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Estado de Minas GENEBRA

Vencedora do Nobel da Paz considera 'sombria' a situa��o do jornalismo


04/05/2022 09:25

A situa��o do jornalismo � "sombria" em um mundo em que a onipresen�a das redes sociais provoca um fluxo de propaganda, uma realidade alternativa e a hist�ria reescrita, advertiu Maria Ressa, vencedora do Nobel da Paz, em entrevista � AFP.

A jornalista filipina, cofundadora do site de not�cias Rappler, que dividiu o pr�mio Nobel com o colega russo Dmitri Muratov, ilustra a advert�ncia com a situa��o em seu pa�s. Ferdinand Marcos Jr - filho do ditador que durante duas d�cadas liderou o regime de terror e corrup��o - � favorito na elei��o presidencial da pr�xima semana, 36 anos ap�s a queda de seu pai.

"Parece prestes a vencer e isto � poss�vel apenas porque a hist�ria mudou diante de nossos olhos", explica a jornalista, que participa em Genebra de um evento pela liberdade de imprensa.

Marcos Jr aproveita uma torrente de desinforma��o nas redes sociais, direcionada aos mais jovens que n�o t�m nenhuma mem�ria dos abusos cometidos por seu pai, afirma.

- Realidade alternativa -

Ressa tamb�m destaca que o candidato se recusa a participar em debates e evita as perguntas dos jornalistas, seguindo o caminho de outros pol�ticos como Jair Bolsonaro, presidente do Brasil.

"Este � o problema das redes sociais, onde emerge a propaganda e que permite a personalidades p�blicas como Marcos ou Bolsonaro criar sua realidade alternativa evitando os mecanismos de contrapoder da imprensa", afirma a jornalista.

Diante dos desafios, "hoje a miss�o do jornalismo � mais importante do que nunca", explica Ressa, para quem, desde 2014, as redes sociais permitiram propagar no mundo duas narrativas divergentes da anexa��o da Crimeia. E o fen�meno se agravou com a invas�o da Ucr�nia em fevereiro.

Neste contexto, o acesso a informa��es confi�veis � vital.

"Penso que chegamos a tal ponto que tudo que (os jornalistas) podem fazer � essencial, porque estamos muito perto do abismo", disse.

- Sacrif�cios -

Para a Nobel da Paz, as redes sociais exp�em muito mais os jornalistas a amea�as e ataques.

"Agora, cada vez que algu�m escreve um artigo em que tenta fazer com que o governo assuma suas responsabilidades, deve estar preparado para ser atacado pessoalmente", explica Ressa, que corre o risco de se condenada a 100 anos de pris�o por ter denunciado os excessos do presidente filipino Rodrigo Duterte.

Embora o Pr�mio Nobel tenha representado um "al�vio" porque demonstrou que o comit� compreendeu at� que ponto a tarefa dos jornalistas � cada vez mais dif�cil e que "os riscos aumentaram", n�o foi suficiente para proteger Ressa das a��es judiciais.

"Pelo contr�rio, acelerou os processos", explica.

Ela considera "injusto pedir aos jornalistas que fa�am todos os sacrif�cios" e faz um apelo para que os governos e a comunidade internacional adotem medidas e regulamentem as tecnologias que transformaram a sociedade da informa��o.

"Precisamos de salvaguardas para poder fazer nosso trabalho", opina Ressa.

No momento, os jornalistas n�o t�m outra op��o que seguir defendendo a democracia da melhor maneira poss�vel, afirma a Nobel da Paz.

Mas o restante da sociedade tamb�m "deve assumir o bast�o, conclui Ressa.


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