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Estado de Minas BRAS�LIA

Aquecimento e urbanismo descontrolado causar�o mais desastres no Brasil, segundo especialista


31/05/2022 12:23

A trag�dia com cem mortos devido �s chuvas torrenciais no nordeste do Brasil pode se repetir em outras partes do pa�s se n�o forem adotadas pol�ticas de preven��o em �reas de risco, alerta um especialista em desastres naturais.

Jos� Marengo, coordenador de pesquisa do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), disse � AFP que as mudan�as clim�ticas continuar�o causando chuvas cada vez mais intensas e garantiu que "se as cidades n�o estiverem preparadas, vamos chorar mais mortos".

Pergunta: O desastre no estado de Pernambuco est� associado �s mudan�as clim�ticas?

Resposta: "As mudan�as clim�ticas s�o um processo lento e de longo prazo. Um evento isolado e extremo n�o pode ser atribu�do a esse processo. A chuva e o desastre s�o coisas diferentes.

Em Recife choveu forte em �reas pr�ximas a rios e morros. Qualquer chuva intensa ali traz esses resultados, com rios arrastando casas pr�ximas ou deslizamentos de terra varrendo tudo.

As mudan�as clim�ticas podem ser respons�veis pelo aumento das chuvas extremas e violentas, que est�o sendo detectadas n�o s� no Brasil, mas em todo o mundo. Mas n�o podem ser culpadas pelos governos que permitem constru��es em �reas de risco ou que a popula��o pobre n�o tenha para onde ir e deva construir e viver em �reas vulner�veis. Isso � um problema de urbaniza��o".

P: O que as fortes chuvas de Pernambuco t�m em comum com as de Petr�polis, em fevereiro, e da Bahia, em dezembro, que tamb�m ceifaram vidas?

R: "No caso da Bahia, existe um mecanismo que produz chuvas no ver�o, que � a Zona de Converg�ncia do Atl�ntico Sul, que a partir de outubro sempre atua no sudeste do Brasil. Em dezembro, a Zona de Converg�ncia entrou pelo sul da Bahia, �rea que normalmente n�o cobre, e gerou chuvas e enchentes que mataram 33 pessoas, em �reas n�o t�o densamente povoadas como Recife ou Petr�polis.

Em Petr�polis houve um evento clim�tico intenso, pouco comum, mas n�o imposs�vel, mais parecido com Recife. Embora em ambos os casos as chuvas tivessem sido previstas, o problema foi a vulnerabilidade da popula��o que vivia nas �reas de risco.

Quando vemos v�deos de deslizamentos e rios correndo, n�o sabemos se s�o de Petr�polis ou Recife porque foram desastres semelhantes".

P: O que o governo pode fazer para que o Brasil esteja melhor preparado?

R: "Esse tipo de fen�meno tem um componente de chuva - cuja previs�o no Brasil � bem feita - mas o problema est� no lado mais fraco da cadeia, que � a vulnerabilidade da popula��o.

Um equ�voco comum � dizer que 'a chuva matou as pessoas', mas a chuva n�o mata. � a combina��o com pessoas que vivem em �reas de risco.

Constru��es em �reas como morros deveriam ser proibidas e, se houver pessoas nessas zonas, que sejam retiradas para �reas mais seguras todos os anos, n�o apenas quando h� desastres.

As cidades devem se organizar melhor, pois a parte clim�tica j� mostra que esses fen�menos chuvosos como o de Pernambuco est�o se tornando mais intensos e violentos.

Se a popula��o e as cidades n�o estiverem preparadas, vamos chorar mais mortos. Na regi�o nordeste, a esta��o de chuvas est� apenas come�ando, e mais fen�menos podem vir este ano".


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