No sul da capital, onde se concentravam pequenos grupos de ind�genas, havia uma forte presen�a policial para desobstruir estradas, fechadas com pneus em chamas, troncos e pedras.
"Estamos aqui por causa do alto custo de vida. O aumento dos pre�os dos combust�veis nos afetou muito em nossos campos", disse � AFP Jos� Pallo, ind�gena da cidade de Saquisil�.
Um caminh�o que transportava manifestantes capotou na regi�o, deixando 12 feridos, segundo os bombeiros. O ve�culo exibia uma placa que dizia "Presentes � greve! Fora Lasso!"
Enquanto os manifestantes protestavam nas ruas, Lasso, um ex-banqueiro de direita no poder h� um ano, mais uma vez clamou por paz.
"Fazemos um chamado ao di�logo pelas fam�lias equatorianas, pelo campon�s, pela crian�a que quer voltar para sua sala de aula, pelo transportador que n�o pode seguir em frente com uma via fechada", tuitou o presidente.
Lasso conversou com representantes do transporte de carga na sede presidencial, em uma reuni�o que ele descreveu como "positiva", ap�s dezenas de caminh�es fecharem a passagem para Quito.
- "Indiferen�a" -
Os protestos sem previs�o de t�rmino, aos quais se uniram estudantes e professores, come�aram na segunda-feira por convoca��o da opositora Confedera��o de Nacionalidades Ind�genas (Conaie), que pede a redu��o para 1,50 d�lares do pre�o do gal�o de diesel de 3,78 litros e para 2,10 d�lares a gasolina de 85 octanas.
Entre maio de 2020 e outubro de 2021, o diesel quase dobrou de valor, passando de 1 para 1,90 d�lares, e a gasolina aditivada subiu 46%, passando de 1,75 para 2,55.
Ap�s tr�s dias de manifesta��es, ainda n�o h� luz no fim do t�nel: o l�der da Conaie, Le�nidas Iza, afirma que o Executivo n�o oferece garantias para conversar e que n�o respondeu aos pedidos dos povos origin�rios.
O governo de Lasso e a Conaie realizaram negocia��es no ano passado, sem resultados.
"Enquanto n�o tivermos essa resposta, continuamos as a��es de mobiliza��o em todo o territ�rio nacional, at� que o governo acorde de sua indiferen�a", declarou Iza em novo discurso publicado por sua organiza��o nas redes sociais.
- Reativa��o e perdas -
A Conaie, que participou de revoltas que derrubaram tr�s presidentes entre 1997 e 2005, disse que apresentou na segunda-feira ao Executivo um documento com dez demandas.
Em particular, exigem a redu��o dos pre�os dos combust�veis, mas tamb�m a regula��o do pre�o dos produtos agr�colas e a renegocia��o das d�vidas que quatro milh�es de fam�lias t�m com os bancos.
"N�o podemos parar", respondeu Lasso. "S� temos tempo para continuar na linha de reativa��o" da economia, atingida pela pandemia de covid-19.
Em 15 das 24 prov�ncias do pa�s foram registrados bloqueios de estradas, segundo o Servi�o Integrado de Seguran�a ECU911.
De acordo com o movimento ind�gena, 14 pessoas ficaram feridas durante as manifesta��es. J� a pol�cia informou oito agentes feridos e outros 11 mais um promotor detidos temporariamente por manifestantes, al�m de 29 pessoas presas.
Os protestos j� est�o afetando o setor produtivo, inclusive o petrol�fero com a paralisa��o de po�os na floresta amaz�nica. O Equador produziu 481 mil barris de petr�leo por dia entre janeiro e abril, segundo o Banco Central.
O ministro da Produ��o, Julio Prado, afirmou que os preju�zos devidos aos protestos chegam a 20 milh�es de d�lares. Em 2019, mais de uma semana de manifesta��es causaram danos econ�micos de 800 milh�es de d�lares.
QUITO