"A conclus�o do relat�rio preliminar � que n�o � poss�vel determinar a origem do tiro que atingiu e matou a jornalista", disse o Ex�rcito em um comunicado, levantando a possibilidade de que o tiro possa ter vindo de combatentes palestinos, ou de um soldado israelense.
"A investiga��o mostra duas possibilidades sobre a origem do tiro que a matou", afirma o texto.
A primeira delas � que o tiro partiu dos "disparos maci�os de palestinos armados [contra soldados israelenses], dentro das centenas de balas que foram disparadas de diferentes lugares".
"A outra op��o � que, durante o tiroteio, um dos soldados tenha disparado v�rias balas de um ve�culo (...) contra um terrorista que tinha seu ve�culo como alvo", acrescenta o texto.
Mais cedo, o primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett, sugeriu que, "provavelmente", Shireen faleceu em consequ�ncia dos disparos de combatentes palestinos. Algumas horas mais tarde, seu ministro da Defesa, Benny Gantz, declarou que o Ex�rcito "n�o tem certeza de como foi assassinada".
"Pode ter sido um palestino que atirou nela (...) O disparo tamb�m pode ter vindo do nosso lado, estamos investigando", desconversou.
"Precisamos das provas forenses" dos palestinos, incluindo a bala que matou a jornalista, para fazer uma investiga��o "completa", acrescentou o ministro.
De acordo com uma fonte de seguran�a, Israel pediu a bala aos palestinos para que "se possa fazer uma investiga��o cient�fica para rastrear a origem do disparo" e ofereceu a funcion�rios palestinos e americanos "estarem presentes" durante a an�lise.
At� o momento, israelenses e palestinos continuam a trocar acusa��es pela morte da famosa jornalista, de 51 anos, que trabalhava para a rede Al-Jazeera.
A jornalista palestina crist�, que tamb�m tinha nacionalidade americana, foi baleada na cabe�a, quando cobria uma opera��o israelense no campo de refugiados palestinos de Jenin, no norte da Cisjord�nia, territ�rio palestino ocupado por Israel desde 1967. Ela usava um colete � prova de balas com a palavra "PRESS" ("Imprensa") nas costas e um capacete.
Novos confrontos explodiram no mesmo campo de refugiados, no qual a jornalista foi morta. Segundo o Minist�rio palestino da Sa�de, 13 palestinos foram baleados em uma nova opera��o do Ex�rcito israelense.
- Explos�o de viol�ncia -
Em paralelo, a viol�ncia irrompeu nesta sexta-feira em um hospital de Jerusal�m, quando o caix�o da jornalista deixava o estabelecimento, com a pol�cia israelense dispersando uma multid�o que agitava bandeiras palestinas, segundo jornalistas da AFP no local.
Imagens transmitidas pela televis�o local mostraram o caix�o da rep�rter quase caindo no ch�o, enquanto a pol�cia israelense dispersava a multid�o, em meio a um mar de bandeiras palestinas.
As for�as israelenses entraram no Hospital S�o Jos� em Jerusal�m Oriental, setor palestino da cidade ocupado e anexado por Israel.
"Se n�o pararem com os c�nticos nacionalistas, teremos que dispers�-los usando a for�a e impediremos que o funeral aconte�a", declarou um policial israelense em um megafone para a multid�o, de acordo com um v�deo divulgado pela pol�cia.
Segundo as for�as israelenses, "centenas de pessoas" se reuniram no hospital, e pedras foram jogadas contra os agentes, "for�ados a usar meios de dispers�o".
"For�as especiais israelenses brutais est�o atacando o cortejo f�nebre de Shireen Abu Akleh saindo do Hospital S�o Jos�", denunciou no Twitter Hanane Achraoui, ex-l�der da Organiza��o para a Liberta��o da Palestina (OLP).
O caix�o de Shireen Abu Akleh acabou, finalmente, sendo transportado para a Cidade Velha, onde uma missa em sua homenagem foi celebrada em uma igreja, nesta sexta-feira. As ruas pr�ximas foram tomadas por milhares de palestinos que compareceram para dar seu �ltimo adeus � jornalista. O enterro ser� mais tarde, perto de seus pais, em um cemit�rio pr�ximo � Cidade Velha.
A morte desta rep�rter, um �cone do jornalismo palestino, provocou uma onda de como��o nos Territ�rios Palestinos, no mundo �rabe - onde suas reportagens s�o acompanhadas h� mais de duas d�cadas -, na Europa e nos Estados Unidos.
JERUSAL�M