
O aumento de casos de var�ola do macaco em pa�ses da Europa, nos Estados Unidos, na Austr�lia e no Canad� — s�o ao menos 200 pessoas infectadas desde o �ltimo dia 7 — "pode ser detido nessas regi�es n�o end�micas da doen�a", afirmou ontem a Organiza��o Mundial da Sa�de. A ag�ncia das Na��es Unidas convocou, na sexta-feira, uma reuni�o de emerg�ncia para discutir a dissemina��o do v�rus e segue tratando o fen�meno como um surto at�pico.
"� a primeira vez que vemos casos em muitos pa�ses e, ao mesmo tempo, em pessoas que n�o viajaram para regi�es end�micas da �frica", disse Rosamund Lewis, que dirige a secretaria da OMS para a var�ola do macaco no programa de emerg�ncias da ag�ncia da ONU. Nig�ria, Camar�es, Rep�blica Centro-Africana e Rep�blica Democr�tica do Congo s�o pa�ses em que h� registros recorrentes da doen�a, cujo primeiro caso foi diagnosticado em 1970 em uma crian�a de 12 anos.
Segundo Lewis, ainda n�o se sabe se o v�rus que tem infectado pessoas fora do continente africano sofreu muta��es, mas que o grupo ao qual ele pertence, o orthopoxv�rus, "tende a permanecer est�vel". A transmiss�o se d� principalmente a partir do contato com sangue, fluidos corporais, les�es na pele ou membranas mucosas de animais infectados.
De humano para humano, o cont�gio � baixo, o que segundo a OMS, favorece as medidas de conten��o do v�rus. "Queremos deter a transmiss�o de pessoa para pessoa. Podemos fazer isso nos pa�ses n�o end�micos (...) � uma situa��o que pode ser controlada", declarou Maria Van Kerkhove, diretora da ag�ncia para o combate �s doen�as emergentes e zoonoses.
Isolamento
Na avalia��o da especialista, estamos em uma situa��o em que � poss�vel "recorrer a ferramentas de sa�de p�blica de detec��o precoce e isolamento supervisionado de casos". Ela explica que a transmiss�o ocorre por "contato f�sico pr�ximo: contato pele a pele", e que, na maioria dos casos identificados, as pessoas n�o desenvolveram nenhuma forma grave da doen�a.
Na mesma linha, o Centro Europeu de Preven��o e Controle de Doen�as (ECDC) enfatizou, ontem, que o risco de cont�gio por var�ola do macaco � "muito baixo" entre a popula��o em geral, diferentemente do que pode acontecer entre pessoas com m�ltiplos parceiros sexuais. Isso porque "� considerada alta a probabilidade de o v�rus se espalhar mais por contatos pr�ximos, por exemplo, em atos sexuais ou entre pessoas que t�m m�ltiplos parceiros sexuais", explicou.
Ainda de acordo com o ECDC, crian�as pequenas, mulheres gr�vidas e pessoas imunossuprimidas podem ser acometidos por formas mais graves desse tipo de var�ola. A ag�ncia tamb�m alertou para o risco de ocorr�ncia de transmiss�o do pat�geno de humano para animal. Nesse caso, "existe o risco de a doen�a se tornar end�mica na Europa".
Sem tratamento
N�o h� tratamento para a var�ola do macaco, mas seus sintomas geralmente desaparecem dentro de duas a tr�s semanas. O mais caracter�stico s�o as erup��es cut�neas na face, nas palmas das m�os e nas solas dos p�s. Os infectados tamb�m podem ser acometidos por febre, dores de cabe�a e musculares, linfonodos inchados, calafrios e fadiga.