MP franc�s pede pris�o perp�tua para principais acusados de atentados de Paris

O julgamento dos atentados terroristas que mataram 130 pessoas em Paris e no sub�rbio vizinho de Saint-Denis em 2015 se aproxima do fim com o pedido, nesta sexta-feira (10), de pris�o perp�tua para os principais acusados, entre eles Salah Abdeslam.

O Minist�rio P�blico da Fran�a pediu a pris�o perp�tua, sem liberdade condicional, para o franc�s de 32 anos pela "imensa gravidade dos fatos", durante aquela noite de horror e morte nos bares e caf�s da capital francesa, e na casa de shows Bataclan.

"Apesar de suas palavras, de suas l�grimas, Salah Abdeslam continuou fiel at� o fim � sua ideologia" e nunca manifestou "o m�nimo arrependimento", ressaltou Camille Hennetier, uma das representantes do Minist�rio P�blico.

As penas pedidas contra os 20 acusados v�o desde cinco anos de reclus�o at� pris�o perp�tua sem liberdade condicional para Abdeslam e outros dois ex-integrantes do alto escal�o do grupo Estado Isl�mico, que s�o dados como mortos, pois teriam perdido suas vidas em algum lugar da S�ria ou do Iraque.

A pris�o perp�tua "real" � aplicada em pouqu�ssimos casos na Fran�a. A pena m�xima prevista no C�digo Penal apenas foi decretada em quatro ocasi�es desde a sua instaura��o em 1994, para condenados por matar crian�as, ap�s violent�-las e tortur�-las.

A Promotoria Nacional Antiterrorista (Pnat) da Fran�a tamb�m reivindicou a pris�o perp�tua para Mohamed Abrini, o "homem do chap�u" nos atentados de Bruxelas de mar�o de 2016, mas com um per�odo de cumprimento obrigat�rio de 22 anos.

Abrini teria se recusado a detonar seus explosivos na noite de 13 de novembro de 2015 e retornado � B�lgica.

Abdeslam foi detido na B�lgica em 18 de mar�o de 2016, quatro dias antes de ataques jihadistas que deixaram 32 mortos no metr� e no aeroporto de Bruxelas.

Al�m disso, o sueco Osama Krayem e o tunisiano Sofien Ayari foram condenados � pris�o perp�tua, com 30 anos de cumprimento obrigat�rio, como "integrantes de alto n�vel" de uma c�lula suspeita de planejar um ataque em 13 de novembro no aeroporto de Amsterd�.

- Veredito em 29 de junho -

Mais de seis anos depois dos piores atentados cometidos em Paris desde a Segunda Guerra Mundial, este julgamento fora do comum por sua dura��o, as mais de 2.500 partes civis e sua carga emocional, chega ao fim.

"Quero oferecer minhas condol�ncias e pedir perd�o a todas as v�timas", declarou Abdeslam, com l�grimas nos olhos, no �ltimo dia de interrogat�rio em meados de abril. "Apenas pe�o hoje que me odeiem com modera��o" e "me perdoem", disse.

Ap�s as alega��es apresentadas pela acusa��o nesta sexta, ser� a vez de a defesa fazer o mesmo a partir de 13 de junho. O veredicto sobre o atentado, que comoveu o mundo, � esperado para 29 de junho.

A Europa enfrentava na �poca uma s�rie de atentados jihadistas enquanto uma coaliz�o internacional lutava contra a organiza��o Estado Isl�mico (EI) na S�ria e no Iraque. Em paralelo, milhares de s�rios chegavam ao territ�rio europeu fugindo da guerra que assolava o pa�s.