, Moscou anunciou a expuls�o de 40 diplomatas alem�es em resposta a uma a��o semelhante adotada no in�cio de abril por Berlim, ap�s o in�cio da ofensiva russa.
Em Haia, a Procuradoria do Tribunal Penal Internacional anunciou que participar� da investiga��o da Uni�o Europeia sobre os poss�veis crimes internacionais cometidos na Ucr�nia.
Nesse contexto, o secret�rio-geral da ONU, Ant�nio Guterres, visita hoje a Turquia, pa�s que tenta mediar o conflito, antes de seguir para Moscou e depois para Kiev na ter�a-feira.
KIEV