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Estado de Minas KIEV

Refugiados ucranianos retornam a Kiev dispostos a se acostumar � guerra


12/05/2022 18:47

"Estou muito contente por estar aqui", diz Maria Pshenychna, de 16 anos, ap�s encontrar seu pai, Yuri, de 57, na plataforma da esta��o ferrovi�ria de Kiev.

A adolescente � uma das milhares de mulheres e crian�as que, apesar da incerteza, come�aram a voltar � capital ucraniana ap�s terem fugido para o exterior.

"Estou agradecida com as pessoas no exterior, mas sinto falta da minha casa. Minha m�e est� aqui com meu cachorro", diz.

Maria deixou sua casa �s pressas no fim de fevereiro no in�cio da invas�o russa ao seu pa�s. A regi�o de Gostomel (noroeste de Kiev), onde ela mora, era ent�o cen�rio de intensos combates. Ela voltou com a �nica mala que tinha levado.

- Gritos de alegria -

"Estamos nos acostumando com a guerra, a amea�a. Os medos que sent�amos h� dois meses s�o diferentes dos de agora", diz sua prima, Dana Pervalska, de 27 anos, ao seu lado.

Desde 9 de maio, quando a Ucr�nia temia uma grande a��o militar da R�ssia em comemora��o ao anivers�rio da vit�ria sobre a Alemanha nazista, os retornos se intensificaram, com 34.000 pessoas voltando � Ucr�nia diante das 29.000 que sa�ram do pa�s na ter�a-feira, segundo dados da guarda fronteiri�a ucraniana.

No entanto, o balan�o global continua sendo amplamente negativo, com seis milh�es de sa�das contra 1,56 milh�o de retornos, segundo a guarda fronteiri�a. Mas cerca de dois ter�os dos 3,5 milh�es de habitantes de Kiev j� voltaram, segundo o prefeito Vitali Klitschko.

Como � proibido que os homens menores de 60 anos, em idade de combate, deixem o pa�s, a imensa maioria dos refugiados que retornam � de mulheres e crian�as.

Na esta��o de Kiev, Roman, de 22 anos, membro da defesa civil que n�o pode revelar seu sobrenome, aguarda impaciente, com um buqu� de flores, pelo comboio que traz sua esposa. "Sentimos um pouco de medo, mas decidimos que era melhor voltar", diz.

A pouca dist�ncia, outro homem, tamb�m trazendo flores, caminha.

O trem para e ouvem-se gritos de alegria. Os casais se abra�am e beijam. As crian�as se atiram nos bra�os de seus pais. A reuni�o � �s vezes barulhenta, outras vezes discreta, com l�grimas.

Na cidade, a vida parece voltar ao normal. A maioria das trincheiras nas ruas desapareceu, as lojas reabriram, com supermercados bem abastecidos. Mas permanece um toque de recolher di�rio, das 22h00 �s 05H00, e setores da economia paralisados.

- "Terr�vel realidade" -

"� preciso se acostumar a viver com a guerra", diz uma mulher na casa dos 30 anos, que pediu para permanecer no anonimato.

Ap�s dois meses na Pol�nia, ela decidiu voltar e reencontrar o noivo. "A vida na Europa � boa, mas a minha vida est� na Ucr�nia. N�o sei o que vai acontecer em um m�s, mas quero construir o futuro da Ucr�nia. Quero ter filhos ucranianos", diz, ap�s derramar uma l�grima de alegria.

"Quando (o presidente russo, Vladimir) Putin morrer, a paz voltar�", assegura.

Natalia, que fugiu para a Litu�nia com seu filho de seis anos e seu beb� de 14 meses, tamb�m voltou.

"Est� mais tranquilo. N�o h� bombardeios ou fogo de artilharia. A situa��o � melhor do que em mar�o (...) Somos ucranianos. Casa � casa", explica junto de um carrinho que enfeitou com uma fita amarela e azul, as cores da bandeira ucraniana.

Olena Shalimova n�o deixou o pa�s, mas refugiou-se na casa de familiares em Lviv, a grande cidade do oeste do pa�s, ap�s uma explos�o perto de sua casa. Ela diz que agora "aceita a terr�vel realidade" da guerra e que est� "disposta a viver com ela".

"Trabalhava em uma ag�ncia de viagens e em um cinema. Sendo assim, perdi qualquer possibilidade de ganhar dinheiro. Minha miss�o principal � encontrar trabalho", diz. "O patriotismo n�o � ficar em casa, mas estar onde se � mais �til", acrescentou.

Mas a esta��o de Kiev ainda � um ponto de partida para o ex�lio para muitos que temem que o conflito se estenda e sejam retomados os combates nos arredores da capital.

Katerina Okhrymenko, de 37 anos, acaba de decidir ir para a Alemanha, atrav�s da Pol�nia, com seu filho, Lukas, de 11 anos, rumo ao desconhecido, sem parentes, nem recursos l�.

"Se n�o tivesse meu filho, ficaria. Espero voltar logo, acho que nosso pa�s vai vencer" a guerra, diz.

Na plataforma dos embarques tamb�m h� abra�os, beijos e l�grimas, mas aqui de tristeza.


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