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Estado de Minas BUCARAMANGA

'Luta de classes' pode eclodir na Col�mbia, alerta Rodolfo Hern�ndez


07/06/2022 16:06

Diante de um audit�rio lotado de empres�rios, Rodolfo Hern�ndez, um milion�rio outsider que pode ser eleito presidente da Col�mbia em 12 dias, faz uma advert�ncia apocal�ptica: a pobreza que atinge quase 40% da popula��o pode desencadear uma violenta luta de classes.

"Se estes jovens (pobres) algum dia decidirem nos atacar, n�o vai haver �rvores suficientes para nos pendurarem", diz o candidato presidencial de 77 anos durante encontro com plantadores de dendezeiros.

Uma risada inc�moda invade a plateia. "Precisamos viver como irm�os, eu n�o estou dizendo iguais; iguais nunca seremos, isso � imposs�vel, mas sim melhorar a gente de baixo", prop�e aos empres�rios.

Nem de direita, nem de esquerda, tampouco de centro: Hern�ndez, que surpreendeu a muitos ao desafiar as pesquisas de opini�o e passar para o segundo turno, se apresenta como um empres�rio de sucesso, capaz de gerar e distribuir riqueza.

Diferentemente de seu advers�rio no segundo turno, o senador e ex-guerrilheiro Gustavo Petro, acredita que pode faz�-lo sem fortalecer o Estado.

Ao contr�rio, prop�e reduzir impostos e burocracia, por exemplo atrav�s do fechamento de cerca de 30 embaixadas, e apoiar o setor privado para que crie mais empregos.

Hern�ndez falou com a AFP sobre a tens�o que o pa�s vive ap�s a sangrenta convuls�o social do ano passado e a rela��o que vai estabelecer com o Congresso se chegar � Presid�ncia. O independente tem apenas dois dos quase 300 legisladores.

Pergunta: Sente que na Col�mbia h� uma luta de classes?

Resposta: N�o h� luta de classes, mas pode haver. Porque se em um pa�s somos 50 milh�es e h� 22 milh�es em condi��es de pobreza e mis�ria extrema (39% da popula��o), n�o � estranho que qualquer ativista politiqueiro ao inv�s de pensar em como incluir nos circuitos econ�micos estes 22 milh�es, venha gerar uma revolta.

Pergunta: Como poderia ser evitado?

Resposta: Conseguindo que os pol�ticos n�o roubem mais as coisas. O povo (est�) pagando impostos, (e os pol�ticos) endividando o pa�s, fazendo reformas tribut�rias e n�o solucionam os problemas: quer dizer que � preciso expulsar estes administradores pol�ticos e substituir importa��es para gerar trabalho.

A �nica forma de ficar rico � trabalhando em competi��o com o mundo, n�o h� mais nichos de prote��o de mercado, tudo � concorr�ncia e � isso que temos que fazer. Temos a �gua, temos as pessoas, temos tudo, mas estes pol�ticos n�o deixam fazer.

Pergunta: Seu advers�rio tamb�m prop�e substituir importa��es. Por que considera que o senhor � o indicado para faz�-lo?

Resposta: Porque os outros n�o trabalharam. Quando voc� viu um pol�tico trabalhando, produzindo? O pol�tico � apegado � folha de pagamento, enfiando burocracia que se chama nepotismo. Isso � o que acaba conosco. Quero fazer uma ressalva: nem todos os pol�ticos s�o ruins, mas quase todos.

Pergunta: Como o senhor entende a convuls�o social do ano passado?

Resposta: Isso n�o � luta de classes, � abandono dos pol�ticos aos apelos que os jovens fazem. O que os jovens de Cali pediram? Educa��o de alta qualidade, gratuita e que tivessem emprego. O governo n�o atendeu e a press�o foi aumentando at� que explodiu em cem mortos. Por fim, o presidente teve que aceitar tudo o que pediram, mas tarde.

Por que n�o agimos de antem�o? Como no futebol: antecipa��o. O governo tem que antecipar os problemas, n�o esperar que se gestem porque o que acontece � que nos goleiam e a goleada � com mortos.

Pergunta: E se suas propostas n�o forem acolhidas pelo Congresso ou forem rejeitadas pelos tribunais?

Resposta: Isso n�o � necess�rio desde que a opini�o caminhe. Um discurso argumentativo num�rico e um debate democr�tico, � disso que precisamos. Nada de viol�ncia, tudo pela raz�o e pela lei. Assim que os pol�ticos se sentem vigiados por todos os cidad�os, aprovam tudo, s�o covardes.


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