"N�o h� paralisa��o das atividades. H� altera��es no acesso de grupos de trabalhadores a partir da mobiliza��o dos dirigentes", assinalou o titular da pasta em um ato p�blico no qual anunciou o reinvestimento de 30% dos lucros anuais da empresa - que por lei deve entregar todos os seus lucros ao Estado - at� 2024.
Convocada pela Federa��o de Trabalhadores do Cobre (FTC), que re�ne os sindicatos da estatal, a greve, que � por tempo indeterminado, foi decidida ap�s o an�ncio da Codelco do fechamento da fundi��o Ventanas, situada na ba�a de Quintero e Puchuncav�, cerca de 140 km a oeste de Santiago, uma �rea conhecida como "Chernobyl chileno", por ser um dos locais mais polu�dos do pa�s.
Amador Pantoja, presidente da FTC, disse que a paralisa��o poderia causar um preju�zo de 20 milh�es de d�lares por dia para a estatal chilena, que produz cerca de 8% do cobre no mundo e � respons�vel por entre 10% e 15% do PIB chileno.
Mas o ministro Marcel afirmou que, "para que essas cifras fossem corretas, seria necess�rio paralisar abruptamente todas as opera��es da Codelco e n�o recuperar essa produ��o perdida no futuro, e nenhuma dessas coisas est� ocorrendo hoje". O ministro, no entanto, n�o quis estimar o preju�zo econ�mico que a mobiliza��o est� causando para os cofres da companhia.
Os sindicatos consideram "arbitr�ria" a decis�o do fechamento da fundi��o Ventanas, anunciada ap�s v�rios epis�dios de contamina��o nessa regi�o, onde, h� mais de 50 anos, foi criado um polo ambiental. Os trabalhadores exigem que o governo do esquerdista Gabriel Boric invista, atrav�s da Codelco, 54 milh�es de d�lares para que a usina cumpra padr�es ambientais mais altos.
- Di�logo com o governo -
Apesar da mobiliza��o, a porta-voz do governo, Camila Vallejo, reiterou em uma coletiva de imprensa que est�o abertos ao di�logo com a FTC.
"Vamos seguir com as portas abertas ao di�logo", afirmou Vallejo, que tamb�m descartou qualquer "possibilidade de privatiza��o" da Codelco, que foi nacionalizada completamente durante o governo do socialista Salvador Allende (1970-1973).
Apesar dos pedidos dos trabalhadores de revogar a medida sobre a fundi��o de Ventanas, Vallejo assinalou que o governo est� cumprindo seu programa de "terminar com as �reas de sacrif�cio, avan�ar para um governo ecol�gico, com um modelo de desenvolvimento cada vez mais sustent�vel".
"Temos padr�es muito baixos e, se queremos realmente cumprir com nossos compromissos em mat�ria de prote��o ambiental, temos que nos orientarmos pelos padr�es" da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), disse a porta-voz.
O fechamento da fundi��o foi decidido depois de um novo epis�dio de contamina��o do ar em 9 de junho que afetou 115 pessoas, a maioria estudantes, e obrigou o fechamento de escolas na regi�o.
"N�o queremos mais �reas de sacrif�cio" ambiental, disse na sexta-feira o presidente Gabriel Boric. "Como chileno, isso me envergonha", acrescentou, ao anunciar o fechamento progressivo da fundi��o.
A ONG Greenpeace classificou esta regi�o como "Chernobyl chileno" depois que, em 2018, por causa de um incidente grave de contamina��o, cerca de 600 pessoas de Quintero e Puchuncav� compareceram a centros m�dicos com um quadro cl�nico at�pico: v�mitos com sangue, dores de cabe�a, enjoo, paralisia das extremidades, al�m de manchas estranhas na pele das crian�as.
SANTIAGO