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Estado de Minas BOGOT�

Hern�ndez, o convidado surpresa nas elei��es presidenciais da Col�mbia


17/06/2022 11:00

Um milion�rio sem ideologia ou partido invadiu as elei��es presidenciais na Col�mbia. Rodolfo Hern�ndez, de 77 anos, tirou a direita da corrida e pode impedir a chegada da esquerda ao poder.

Sua f�rmula: um programa anticorrup��o como solu��o para todos os males. Sua estrat�gia: uma personalidade err�tica e impetuosa pr�xima das pessoas comuns.

Hern�ndez se apresenta como antissistema, defensor do capitalismo e da austeridade. Ele chamou a aten��o com propostas como o fechamento de embaixadas para perdoar empr�stimos estudantis, que todos os colombianos conhe�am o mar ou deportar milhares de imigrantes venezuelanos.

Em recente entrevista � AFP, alertou que haver� uma "luta de classes" se a pobreza n�o for reduzida e acusou pol�ticos corruptos de terem "destru�do" os colombianos, embora sua aspira��o avance na sombra de uma acusa��o judicial por suposta corrup��o.

O imprevis�vel engenheiro, cuja fortuna � avaliada em 100 milh�es de d�lares, chegou como um outsider e arrebatou quase seis milh�es de votos no primeiro turno. No domingo enfrentar� o esquerdista Gustavo Petro.

- Mantras -

Hern�ndez tornou-se a pedra no sapato de Petro, que passou de favorito em todas as pesquisas a empatado nas inten��es de voto com o milion�rio.

A direita e os partidos tradicionais, com medo da esquerda, manifestaram seu apoio a ele, apesar de terem sido alvo de suas cr�ticas.

Ele diz que conduzir� o pa�s pelo caminho da prosperidade apenas "somando", "subtraindo" e "salvando", e repete um mantra v�rias vezes: "N�o roubar, n�o mentir, n�o trair e zerar a impunidade".

Fez fortuna construindo e vendendo conjuntos habitacionais para os pobres em sua terra natal Piedecuesta (norte) durante a d�cada de 1970.

No final de 2015, foi eleito prefeito da vizinha Bucaramanga, capital do departamento de Santander, com 600 mil habitantes. Durante a campanha, prometeu milhares de casas gratuitas que nunca foram entregues, mas conquistou adeptos ao derrotar os cl�s pol�ticos tradicionais e limpar as finan�as p�blicas da cidade.

Com o Facebook e TikTok ficou conhecido no resto do pa�s. Nas redes faz v�deos engra�ados ou chama pol�ticos de "ratos" (ladr�es) e "corruptos".

Um esc�ndalo que foi filmado o persegue. Em 2018, deu um tapa em um vereador que acusou um de seus quatro filhos de corrup��o.

Pela agress�o foi suspenso por tr�s meses. Hoje, um de seus slogans de campanha � "bater na cara da corrup��o".

Mas o pr�prio Hern�ndez deve ser julgado em 21 de julho por favorecer uma empreiteira durante seu mandato em um projeto de coleta de lixo no qual um de seus filhos tamb�m tinha interesses.

Na campanha, tamb�m sustentou que o ELN sequestrou sua filha adotiva em 2004 e exigiu dois milh�es de d�lares para libert�-la, embora os guerrilheiros neguem o sequestro. Desde ent�o ela est� desaparecida.

Ainda assim, disse estar aberto a fazer as pazes com os �ltimos rebeldes reconhecidos no pa�s.

Fiel ao seu estilo pragm�tico, quer abreviar a negocia��o e incluir diretamente o ELN nos acordos assinados pelas FARC em 2016.

- "Patadas" -

Hernandez sorri quando comparado a Donald Trump. Seu principal estrategista de campanha, �ngel Beccassino, reconhece sua mistura particular entre "linguagem simples", "patadas" e o uso das redes sociais no estilo do salvadorenho Nayib Bukele.

Na reta final da campanha, reduziu as entrevistas e cancelou eventos p�blicos devido a um suposto plano para mat�-lo "com uma faca".

Ele tamb�m se desculpou, em v�rias ocasi�es, por seus coment�rios machistas e ditos intemperantes sobre a Virgem Maria.

Como Trump, Hern�ndez se contradiz com frequ�ncia. Ele recuou depois de expressar admira��o por "Adolf Hitler", explicando que na verdade queria dizer "Albert Einstein".

Poucos dias antes da vota��o, prop�s dar drogas a viciados para acabar com o tr�fico de drogas.

Tamb�m anunciou que vai expor parlamentares que n�o apoiam suas iniciativas ao rid�culo p�blico.

Hern�ndez "bebe (...) do aborrecimento com a classe pol�tica tradicional, de se comunicar de maneira muito simples usando linguagem coloquial (...) e cai claramente no mundo do populismo", diz Angela Rettberg, cientista pol�tica da Universidade dos Andes.

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