Extraditados para os Estados Unidos no final do ano passado, os irm�os Martinelli - de 40 e 42 anos respectivamente - se declararam culpados perante a justi�a americana pelo crime de conspira��o para lavagem de dinheiro.
A promotoria pede entre 9 e 11 anos de pris�o para cada um dos irm�os, acusados de lavar "28 milh�es de d�lares" provenientes de propinas da multinacional brasileira que passaram pelo andaime financeiro de contas ocultas em nome de empresas de fachada que funcionavam para esconder o montante.
Desse total, "19 milh�es transitaram por contas nos Estados Unidos, algumas situadas em Nova York, segundo a promotoria.
Esta quantia n�o inclui outros 30 milh�es de d�lares que teriam transitado em euros por outras contas para evitar o sistema financeiro americano, segundo a promotoria.
Da mesma forma, a promotoria assegura em sua den�ncia que os irm�os Martinelli, al�m de se beneficiarem dos pagamentos da empresa brasileira em troca da licen�a para realizar obras p�blicas, "facilitaram o pagamento de propina pela Odebrecht ao funcion�rio do governo do Panam�", em alus�o ao pai Ricardo Martinelli, que governou o Panam� entre 2009 e 2014.
Segundo a promotoria, os irm�os "acreditavam estar acima da lei" e operavam "com impunidade" devido "� prote��o proporcionada" pelo cargo ent�o ocupado pelo pai, embora seu nome n�o seja mencionado nos documentos.
Da mesma forma, o promotor federal do Brooklyn Breon Peace, espera que a senten�a do juiz "envie uma mensagem forte aos funcion�rios p�blicos e suas fam�lias, que procuram vender seu pa�s e seus recursos p�blicos ao maior lance em troca de riqueza e luxo pessoal".
- Iate e vida de luxo -
Segundo a promotoria, os Martinelli investiram 9,5 milh�es do dinheiro que receberam da Odebrecht em uma empresa de telefonia celular no Panam�, al�m de a��es e d�vidas.
Al�m disso, Luis Enrique Martinelli comprou um iate de1,7 milh�o de d�lares e um apartamento de US$ 1,3 milh�o em Miami, enquanto seu irm�o pagou "centenas de milhares de d�lares" em cobran�as de cart�o de cr�dito na American Express.
Apesar de se declararem culpados, os ju�zes negaram liberdade sob fian�a. Ambos est�o presos no Centro de Deten��o Metropolitana do Brooklyn, em condi��es de "isolamento" pr�tico, segundo seus advogados.
Depois que Marcelo Odebrecht, presidente da multinacional, se declarou culpado em 2018, os irm�os Martinelli come�aram a negociar seu futuro judicial com a justi�a americana, mas em 25 de junho de 2020 fugiram de barco para as Bahamas sem notificar as autoridades.
Eles foram presos em 6 de julho de 2020 na Guatemala quando fizeram escala em um voo privado que pretendia lev�-los ao Panam�. Luis Enrique Martinelli, foi extraditado para os Estados Unidos em 15 de novembro de 2021. Seu irm�o chegou em 10 de dezembro.
O Panam� pediu aos Estados Unidos em dezembro passado o dinheiro que os irm�os Martinelli reconheceram ter recebido da Odebrecht, considerando-se "v�tima do crime".
Os irm�os Martinelli s�o procurados pela justi�a panamenha por um esc�ndalo de corrup��o tamb�m relacionado a propinas em troca de obras, conhecido como "Blue Apple".
O pr�prio ex-presidente Martinelli (2009-2014) est� sob investiga��o no esc�ndalo da Odebrecht. Apesar disso, anunciou sua inten��o de buscar um novo mandato em 2024.
NOVA YORK