A ordem foi dada depois de o governo ter mobilizado dezenas de milhares de soldados na capital, Colombo, e em outras cidades, para fazer valer o toque de recolher imposto por decreto.
"As for�as de seguran�a receberam ordens para atirar sem aviso pr�vio contra qualquer pessoa que danifique bens p�blicos, ou atente contra a vida", declarou o Minist�rio da Defesa.
Segundo a pol�cia, oito pessoas, incluindo dois de seus agentes, morreram nos confrontos.
O principal hospital da capital informou que recebeu 219 feridos, enquanto outros seis foram relatados em outras partes do pa�s.
Os incidentes provocaram a ren�ncia do primeiro-ministro Mahinda Rajapaksa, mas isto n�o foi suficiente para conter a indigna��o dos manifestantes, que tentaram invadir a resid�ncia oficial do ex-chefe de Governo.
Tropas armadas seguiram para o local depois que os manifestantes conseguiram passar pelo acesso principal da resid�ncia em Colombo e tentaram entrar no edif�cio em que Rajapaksa e sua fam�lia estavam refugiados,
"Ap�s uma opera��o durante a madrugada, o ex-primeiro-ministro e sua fam�lia foram levados pelo ex�rcito a um local seguro", afirmou uma fonte das for�as de seguran�a � AFP. "Ao menos 10 coquet�is molotov foram lan�ados no complexo", acrescentou.
O poder do cl� Rajapaksa estremece depois de meses de apag�es e escassez de produtos nesta ilha de 22 milh�es de habitantes, que enfrenta a crise econ�mica mais grave desde sua independ�ncia em 1948.
O ex-chefe de Governo n�o vai fugir do pa�s, afirmou seu filho mais velho Namal Rajapaksa.
"Meu pai est� a salvo, est� em um local seguro e se comunica com a fam�lia", declarou � AFP. "H� muitos boatos que vamos sair do pa�s. N�o vamos deixar o pa�s".
Mahinda Rajapaksa, de 76 anos, � o l�der do cl� que domina a vida pol�tica do Sri Lanka h� quase duas d�cadas e foi presidente entre 2005 e 2015, depois de exercer o cargo de primeiro-ministro em 2004.
Apesar dos muitos pedidos de ren�ncia, seu irm�o mais novo, o presidente Gotabaya Rajapaksa, permanece no cargo e controla as for�as de seguran�a. Na sexta-feira, ele decretou estado de emerg�ncia para refor�ar seus poderes.
Depois de semanas de protestos contra o governo, em sua maioria pac�ficos, a viol�ncia tomou as ruas de Colombo na segunda-feira, quando simpatizantes de Mahinda Rajapaksa atacaram os manifestantes opositores.
"Eles nos atacaram, atacaram a imprensa, agrediram mulheres e crian�as", disse uma testemunha � AFP que pediu para n�o ser identificada.
A pol�cia usou g�s lacrimog�neo e jatos d'�gua para dispersar a multid�o e declarou toque de recolher imediato na capita, que pouco depois foi ampliado para todo o pa�s.
As autoridades anunciaram que a medida prosseguir� at� a manh� de quarta-feira, com pr�dios p�blicos e privados, estabelecimentos comerciais e centros de ensino fechados.
- Casas e ve�culos incendiados -
A Alta Comiss�ria da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, condenou a viol�ncia no Sri Lanka e pediu �s autoridades que evitem mais incidentes.
"Estou profundamente preocupada com a escalada da viol�ncia no Sri Lanka depois que os partid�rios do primeiro-ministro atacaram manifestantes pac�ficos em Colombo", afirmou a ex-presidente do Chile em um comunicado.
Os manifestantes desafiaram o toque de recolher e tentaram se vingar dos militantes pr�-governo. Dezenas de casas de apoiadores de Rajapaksa foram incendiadas, al�m de carros, �nibus e caminh�es, em Colombo e nos arredores.
Mahinda Rajapaksa disse que renunciaria para abrir o caminho a um governo de unidade. Mas n�o est� claro se a oposi��o aceitaria integrar um novo Executivo, pois j� se recusou a estabelecer alian�a com qualquer membro do cl� familiar.
Com o sistema pol�tico do Sri Lanka, mesmo em um governo de unidade o presidente mant�m o poder de nomear e demitir ministros e ju�zes, al�m de gozar de imunidade judicial.
O colapso econ�mico da ilha do sul da �sia come�ou a ser percebido depois que a pandemia de covid-19 afetou consideravelmente as receitas do turismo e as remessas, o que levou o governo a proibir v�rias importa��es para evitar a fuga de divisas estrangeiras.
A d�vida externa insustent�vel, calculada em 51 bilh�es de d�lares, for�ou o governo a decretar em 12 de abril uma morat�rio da pagamentos.
COLOMBO