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Estado de Minas GUERRA NA UCR�NIA

Roqueiro ucraniano vai at� frente de batalha levantar moral da tropa

Cantor mais famoso da Ucr�nia, do grupo de rock "Okean Elzy", apareceu com um colete � prova de balas e viol�o em �rea de confronto


26/04/2022 07:12 - atualizado 26/04/2022 11:18

Soldados ucranianos escondidos em tanque
(foto: Yasuyoshi CHIBA / AFP)


O primeiro obus russo lan�ado de uma colina caiu em um campo pr�ximo. "Agora est�o corrigindo, isto levar� alguns minutos e depois cair� por todos os lados, sobre n�s e a cidade", adverte Yegor, um soldado de 34 anos.

Na ca�tica batalha por Barvinkove, na frente leste da Ucr�nia, Sviatoslav Vakarchuk, o cantor mais famoso da Ucr�nia, do grupo de rock "Okean Elzy", aparece com um colete � prova de balas. Um soldado corre para fazer uma selfie.

"Viemos levantar o moral das tropas, ver os rapazes, vou cantar uma coisinha para eles", disse � AFP o astro de 46 anos, que estava com seu viol�o.

"A moral deles � fenomenal", completa. "Bem, n�o est�o felizes de estar aqui (...) Mas est�o muito determinados e decididos pela vit�ria. � por isso que viemos tamb�m, para que compreendam que tudo ficar� bem".

Mas depois de dois meses na frente de batalha e de duas semanas duras tentando conter a ofensiva ordenada pelo Kremlin nesta regi�o, agora priorit�ria, as coisas n�o est�o muito bem.

"No plano moral, a situa��o � complicada. Nem tudo � rosa", declarou � AFP Irina Ribakova, oficial de imprensa da 93ª brigada.

"� claro que est�vamos preparados para esta guerra, especialmente o ex�rcito profissional, mas para os recrutas � mais complicado", explica a militar, enquanto ressoa o barulho de um ataque russo.

- "Guerra psicol�gica" -

Sviatoslav Vakarchuk
Roqueiro ucraniano Sviatoslav Vakarchuk (foto: Pixabay)
Na entrada de Barvinkove, a 5 km das linhas russas, seis soldados mobilizados que vigiam um posto de controle est�o preparados para pular em sua trincheira a qualquer momento, que eles cavam diariamente com uma p�.

"Isso ou estamos mortos", resume Vasil, 51 anos, alistado com seu filho Denis, 22.

Uma fogueira a lenha aquece uma panela feita com sucata militar, com algumas cenouras, batatas e cebolas. Os suprimentos, com o apoio da popula��o local, est�o bem, "com exce��o dos cigarros", conta.

E, oficialmente, na frente de batalha n�o se bebe um gota de �lcool.

No bunker, cavado sob um relevo, os seis soldados dormem amontoados entre dois turnos de guarda. Na frente do Donbass, a noite � ainda pior que o dia.

"Para a guerra psicol�gica", o ex�rcito russo escolhe o escuro para disparar suas armas de maior calibre, afirma a porta-voz da brigada, que atua como guia por uma estrada pr�xima da pequena localidade.

Plantado no meio do campo est� um cilindro de tr�s metros de altura. � o propulsor de um Tochka, um enorme m�ssil bal�stico de curto alcance de fabrica��o sovi�tica.

A carga explodiu na madrugada de s�bado perto de uma escola abandonada que serve de base para os sodados, onde deixou uma cratera de 15 metros de di�metro.

- "Xadrez" -

Moscou anunciou na sexta-feira que pretendia estabelecer um controle total sobre o Donbass e o sul da Ucr�nia para "garantir um corredor terrestre at� a Crimeia", anexada pela R�ssia em mar�o de 2014.

V�rias cidades como Izium ou Kreminna ca�ram nas �ltimas duas semanas e a R�ssia continua avan�ando, enquanto os ucranianos se limitam a conter os ataques h� v�rios dias.

"Temos uma linha muito fragmentada, que n�o segue um rio, uma estrada ou uma rodovia. Agora � uma cidade para n�s, uma para eles, uma para n�s, como um jogo de xadrez", afirma a militar 93ª brigada.

A regi�o se adaptou para frear o avan�o do inimigo: buracos nas ferrovias, quil�metros de trincheiras, pontes que foram explodidas, �reas de concreto retirado das estradas, preparadas para receber minas que explodem quando os blindados russos passam.

Na batalha pelo Donbass, as perdas j� s�o elevadas, admitem os soldados encontrados pela AFP. A administra��o militar local se recusa a divulgar um balan�o.

Ao ser questionado, um soldado come�a a insultar os russos e n�o consegue conter as l�grimas. Sua brigada, a 25ª, foi a mais afetada nas �ltimas tr�s semanas, afirma.

"Perdi um bom amigo. A mulher dele deve ter um beb� em alguns dias, preferimos n�o falar nada", explica.


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