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Estado de Minas BOGOT�

Os desafios de Petro: militares, empres�rios e uma Col�mbia dividida


20/06/2022 10:07

Gustavo Petro convenceu metade dos colombianos com suas promessas de mudan�a. Mas agora o primeiro presidente de esquerda eleito do pa�s ter� que formar maiorias e vencer a resist�ncia de militares e empres�rios para governar um pa�s dividido sobre seu mandato.

Para vencer o outsider milion�rio Rodolfo Hern�ndez (47,3%), o ex-guerrilheiro e senador de 62 anos moderou muitas de suas antigas posi��es radicais. Depois de vencer o segundo turno com 50,4% dos votos, ele tem a responsabilidade de governar um pa�s marcado pela polariza��o ap�s uma campanha agressiva.

A seguir, os principais desafios que Petro enfrentar�, segundo analistas:

- Formar maiorias -

Uma bancada importante, mas n�o majorit�ria, acompanhar� as iniciativas do in�dito governo de esquerda no Parlamento.

"Agora o problema � a governabilidade no Congresso. Petro deve tentar propor o que chamou de grande acordo nacional (...) porque claramente o pa�s est� bem fragmentado em dois setores", disse � AFP Alejo Vargas, professor do Direito da Universidade Nacional.

A opini�o � compartilhada por Sergio Guzm�n, da consultoria 'Colombia Risk Analysis': "Este resultado n�o d� um mandato claro para executar suas pol�ticas sem ao menos tentar acalmar os questionamentos de seus opositores".

Durante o mandado como prefeito de Bogot� (2012-2015), Petro entrou em conflito com a C�mara Municipal, que barrou muitas de suas iniciativas. Agora ele chega � presid�ncia cercado de pol�ticos tradicionais, que podem servir de ponte com o Parlamento.

"Ele vai enfrentar uma oposi��o muito forte, porque a direita neste pa�s � a principal ideologia. Apesar de estar espalhada por muitos partidos � f�cil estabelecer uma associa��o e desafiar o governo de Petro", afirma Felipe Botero, professor de Ci�ncias Pol�ticas da Universidad de Los Andes.

- Apaziguar os mercados -

Em seu primeiro discurso como presidente eleito, Petro enviou uma mensagem tranquilizadora ao empresariado, que durante a campanha o acusou de promover um socialismo fracassado.

"Foi uma campanha de mentiras e medo, que ir�amos expropriar os colombianos, destruir a propriedade privada (...) N�s vamos desenvolver o capitalismo na Col�mbia. N�o porque o adoramos, mas porque primeiro temos que superar a pr�-modernidade", disse � multid�o que celebrava sua vit�ria.

Para Botero, esta foi uma "mensagem muito clara � direita, dizendo 'eu sou de esquerda, mas isto n�o quer dizer que vou transformar radicalmente o modelo econ�mico'".

O economista Jorge Restrepo, no entanto, alerta que o ex-guerrilheiro e senador ainda precisa construir "confian�a" com o setor produtivo.

"Tem a ver com n�o considerar as empresas como rivais, e sim gestores de desenvolvimento e gera��o de empregos (...) � muito dif�cil porque n�o h� antecedentes de um governo de esquerda a n�vel nacional", adverte o professor da Universidade Javeriana.

A julgar pelo primeiro discurso de Petro, o atrito n�o vai demorar: "Ele disse coisas que envolvem regulamenta��o, um dos principais medos dos mercados", disse Botero.

O empres�rio Mario Hern�ndez, ativo opositor de Petro durante a campanha, se mostrou aberto ao di�logo.

"Chegou a oportunidade para Gustavo Petro demonstrar a 50% dos colombianos e a mim que est�vamos equivocados", escreveu no Twitter o magnata do setor de vestu�rio.

- Nos quart�is -

Ap�s a posse, os militares ter�o que jurar lealdade a um ex-membro das guerrilhas esquerdistas que combateram durante seis d�cadas de conflito.

No fim de abril, Petro acusou membros da c�pula militar de alian�a com o Cl� do Golfo, o maior grupo de narcotr�fico do pa�s.

Em resposta, o comandante do ex�rcito, general Eduardo Zapateiro, o acusou de "politicagem", em uma incomum interven��o pol�tica em um pa�s onde a Constitui��o pro�be a for�a de seguran�a p�blica de participar no debate pol�tico e votar.

"A desconfian�a entre o presidente e os militares � significativa", afirma Guzm�n, antes de acrescentar que o esquerdista "ter� que escolher um ministro da Defesa que tenha o respeito e a confian�a dos membros das For�as Militares".

Em caso contr�rio, destaca, a transi��o ser� um "desastre".

"O que todos os presidentes fazem quando chegam ao poder � um expurgo dos altos postos militares (...) Petro tem que fazer isso com luva de pelica", explica Botero.

Neste sentido ser� fundamental o nome escolhido para o cargo de ministro da Defesa. At� o momento, o presidente eleito revelou apenas que nomear� para a pasta uma mulher especializada em Direitos Humanos.

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