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Estado de Minas WASHINGTON

Esc�ndalo de Watergate completa 50 anos


16/06/2022 12:24

Foi um vigia noturno, intrigado com um peda�o de fita adesiva na porta do pr�dio que abriga a sede do Partido Democrata em Washington, que, ao chamar a pol�cia em 17 de junho de 1972, desencadeou o esc�ndalo de Watergate e fez explodir a administra��o de Richard Nixon.

O "roubo" fracassado que o guarda acabara de desvendar revelava uma quest�o de Estado de alto n�vel: cinco homens haviam sido instru�dos por funcion�rios ligados � Casa Branca a instalar microfones e tirar fotos de documentos em busca de informa��es que pudessem incriminar oponentes de Nixon.

Dois anos depois, e pela primeira vez na hist�ria do pa�s, o presidente republicano, acusado de tentar encobrir o caso, foi obrigado a renunciar para evitar a humilha��o do impeachment.

Nas primeiras horas de 17 de junho, Frank Wills, o vigia de 24 anos, fazia sua ronda pelos corredores de Watergate, um opulento complexo de edif�cios da capital, quando percebeu uma fita adesiva na fechadura de uma porta para evitar que se trancasse.

A princ�pio, n�o deu import�ncia. Removeu a fita, colocou-a no bolso e retomou a ronda. Mas quando voltou, havia uma nova fita. Desta vez, suspeitou de um assalto.

Frank Wills imediatamente chamou a pol�cia.

"Encontrei fita adesiva na porta; chamei a pol�cia para inspecionar", escreveu no di�rio de Watergate, mantido no Arquivo Nacional.

Os policiais chegaram ao local "em um minuto, um minuto e meio", disse um deles, John Barrett, em um programa da ABC News em 2017.

Como seu colega Paul Leeper, Barrett estava vestido com roupas civis e ambos pareciam at� um pouco desgrenhados.

Isso certamente funcionou a seu favor: Alfred Baldwin, o homem que deveria atuar como sentinela dos cinco supostos ladr�es, n�o pareceu notar a presen�a dos dois policiais.

Talvez sua aten��o estava no filme de terror que passavao na televis�o ao mesmo tempo em que deveria ficar de guarda, "Attack of the puppet people".

Baldwin "estava grudado na televis�o", disse Barrett. "Quando ele alertou (seus cinco c�mplices), j� era tarde demais e eles tiveram que correr e se esconder como ratos".

- Adrenalina e m�os para cima -

Uma vez dentro do pr�dio, os policiais encontraram fita adesiva em v�rias portas. Perceberam que algo estranho estava acontecendo.

"A adrenalina disparou", disse Paul Leeper � ABC.

Eles descobriram escrit�rios de cabe�a para baixo e suspeitaram que os autores do roubo ainda estavam l�.

De repente, Barrett viu um bra�o. "Eu me assustei", admitiu. "Gritei algo como 'Saia da� com as m�os para cima ou vou explodir sua cabe�a'. Dez m�os se ergueram e come�aram a sair".

Do outro lado da rua, Baldwin falava em um walkie-talkie. "Em meio aos sussurros, ouvi uma voz: 'eles nos pegaram'", disse Barrett.

As dez m�os pertenciam a James McCord, Virgilio Gonz�lez, Frank Sturgis, Eugenio Mart�nez e Bernard Barker, que foram imediatamente presos.

A pol�cia rapidamente percebeu que n�o se tratava de uma ocorr�ncia "normal", disse Barrett.

Os estranhos ladr�es n�o estavam apenas vestidos de terno e gravata, mas "tinham microfones, muitas bobinas de filme, canetas de g�s lacrimog�neo, ferramentas de serralheiro, milhares de d�lares em notas de cem", explicou.

Em 18 de junho de 1972, o Washington Post publicou seu primeiro artigo sobre o assunto, assinado por Alfred E. Lewis, o jornalista que cobria casos policiais.

Mas na lista de colaboradores, na parte inferior da nota, tamb�m apareciam os nomes de Bob Woodward e Carl Bernstein.

Os dois jovens rep�rteres assumiram o caso, investigaram cada detalhe minucioso e acabaram ganhando um prestigioso Pr�mio Pulitzer, explodindo a presid�ncia de Richard Nixon no processo.


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