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Estado de Minas PARIS

Macron entra em territ�rio desconhecido sem maioria absoluta na Fran�a


20/06/2022 19:39

O presidente Emmanuel Macron deve, a partir desta segunda-feira (20), buscar aliados para conduzir seu programa reformista e liberal, depois que sua alian�a de centro perdeu a maioria absoluta na Fran�a.

"O tapa na cara", "o banho de �gua fria", "terremoto pol�tico"... A imprensa n�o economizou adjetivos para descrever o golpe sofrido pelo presidente de 44 anos, acostumado a governar desde 2017 com maioria absoluta.

Sua alian�a Juntos! conquistou 245 dos 577 assentos na Assembleia (c�mara baixa); a frente de esquerda (Nupes), 137; e o Reagrupamento Nacional (RN) de extrema direita, 89, multiplicando por 11 os deputados conquistados em 2017.

A 44 cadeiras da maioria absoluta (189), a porta-voz do governo, Olivia Gr�goire, comentou nesta segunda sobre o risco de um "pa�s bloqueado" e garantiu que "ser�o necess�rias imagina��o, aud�cia e abertura" para alcan�ar acordos.

"O presidente ter� que mudar seu temperamento. Seu governo ser� profundamente desestabilizado", alertou o cientista pol�tico Pascal Perrineau ao jornal Le Parisien, para quem "ele deve, goste ou n�o, aprender a cultura do compromisso parlamentar".

Nesta ter�a-feira, Macron se reunir� com o representante do partido Os Republicanos (LR, direita); do Partido Socialista e do Reagrupamento Nacional, antes de se encontrar com outros representantes na quarta-feira.

Durante o primeiro mandato, marcado por protestos sociais, a pandemia de coronav�rus e os efeitos da guerra na Ucr�nia, Macron forjou a imagem de um presidente "arrogante". Em abril, ap�s sua reelei��o, prometeu mudar sua forma de governar.

Os primeiros avisos n�o demoraram a chegar. O deputado de esquerda �ric Coquerel adiantou que a oposi��o apresentaria uma "mo��o de censura" contra o governo no dia 5 de julho, dia da declara��o de pol�tica geral. "N�o � uma postura comum" da Nupes, garantiram seus aliados socialistas.

Por enquanto, n�o � certo que esta mo��o contra o Executivo da primeira-ministra �lisabeth Borne v� adiante. O RN ainda n�o se pronunciou e, entre Os Republicanos, seu secret�rio-geral garantiu que n�o votar� a favor.

Com 64 cadeiras, o LR - herdeiro dos ex-presidentes conservadores Jacques Chirac (1995-2007) e Nicolas Sarkozy (2007-2012) - e seus aliados da UDI aparecem como o principal bloco a apoiar Macron.

O governo e a primeira-ministra, por�m, j� est�o sob press�o. Para Perrineau, Borne n�o � a "mais adequada" nesse novo cen�rio, pois vem da centro-esquerda do partido no poder e tem um perfil "tecnocr�tico" e n�o "pol�tico".

A porta-voz do governo adiantou que o novo Executivo ser� conhecido "nos pr�ximos dias".

- Quem lidera a oposi��o? -

A maioria simples � um cen�rio incomum na segunda economia da Uni�o Europeia (UE). Desde o in�cio da Quinta Rep�blica em 1958, s� aconteceu uma vez com o ex-presidente socialista Fran�ois Mitterrand, de 1988 a 1993.

Macron, reeleito em 24 de abril com 58,55% dos votos contra Le Pen, precisa tecer alian�as para consumar seu novo impulso reformista, como sua proposta de adiar a idade de aposentadoria de 62 para 65 anos.

Tanto a Nova Uni�o Popular, Ecol�gica e Social (Nupes) - que re�ne a esquerda radical, ecologistas, comunistas e socialistas - quanto a extrema-direita se opuseram durante a campanha a essa medida e se colocam numa oposi��o "firme".

O Parlamento, assim, recupera protagonismo no novo ciclo pol�tico, ap�s uma maratona eleitoral que deixa um panorama pol�tico dividido em tr�s grandes blocos - esquerda radical, centro e extrema-direita - e os partidos tradicionais em segundo plano.

Se Macron n�o conseguir aprovar suas reformas, poder� dissolver a Assembleia e convocar elei��es antecipadas, um cen�rio "iconoclasta", segundo seu ministro da Agricultura, Marc Fesneau, por quem "os eleitores [j�] decidiram".

Al�m da press�o sobre o partido no poder, nesta segunda-feira come�ou a batalha entre o Nupes do esquerdista Jean-Luc M�lenchon e a extrema direita de Marine Le Pen para se apresentar como l�der da oposi��o.

A frente de esquerda � numericamente a principal for�a de oposi��o, mas a grande vencedora das elei��es foi Le Pen, que conseguiu com seu Reagrupamento Nacional instalar a extrema direita no cen�rio pol�tico franc�s.

"Somos o primeiro partido na Fran�a" e "o primeiro partido da oposi��o", garantiu na r�dio FranceInfo o deputado eleito Philippe Ballar (RN), que reivindicou a presid�ncia do comit� de Finan�as, que geralmente � liderado pela oposi��o.

Diante dessa inesperada "situa��o" e para evitar uma maior "confus�o", M�lenchon defendeu hoje que a Nupes se constitua finalmente como um �nico grupo parlamentar, e n�o quatro - um para cada corrente - como estava previsto.

Seu partido, o Fran�a Insubmissa (esquerda radical), lidera a Nupes com 74 deputados, mas seus aliados j� rejeitaram essa proposta, indicaram � AFP. Os socialistas conseguiram 28 deputados, seguidos por ecologistas (23) e comunistas (12).


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