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Estado de Minas QUITO

Manifestantes voltam a enfrentar a pol�cia no Equador; presidente fala em tentativa de golpe


24/06/2022 21:34

Ind�genas voltaram a enfrentar as for�as de seguran�a em Quito nesta sexta-feira, um novo dia de manifesta��es violentas contra o aumento dos pre�os dos combust�veis, que o presidente equatoriano, Guillermo Lasso, classificou como uma tentativa de golpe.

"A verdadeira inten��o dos violentos � provocar um golpe de Estado", reprovou o presidente, ap�s a morte de tr�s manifestantes ao tentarem entrar no Congresso. A inten��o real do senhor Iza (l�der dos protestos) � a queda do governo", afirmou Lasso, em pronunciamento transmitido em rede nacional.

Milhares de ind�genas voltaram a enfrentar a for�a p�blica hoje, ap�s um dia anterior sangrento. Sirenes e detona��es foram ouvidas, enquanto manifestantes erguiam barricadas e incendiavam pneus.

Policiais respondiam com g�s lacrimog�neo e bombas de efeito moral aos coqueteis molotov, fogos de artif�cio e pedras lan�adas por manifestantes.

Lasso permitiu ontem a entrada de cerca de 5.000 ind�genas na Casa da Cultura, um local simb�lico para os povos origin�rios e que estava sob o controle da for�a p�blica. Ele buscava abrir caminho para conversas com o movimento de protesto que chegou � capital, Quito, nesta semana para exigir um al�vio frente ao aumento do custo de vida.

Um grupo de manifestantes, no entanto, avan�ou posteriormente em dire��o ao Congresso e tentou romper o bloqueio militar que cercava o local. Tr�s pessoas morreram nesse confronto, elevando para seis o n�mero de mortos deixado pela rebeli�o ind�gena, segundo a Alian�a de Organiza��es pelos Direitos Humanos.

Autoridades registraram mais de 180 feridos entre militares e policiais e prometeram reprimir de forma mais en�rgica as manifesta��es.

"Nos veremos na obriga��o de dar o passo seguinte. N�o podemos mais continuar repelindo, temos que reprimir com o uso progressivo da for�a", declarou o ministro do Interior, Patricio Carrillo. O governo negou o uso de armas letais durante as manifesta��es.

Uma caravana de taxistas percorreu mais cedo o centro financeiro de Quito pedindo a ren�ncia do presidente. Semiparalisado, o pa�s contabiliza um preju�zo di�rio de 50 milh�es de d�lares.

"Se ele n�o quis dialogar nos primeiros dias, acreditamos que este governo n�o � mais do povo, e sim representa as grandes empresas neoliberais que nos exploram", disse o campon�s Efra�n Fueres, 43, concentrado na Casa da Cultura.

Cerca de 14.000 ind�genas protestam no pa�s, mas o foco principal est� na capital equatoriana, de 3 milh�es de habitantes. Manifestantes invadiram a embaixada do Egito, nos arredores do Congresso, "e, de dentro da mesma, atacam servidores policiais com artefatos explosivos", denunciou a pol�cia hoje.

Desgastada, Quito tamb�m � palco de contraprotestos. Centenas de motoristas em ve�culos de luxo percorrem o centro financeiro buzinando e agitando bandeiras brancas. Manifestantes se re�nem em apoio a Lasso, que v� nas mobiliza��es ind�genas uma tentativa de derrub�-lo.

Nos bairros abastados, os equatorianos pedem o fim da viol�ncia. "Existe um racismo exacerbado, a luta de classes se aprofundou", ressaltou em entrevista � AFP o ind�gena Leonidas Iza, l�der das manifesta��es.

A oposi��o, majorit�ria no Congresso, reuniu 47 assinaturas nesta sexta-feira para pedir a destitui��o do presidente, em um longo processo, que precisa reunir 92 apoios para for�ar a sa�da do presidente. O governismo conta com 13 das 137 cadeiras.

Ao mesmo tempo, a ind�stria do petr�leo entra em colapso. O pa�s est� produzindo a 54% de sua capacidade, devido � tomada de po�os e aos bloqueios de estradas em meio aos protestos. Os ind�genas, no entanto, n�o cedem: "� uma mobiliza��o por tempo indeterminado, at� termos os resultados", anunciou Iza.

Como ponto de partida, as for�as ind�genas exigem o levantamento do estado de emerg�ncia, sob o qual militares sa�ram dos quart�is e decretou-se um toque de recolher noturno em Quito.

As partes dizem que est�o dispostas a dialogar, mas n�o chegam a acordos concretos para se sentarem � mesa. A ONU pediu que se inicie "com urg�ncia um di�logo significativo e de boa-f�, que ofere�a uma sa�da para a tens�o e viol�ncia".


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